venerdì, gennaio 30, 2009

ela queria que o mundo terminasse ali...


Uma tarde cinzenta e miúda. Dessas tardes que chega doer o olhar de tão calado, tão parado. Ela caminhava. Não buscava nada, só se deliciava em pensamentos julgadores da felicidade abstrata de tantas pessoas a sua volta. Sentia a falta de calos nas mãos e seria capaz de passar a tarde toda a tatear apenas aqueles fragmentos.

Nada procurava, no entanto foi breve quando tudo encontrou. E as horas parecem que também paravam, inertes, um único foco. Tudo soava mais calmo agora, mais verdadeiro. Tudo era de um olhos mergulhados em falta de respostas. Era estranho carregar tantas memórias ainda na pele. Um toque, um olhar, uma palavra. E a tarde ia mais devagar, mais rápida...E como poderia um dia supostamente acabar? Sabia cada detalhe de pele, de cheiro, de olhares. Sabia descrever minuciosamente cada detalhe, cada palavra que seria dita..Poucas, no entanto, seu mundo parava naquelas horas.

Assim, naquela minúscula tarde vazia, tudo tomara um sentido indiscrítivel como se os calos às mãos pertencessem, como se as respostas ao mundo não abalassem. E tudo poderia morrer ali parado naquela paisagem, que sua vida seria mais uma vez feliz, mais uma vez verdadeira....

giovedì, gennaio 22, 2009

Tão pesado .... não falas mais nada

Os ossos exaustos dóem de amor
Nas emaecidas manhãs que se findam
As velhas unhas já sem cor
Querem se despedir das mãos que me duvidam...

Nos olhos pesam incongruências
Tão pesado, tão doído, tão absurdo
E as costas marcada de tantas penitências
Desfilam no chão sombrio, mas sorriem, contudo....

Divagam na dor aguda dos ossos
Versões, nítidas de querer, não querer
Como água destilada que as mãos tocaram no poço
E as costas a desfilar uma breve vontade de viver


É...tão pesado, tão doído, tão absurdo
Ossos, unhas, costas e mãos
O meu rosto repentinamento desnudo
E imaginar que a vida é assim precípua ilusão...


Versos de Fran Rebelatto, escrito nas margens de uma folha de papel hoje à tarde, quando mais uma vez as horas demoram silenciosamente a passar..Um eu poético, um tanto verdadeiro, um eu poético um tanto melancólico. Eu? Não eu? Entre poetas, fantasmas e a carne tudo é tão breve, tudo é tão fugidio....Gosto destes momentos de intensa solidão...

martedì, gennaio 20, 2009

...uma tarde mais...


A tarde rasga gargantas mudas
Espinhos dormentes cortam...
de uma nitidez quase desnuda
a fragilidade das horas que sobram...


Os pés rígidos cercados de desgosto
E os espinhos rasgam também a face
tudo são notas vagas longe de agosto
é a tarde...está vaga e longínqua tarde...



sabato, gennaio 10, 2009

rua…

Os pés ansiosos caminhavam apressadamente. A cidade muda, as pessoas inertes. Tudo era velho e estranho, ao mesmo tão familiar. Um pouco de ar, depois de dias no enclausuramente do meu quarto. Silêncio. Minha irmã balbuciava algumas palavras do meu lado. Eu evasiva sentia vontade de caminhar mais rápido.

A direção insensata das poucas palavras de saiam dos meus poros, era fugaz, desconhecida. Eu queria o cheiro de mar, queria o cheiro do outro lado do oceano. Quem sabe do inesquecível que ainda não conheço. O mundo tão imenso, nós tão humanos…

venerdì, gennaio 09, 2009

Saudades in the arms, legs, eyes...


Nostalgia ... Saudades love of the sea in the arms, legs, no eyes...

Saudades nos braços, nas pernas
no olhar evasivo que se espalha na madrugada doentia
tudo tão longe do mar
tudo tão abandonado em mim...

gosto amargo de saudade nos lábios
duro instante que não me ouve
é silêncio, nem mesmo frio
tudo está tão quente
faz mais uma madrugada de silêncio nos calcanhares...

Um toque, duas palavras
mas me abandonaste em meio ao concreto
os prédios gélidos, os olhares desconhecidos
a solidão, de fininho uma angústia corrói tecidos...

Minha doença é o excesso
minha falta do sal
minhas feridas no mar
meu amor queria encontrar-te ao final...

rimas desrimadas
vida, desvivida
do sofá, para as paredes mórbidas do quarto
quantas poesias piegas mais
só queria sua voz ao telefone
nem que fosse a me gritar...

martedì, gennaio 06, 2009

Ai que saudade do mar..amor


Eu não gosto do mar para tomar banho na sua água salgada, quando menos para deitar na areia e passar a tarde tomando banho de sol. Eu gosto da imensidão do mar, daquela fantástica magnitude que parece nunca ter fim...que parece que circunda o mundo tirando a respiração de quem gosta de metáforas.

Passei um bom tempo sem ver o mar...Meus pais nem o conhecem...Nunca tivemos a tradição de viajar em família nas férias para a praia ou coisa do gênero. Aliás nunca tivemos férias em família, os recursos eram poucos,e a vida que levávamos não permitia que toda a família saísse de casa. Quem mora pra fora sabe o que é isso, os animais dependem do homem e o homem depende do animal. Cumplicidade, ou então prisão, sei que as coisas nunca foram fáceis e por isso o mar era tão distante.

Mas sempre ouvi comentários sobre ele, muitas vezes o vi pelas novelas e filmes. Fiquei em frente a ele, bem depois dos meus 15 anos. E era de tirar o fôlego, aquela vontade de trancar a respiração para não atrapalhar aquela beleza...para não perder cada centímetro de metáforas que iam e voltavam com as ondas, com o vento gelado de uma viagem no inverno à Santa Catarina.

Mais tarde, os tempos mudaram, e a vida me levou muitas vezes mais ao mar...em tantos lugares deste país, que meus pais nunca seriam capaz de imaginar. Na semana passada depois de uns 2 anos sem mar, eu volto a tocar nele. Sentar em frente a sua magnitude e então me ponho a pensar que o poeta estava muito coerente ao explicar metáforas ao carteiro, ali na areia da praia, quando as ondas vão e vem....Quando a água, o vento e a brisa conseguem me fazer sonhar....E um dos meus maiores sonhos é levar meus pais até lá, bem pertinho para sentir a leveza do mar....Logo, logo se Deus Quiser...Pois para 2009, mais mar, mais vento na cara, mais mochila nas costas, mais família comigo....