domenica, maggio 31, 2009

O tempo e o vento de uma saudade....pequena...


O tempo corta o ar...
Tão manso, tão devagar
as nostálgicas saudades do arvoredo
choro, me escondo, sinto medo...

O vento corre pela manhã
nas vagas horas, de uma saudade vã
balança a cabelera da pequena
corro, me espalho, sou uma menina facera....

O tempo cobre a colina
os carros de lomba, e a doce menina
vagueia pela manhã que se finda
e pelas tardes frias do ainda...

O vento carrega lembranças
de outrora, de tantas infâncias
da pele grossa na mão enrugada
da minha querência que permanece ali, inalterada...

No lombo do cavalo, na hora do regresso, avisto ao longe minha morada.

lunedì, maggio 25, 2009

Contemplamos o silêncio..um do outro...

Silêncio.
Aqui do lado de fora tudo está mudo.
Sentamos lado a lado.
Um toque nas mãos. Mais silêncio.
No velho rádio uma música te lembra outros tempos.
Silêncio.
Entre nós.
Em mim pensamentos frenéticos se apossam da racionalidade.
Em ti...não sei o que pensas.
Apenas toca, toca, toca...como se quisesse confortar.
Silêncio.
O caminho é rápido.
Os carros, as sinaleiras, nossas mãos.
Algo absolutamente estranho no nosso silêncio.
Vontade de falar.
Mas prefiro a esquizofrenia passageira.
Ela coagula minha saliva.
Alimenta as vísceras.
E o silêncio embala o que pensamos.
Penso em ti.
Pensas em mim.
Nos calamos e pensamos o quanto é impossível falar...

lunedì, maggio 18, 2009

a versão dramática 2.4 mais intensa...quebrando a cara mais uma vez

O vazio. sim, é ele. sem sentido.consentido...tudo está vazio: cá comigo, quem sabe contigo.também fervilho, e ao mesmo tempo do tanto vazio que me comove.

mas o vazio é assim... vazio... inexplicável e acho que nem é sentido, sendo assim, simplesmente vazio...parece sem sangue nas veias. mesmo que nas veias o sangue lateja. é um estranho descontentamento. pelo vazio que é agora. pelo tudo transbordante que foi outrora. um vazio autorizado pelo livre-arbitrio. um arbítrio arbitrário, visto os fatos de um ponto-de-vista vazio. estranhezas também rolam neste manso divagar. manso. vazio. incomodo. eufórico. sinto aquela necessidade breve de me lançar. o vazio que não é um mito, nem uma caverna, faz frio. um frio real, surreal no plano essencialmente do imaginário delírio deste vazio. humano, convertido em desumano. afinal nem de órgãos, nem de sentimentos e vontades, somos vazios. mas o vazio incomoda. mais a gente que ama. do que a gente que não ama mais e está vazia. se está vazio lá fora, imagina aqui dentro, caro poeta. as paredes são brancas. as ideias planas. a libido contida. o vazio é da alma. o vazio que encarna... a pele descarnada. no olhar abduzido. no mais longo delírio. é vazio. e por isso para mim já é mais nada.

mercoledì, maggio 06, 2009

E no filme eu acreditava em me salvar no final...


Sei que este blog sempre teve um público fiel e bem oculto, que às vezes solta breves comentáros pela rua, visto que este blog já está o seu quarto ano. Mas assim, para quem gosta mais da Fran objetiva, jornalista, antropóloga, os direciono para meu outro blog . Mas, para quem gosta de divagar em palavras desconexas e bem pessoais fica por aqui mesmo e ajuda a construir mais devaneios. Se bem que agora estou na fase: Psicanálise do fogo, não mais Poética do devaneio.


É que enquanto metade de mim é tristeza, a outra metade é pura beleza, no sentido mais real da palavra. Hoje, encontrei três pessoas na rua, em que faço questão de parar para conversar, dessas antigas parcerias, a Renata, o Lobato e o Rondon. A velha guarda da Facos, que sempre mesmo, que de uma forma discreta, encorajavam meus sonhos. Os três, separadamente, foram unânimes em dizer que estou mais bonita, que enfim alguma coisa estava diferente em mim. E eu, com meu ego obviamente bem servido, fui convicta em dizer que assim me sinto, mais bonita, leve e enfim decididamente bem convicta em relação ao meu corpo, meu intelecto e minha alma. O professor se arriscou em perguntar ao que se devia tal leveza.

Não, não, não é um novo amor, nem um velho, é o amor próprio. Tudo isso pode ser "balela", papo de pscicólogo, mas entendam que me sinto bem, com uma vontade de viver inexplicável. Vontade dos velhos becos de uma "Paris", dos "Beatles" ao fundo, de uma literatura densa, de um discurso apaixonado, daqueles bem tendenciosos aos valores mais pessoais. E sem medo, eu sei que posso sacudir o mundo, ao menos o meu, e é isso que preciso, sacudir o mundo severamente, depois de todo o sarcasmo e a maldade permitida, dar meia volta e ir embora...Uma beleza, dotada de maldade? Não, não, apenas um Jeito Fran de ser, sem segundas intenções, com todas as intenções - as boas, as más, isso não vem ao caso.

Mas, fica tranquilo, Baby, sem sonhos perturbadores, sem desconfianças, sou assim mesmo, to calma, no meu canto, só sacudindo o mundo a meu jeito, por mim mesmo, sem ningúém, sem porém...


E se querem saber não nasci ontem, então desistam de tentar me entender e saber...To na boa, na paz....e o espírito é só paz...Momento de desfazer os apegos mais profundos e voltar pra casa, apenas isso, e tenha certeza que tudo volta bem melhor, e mais intenso....Ele volta, eu volto, e a ordem das coisas segue...Que sem lógica a ordem das coisas..

Ok, um texto que não é pra ser entendido, nem interpretado, é a Fran aqui tentando "exorpilar" um pouco, depois de um artigo cientíico sobre as apreensões culturais na fronteir. Por que esta vida de artista é bela, mas nem sempre é fácil...Zé Limeira falou pra seguir viagem..a feiticeira do amor, a preta da estalagem, Clementina falou que era sacanagem...ai, ai, dança da coragem, e som da loucura, manda a tempestade pra beira do mar....

Ah, mais algumas coisas (verso estilizado, ou apenas conselhos tolos que não deve ser dado, quanto menos seguido) não movimente ondas num mar que ta calmo. Não crie tempestade, onde há bonança...Não crie problemas, onde só existe as intenções...Se acalmem seres ocultos que tentam me desvendar, tudo não passa de uma falsa impressão... Sou assim...E não me sinto culpada por isso....E to arrisca sim à todos e a tudo, por que sei que sou um ser estranho, bem estranho...e to nem aí pra isso também..o corredor segue, as palavras são poucas....mas só me basta intensidade....


Mas, confesso, que de certa forma, eu tenho medo de ver as criaturas da noite...Porcelana, lua de luz violeta....

sabato, maggio 02, 2009

A silenciar..lá fora!!!

O silencioso batuque
abafa a música ensurdecedora
aqui fora

O mais profundo e inquietante silêncio
da música nostálgica que soa, soa
...se tudo fosse calmo

Nem mais o silêncio
nem mais as canções de nina
nem os batuque dos negros na senzala
Tudo devagar
a se silenciar, silenciar

E as frenéticas composturas dançantes
perderiam-se nas noites
longas e massivas


Afinal tudo é silêncio
na estridente música que insiste em tocar...
Toca...toca...a tocar


O batuque toca a silenciar...