venerdì, dicembre 28, 2007

Para não deizer que não falei do fim..do recomeço...

RETROSPECTIVA, UMA PALAVRA UM TANTO TEMEROSA, afinal o ano acabou mais uma vez...E o que dizer sobre ele, o que dizer sobre os sorrisos, sobre as lágrimas, sobre as mudanças, sobre as pessoas que entraram em nossa vida (tantas), sobre as que saíram da nossa vida (sabe, que nem me dou conta da falta de algumas, enquanto outras quanta falta trago aqui comigo), sobre nossas falhas (tantas), sobre nossos fracassos (alguns), sobre nossas conquistas (sempre muitas)...sobre as estrelas, as constelações, os eclipses solares, as alucinações (e que ano alucinado).

Ser um ser em constante perturbação não é nada fácil. Choramos demais nos erros, choramos mais ainda nos acertos. Comemoramos pelos inimigos e amamos sem limites os amigos. Conversamos longas horas sem sentido, e por minúsculas vezes nos calamos silenciosamente, só ouvindo as abóbodas cerúleas dos pneus do príncipe encantado que parte. Deliramos por horas a fio tentando entender a vida, e então sobre a mais lúcida consciência só com um toque resolvemos todos os problemas.

Somos seres contraditórios: clamamos aos mil ventos que somos os melhores amigos, e fugimos no momento que o melhor amigo precisava de ti. São os pesos da vida. Em alguns momentos pesamos, em outros continuamos a gritar falsamente aos milhares de ventos que inventamos. A sei lá, dia de vento norte, não to legal!!

Somos seres ambíguos: não gostamos de frutas, mas gostamos de limão (na caipirinha, claro). Acreditamos que a matemática rege todo o universo, mas não conseguimos calcular a subjetividade. 2+2 = 4, sim isso é exato. Mas o que me leva a soma-los, quem poderá dizer, creio que nem mesmo a matemática.

Somos seres alucinados: Em dia solitários saímos para dançar salsa com a solidão. Em dias conturbados saímos para tomar trago com os falsos calados da madrugada. Sei lá, somos seres imperfeitos, ou perfeitos demais para tantas alucinações nos privamos dos maus constumes, mas costumamos fazer tudo errado. Mas o que seria o errado para um ser alucinado.

Olho para a janela do meu quarto, vejo fios do poste de luz ao lado, vejo um bafo escaldante da enconsta de geleira que derrete. Vejo mulatos carregando latas e vejo Neruda explicando metáforas. E o que é uma metáfora mesmo: O ano - uma onda que bate na areia. Vem – vai. Estás ouvindo? É hora de partir, é hora de admitir que somos alucinados, e que mais um ano hipócrita passou diante de nossos olhos de argila que não vêem nada, que não sentem nada, que apenas vivem, vegetam, fedem, se contradizem.

mercoledì, dicembre 26, 2007

Um dedo---um ato--- ligar


Ligar...
Um dedo
um ato
um pensar
Ligar
apenas ligar
uma inspiração
uma mão
mais um ato
Ligar
pi...pi...pi...
desligado
ao final!!

venerdì, dicembre 21, 2007

Natal alucinado---Fugindo do mundo!!!

Mais uma vez é um sentimento estranho se dar conta que já estamos no natal. Músicas natalinas, compras natalinas, amigos-secretos, árvore de natal, luzes nos prédios, nas casas, nos muros. E assim continuamente todos os anos: o natal, o ano-novo. E assim mais uma vez: o natal, o ano-novo. E assim... enfim, enfim, visto que todo ano é o mesmo ritual, passaria horas aqui descrevendo que a cada ano é assim: natal, depois ano-novo.

Mas é nesses momentos mecânicos e contínuos da vida que gosto de lembrar de poesias que fizeram parte de minha agenda durante mais um ano. E tem uma de Mário Quintana que não tem saído das minhas entrelinhas - A verdadeira arte de viajar:

"A gente sempre deve sair à rua como quem foge de casa,
Como se estivessem abertos diante de nós todos os caminhos do mundo.
Não importa que os compromissos, as obrigações, estejam ali...
Chegamos de muito longe, de alma aberta e o coração cantando!"


Acho que é isso que queria dizer neste natal, neste ano-novo...Saiam de casa fugindo dela, buscando tudo que está diante de nós, o improvável, as possibilidades, as infinidades dela. Mas não esqueçam nunca de dirigir com Responsabilidade. Pois VIOLÊNCIA NO TRÂNSITO: Isso tem que ter fim....


Quanto a foto? A sim, cada novo dia também é um novo dia de construir..Não é mesmo, heheheh...sei lá, to viajando neste natal, literalmente e surrealmente...As alucinações retornam...constantemente...

martedì, dicembre 18, 2007

Ausência...De mim!!!


respingos frescos
das auréolas frias
finas camadas de porvir
lá vem ela
nebulosa, fria e leve
perturbadora fresta antes de ir

Caminhos tortuosos
dos sonhos desavenços
finos passos destemidos
lá vem ele
nebuloso, frio e leve
perturbado medo comprimido

presença cálida
de toques incertos
sem fim...sem ti
sem mim...

giovedì, dicembre 13, 2007

Desassossegos!!!

Foto: Francieli Rebelatto

"Não trocaria por nada neste mundo as delícias do meu desassossego", pois é, seria uma frase muito conformista já que o desassossego tem sido muito constante. Desassossegada sempre fui, isto é um fato. Desassossegada com a vida, com as poucas palavras, com as muitas também...Sempre desassossegada com os planos e com a falta deles...Com a ausência, e com a constante permanência. Sou desassossegada com a mudança, ai, mas a rotina como me deixa desconfortável.

Mas um dia o corpo pede fim do desassossego e de suas delícias. Será que isso seria possível? Não sei, não sei...O fato de escrever tão pouco, de ler quando menos, tem me deixando mais do que desassossegada tem me deixado angustiada...Enfim, tempos de monografia não é nada fácil, mas não seria ela a desculpa de nossos tantos outros conflitos, e depois dela, o que virá??? Prefiro o desassossego de por fim não saber mais...

lunedì, dicembre 10, 2007

Luz, não luz...


o fato de não poetizar me pertuba,
mas a poesia me perturbar muito mais
poetizar por poetizar
não faz sentido
mas também não tem sentido
não poetizar

descasco as rimas
de outrora
e lamento a falta delas no momento
então não poetizo
mas se escrevo
digo
já estou a poetizar

enfim poetizo com a luz
com os passos
com as mãos
muito mais com os poros
por fim
não poetizo mais

martedì, dicembre 04, 2007

Sangrenta saudade de verde

sangrentos dedos
nas costas nuas
sangrentos dias
nas ruas mudas
sangrentos desejos
nas tardes vazias
sangrentos medos
nas antigas melodias
sangrentas palavras ditas
nas memórias destiladas
sangrentas entranhas
nas madrugadas
sangrentas tentativas
nas poesias não mais escritas
sangrenta saudades
no verde poético que foi um dia.