A penumbra cobre certas verdades ainda não ditas e certos desejos ainda não concretizados. Tudo parecia penumbra e cobria aqueles corpos sedentos de sedução e de paixão incontrolável. Ao certo não lembravam em que lugar estavam, nem mesmo o que sentiam, mas essas dúvidas não sabiam eles, se queriam ou não sentir. Pois, entre as dúvidas, existem os anseios e as tão temidas verdades.
Retidos nessa atmosfera de devaneios do desejo do próprio corpo, os dois se entregavam vorazmente num incontido momento de gozo palpável. Primeiro o olhar! Sim a descrição pode ser lenta, mesmo que contrarie suas necessidades. Os dois eram portadores de um olhar calmo, claro, intenso, descrito por cada um em cada novo elogio. Nele carregavam o aprisionamento que os detinha a aquela situação e aquela vontade de estarem um com o outro.
Depois dos olhos a boca. Nela podia ser encontrado a vontade mais louca de beijos frenéticos, e o sorriso mais lindo que cobriria aquela noite escura de vida, ou aquele dia. Ali encontrariam seus beijos o abrigo para o começo de uma longo tempo juntos nesse gozo incansável...Seus corpos nesse momento já buscam freneticamente um ao outro. Nesse momento ela ainda lembra da primeira vez, quando ele adentrou seu apartamento e trêmulo não sabia como agir, sim ela adora seu jeito medroso. Mas seu corpo de jeito nenhum tem medo de procurar o dela.
Ele possui um jeito simples, impulsivo, mas tem também a sutil delicadeza de quem tem noção de que possui por completo o corpo dela. Vagarosamente ou nem tanto leva suas mãos ao longo cabelo dela e os puxou com a força suficiente para trazer seu corpo junto ao seu. Beijou-a verazmente e profundamente e logo perpassa sua boca e língua por todo aquele corpo de pele clara que tinha em seu total domínio.
Não diferente de outras vezes , agora eles se queriam muito mais e o tempo que ficaram sem se ver, só despertou ainda mais esse desejo incansável de possuírem um ao outro. Então sem mais temer e sem muitos movimentos, ele arrancou a roupa dela violentamente e não teve dúvidas em jogá-la na cama, que de mansinho os apreciava, sem contestar qualquer movimento.
Na cama os dois corpos já não eram distintos e num só ritmo viviam com toda plenitude aquele momento de lascívia e de proibido desejo que queimava seus corpos, suas almas. Depois disso e de intensos momentos de prazer sentiram explodir de seu corpo o tão esperado e desejado gozo pleno, que concretizaria todo aquele desenrolar de atitudes que marcava suas vidas. Devaneios, sensações, dilaceração ou apenas uma emoção leve de viver aquela história. Eles eram assim simplesmente seduzidos um pelo outro, capazes de fazer coisas que somente a eles era compreensível.
Paixão, veneno, luz, ou apenas desejos emanavam dessa relação, uma relação certa, errada, enfim uma relação que queria satisfazer os dois, mas que nem sempre condizia com a verdade...Mas dormir juntos seria seu prêmio, porém teriam a vida toda para isso, era o que achavam.
Mas a lua vai banhar esse lugar e a rua deixará essa cidade se acender, assim como essa paixão e esse fogo, que eles esperam nunca se acabar. Afinal vamos olhar o rio por onde a vida passa e não vamos nos precipitar, nem perder a hora. Eles vão lembrar um do outro sempre e de mais aquela noite ou aquele dia. Tudo tem sua hora, até mesmo um sexo a mais.
Essa é minha última postagem antes de viajar para o Amazonas, por isso, esse texto ilustrará por um bom tempo o primeiro post do blog, não que ele seja muito pertinente para os leitores mas é importante pra mim, por que estava hoje num daqueles dias que nada seria capaz de inspirar até que um amigo me sugere descrever uma cena de nossas necessidades normais de homens e mulheres apaixonados, queria ter sido mais sutil e subjetiva, mas acredito que sexo mereça ser escrito na carne das palavras, ou eu que estou desprovida mesmo de muita subjetividade hoje...
Abraços e aguardem meus post amazônicos que certamente estarão mais permeados de coisas não tão particularizadas...e obrigado gatíssimo por você existir na minha vida e me trazer tanta inspiração...