mercoledì, febbraio 28, 2007

Éramos, seríamos, fomos...

Éramos, seríamos, fomos
Inconstantes perversidades guardadas
Bradadas entre poesias
Ditas e malditas
Desavenças desacreditadas.


Então, éramos...
Um só, dois quem sabe
Soprando no vento dos desafetos
Encontrados nas entrelinhas
Bem vistas pela alheidade.

Então seríamos...
Eficazes porcelanas envidraçadas
Pedaços largados de esperança
A descrença na crença da possibilidade.


Então fomos...
Intensos, finitos
Das formas imperfeitas
Dos lamentos desprezíveis...


Éramos, seríamos, fomos...

Bom, prometi a uma amiga que colocaria a explicação deste poema, mas confesso que isso não é do meu agrado, gosto das palavras soltas ao vento e que elas sejam catadas por cada um segundo seus valores, suas crenças. Gosto das múltiplas possibilidades de interpretação nas entrelinhas das minhas poesias, por que não passa pela minha cabeça uma única explicação para elas, mas muitas. Muitas em minha vida, muitas quem sabem na vida de quem as lê.

Então será que esse poema seria dedicado ao Big Brother da noite passada? Quem diria, eu me inspirando neste programa que tanto difamei, esbravejei contrária. Porém, sempre amadurecemos: a cada dia, a cada nova experiência, e eu estou aprendendo a aceitar até mesmo o Big Brother, pois segundo meu irmão e a minha amiga ali se forma uma micro-sociedade (hummm, será que Foucalt disse isso? Creio que sim). Bom se ali temos uma micro-sociedade temos relações e se temos relações às temos de várias formas: intrapessoais, neste caso. (diz meu irmão).

E o jogo segue, os ânimos se desanimam, o confinamento pesa, e a falta de liberdade também. As relações se estreitam ou então se desfazem. Ah, as relações! O mau caráter que como pessoa longe das câmeras é mau caráter vem à tona com gargalhadas soluçantes. O bom caráter se mostra bom caráter. No fim todos erram, mas para quem conhece o bom caráter perdoa o erro, e da um abraço de “Vai Carlos, vai ser gauche na vida”. Meu Deus, pareço Pedro Bial, com suas crônicas totalmente opinativas no BBB.

Bom, mas enrolei até aqui para lhes dizer e explicar que a poesia ali de cima, sim está inspirada no BBB e por isso na nossa própria vida, na minha então nem se fala. Mas, “Vai Satania, ser gauche na vida”. Drumond que me perdoe, mas ele sabe os motivos dignos pela qual suas palavras fazem parte destas entrelinhas.


martedì, febbraio 27, 2007

Amarrados pela compatibilidade de nossos colos...

Deitaste no meu colo suavemente naquela tarde fria, esvaziaste seu ser com dizeres ditos e não ditos. Ouvi calmamente sua alma, como ouvia a mim mesmo. Perdido, evasivo, fugidio, inseguro. Estavas assim, impregnado pelo cansaço da derrota que aos poucos ocupara seus poros miúdos.

Conversamos discretamente, lamentamos discretamente e assim também choramos. O tempo teria parado face as nossas aflições, muito mais as tuas. E eu ouvia seu pulsar mais uma vez miúdo no meu colo nervoso.



Éramos compatíveis em segredos absolutos, éramos compatíveis em desejos mudos, éramos compatíveis no seu nosso verde olhar, éramos compatíveis na forma calma de amar.

Choramos pela compatibilidade, choramos pela necessidade, choramos por que teu rosto se afastou do meu colo e meu colo se distanciou dos teus traços. Um beijo lento, quente, nervoso.

Voltaste assim, com o vento na cara para tua realidade, com o calor dos meus olhos. E eu fiquei com o sabor das tuas pálpebras semi-cerradas na minha fragilidade. Por que lembrar, então tal fato?



Sim, agora é meus traços que precisam do teu colo. Estamos assim, presos as nossas compatibilidades e isso não nos liberta jamais. Sendo assim, vem me dar colo!!

domenica, febbraio 25, 2007

Não eram nada...Eram apenas...Gotas

Caminhavam assim perdidas no tempo, a repensar suas próprias criticas. Sentaram naquela tarde quente sobre a pedra na sombra da velha figueira e trocavam olhares que jamais lhes tinham dado. Estavam certas da vitalidade de suas presenças, da construção de suas dúvidas. Estavam dispostas a merecer sua dignidade e querima então olhar-se o suficiente para reconstruir suas próprias vidas.



Estavam assim, lado a lado, descrentes dos dissabores, mas dispostas nos desamores a serem mais uma vez elas. O olhar ainda baixo lastimava a falta de sabores no deleito da outra noite. O olhar por vezes alto debruçava no leito fresco de seus colos.


Tenros colos maldizentes daqueles seres. Colos quentes e convincentes dos rostos penumbrados delas. Mas estavam ali diante de si, diante de suas fraquezas.


Fraquezas finitamente vulneráveis aos descrentes, finitamente aceitável pelos não-hipócritas. Estavam ali com a força da vitalidade das suas faces carnudas, dos seus mamilos vertentes, das suas pálpebras apagadas de luz finita.


Estavam ali. Sentadas sobre a pedra negra. Olhavam para baixo e para cima. Sentiam os sabores e desamores. Desejavam a vontade e descrença. Eram únicas. Eram dúbias. Não eram nada. Eram apenas gotas.

sabato, febbraio 24, 2007

No meu caminho estás...

Aguentaria tudo,
tuas lágrimas, palavras, piadas
deixaria tudo
minhas lágrimas, meus dizeres
minhas vontades.
Mas já não aguento mais
olhar, sentir, querer
já não suporto mais não ter
não ser...

Desistiria do verde do teu olhar
desistiria das minhas verdades
desistiria de não sentir
mas a chuva cai mais uma vez

Te vejo no meu caminho
Te sinto no meu caminho
Te desejo no meu caminho.
Por isso desistir jamais o faria.

giovedì, febbraio 22, 2007

Poesia fria, da cor colorida descolorida de mais um dia!

Foto: Francieli Rebelatto


Das cores, sabores
venenos, inverdades
das cores perversas
o sentir desalinhado
textura fria
não, seria quentes texturas
os sabores amargos
dos doces sabores
cores vivas
das mortes vidas coloridas
Enfim, como ver a vida
como a perversidade que te chama
como a poesia que vagueia
no entardecer desse dia
nas entrelinhas
da flor vazia, poesia no dia demais um dia
da cor, que renova em cor
decolorida...


Isso é a vida
Isso é a hipocrisia
isso tudo é poesia
na veia da cor descolorida
pela chuva calma desse dia..

mercoledì, febbraio 21, 2007

Com os enganos, as verdades...

Não queria hoje ser portadora de palavras tristes, quanto mais depressivas, não quero relembrar breves coisas de um breve passado, porém já passado. Mas, visto que encontrei num livro que estudo para minha mono um texto de Dotoieviski que devo levar em conta na minha vida, então por isso, volto há um pouco de reflexão, em relação aos meus atos, aos nossos atos. Até mesmo aos atos dos hipócritas e por que não do meu eu poético.


Vamos ao texto então: “Eu gosto disso, de que a gente se ‘engane’... É a única coisa em que o homem é superior aos outros organismos. É assim que se chega à verdade. Sou um homem e é porque me engano que sou um homem. Não se chegou nunca a nenhuma verdade sem ter-se enganado ao menos quatorze vezes e isso é talvez um caso singular em seu gênero. Mas sequer sabemos enganar-nos de uma maneira pessoal. Um erro original vale mais que uma verdade banal”.


Diz-me, como não trazer essas palavras à tona, para quem me conhece, aliás para quem conhece Satania, sabe que essas palavras não passam despercebidas, quanto menos sentidas. Delas sugo tudo que renova minha alma, que enxuga minhas lágrimas, enfim, tiro a vitalidade, a serenidade e a verdade e isso me basta, isso me faz mais uma vez perceber que tudo volta ao normal. Mas depois de perceber meus erros, percebo que o que mais tive foi engano. Engano no ombro que se dizia amigo, engano nas palavras doces que salpicavam da saliva falsa, engano no brilho do olhar artificial, engano na amizade exposta que nada mais era do que hipocrisia.

Depois dos enganos, sou melhor, meu eu poético é mais puro e perto de mim, só os resultados desse engano: o olhar verdadeiro, o ombro de fato amigo, as palavras que me fazem mais forte, a amizade mais confiante.


Dizem que todo mal remete a um bem. Comigo foi assim, espero que você que lê as entrelinhas da Satania também, se engane o suficiente para saber com quem pode contar.

Fotos e texto: Francieli Rebelatto

giovedì, febbraio 15, 2007

Lado a lado


Lado a lado
Destino talvez,
Caminhos, mais uma vez
Piadas, rugas, olhares
Palavras, toque, destino
Escadas
Janelas
Portas
Dizeres
Quem diria
Lado a lado
Sentimos,
Corremos
Dilacerantes olhares
Lado a lado
E nada mais
Destino e ponto final.

domenica, febbraio 11, 2007

Nossa mente e nada mais, o resto é hipocrisia...

Foto: Francieli Rebelatto

O será a cerca do ontem desgasta minha alma e minha mente, então por que insistimos em nos ater a esse passado de desilusões e decepções tão irrelevantes? Por que nos fechamos num casulo de angústia, se o que nos resta é ir além daquilo que já fez de nós um dia mórbidas vítimas fracassadas por determinados atos inexplicáveis.

A busca daquilo que consideramos racional, faz com que esqueçamos que racional é o controle dos desgastes das emoções. Mas como controlar algo muito além da nossa capacidade de julgar ser certo ou errado? É realmente essas são apenas algumas das muitas perguntas imutáveis à cerca de todas as coisas imprevisíveis que acontecem em nossa vida.

A superação parece ser algo tão distante que se torna algo muito questionável, quando deveria ser a solução para determinada situação. Como se bastasse superar para poder esquecer o evidente que sempre esteve diante de nossos olhos, mas nunca tivemos a capacidade de reconhecer o óbvio. O problema é que o óbvio se torna algo muito remoto diante de nossa frágil mente.

Quanto ao coração não gosto de citá-lo, pois acredito que nesses momentos, se não em todos, ele é um órgão exclusivamente mecânico, ignorante de tudo que se passa em nossa mísera e inútil consciência, que nos momentos de maior necessidade se torna inconveniente para qualquer atitude racional, e consegue até ativar de nossos olhos as lágrimas que jamais imaginaram cair por motivo tão incoerente.

Lágrimas estas que por mais insólitas que sejam, não são capazes de mostrar o que a cabeça fervilha sem rumo e sem explicação. Lágrimas que a única função é mostrar nossas fraquezas, assim como nesse momento estão a ponto de cair.

Fraquezas inimigas de tantas horas, ou será que posso considerá-las amigas, pois ao mesmo tempo em que desestruturam meu ser, também mostram que sempre existe vez pra recomeçar.

E o recomeço quer algo mais complicado, pois ele requer muitas escolhas e essas que fazem do homem o que ele é e não o que ele deseja representar. Escolhas que levam em conta todos os pesares ou simplesmente são feitas de forma inconsciente. E aí a história começa toda novamente....então resta a mesma dúvida será que um dia vai acabar?

mercoledì, febbraio 07, 2007

Fenix renascem mas a minha não nasce mais...


Medo...medo...
Obscuros dizeres que me rondam
minha consciência
o erro
a falta
o que de pior pode existir
me abandono
e mais uma vez medo
mais uma vez julgamento
o meu...e esse é maior que todos.

domenica, febbraio 04, 2007

Quem é ela?

Os curiosos sempre me perguntam quem é ela. Descritas em minhas poesias, dona das palavras mais fortes, dos sentimentos mais verdadeiros. A única que assume suas fraquezas, suas debilidades, que grita o que ninguém quer ouvir, mas todos sabem que um dia terão que escutar.

Fotos: Francieli Rebelatto

Pois me perguntam caros leitores, quem é Satania? E eu que aqui esparramo esses devaneios desdobro palavras para não desvendar esse mistério. Mas saibam que estou farta e decidi então contar quem é Satania.

Querem mesmo saber? Vocês estão preparados para isso? Isso, você mesmo que está aqui a me ler, que quem sabe tenta ler a tua própria vida. Você que me lê por que gosta de minhas poesias, por que gosta da minha vida, ou apenas você que gostaria do meu caminho, ou que desafiaria meu destino. Você que me espreita sem sentido, ou então que apenas devaneia comigo. Sim, é você quero que saiba quem é a verdadeira Satania.

Recebi um dia, uma longa carta, a mais verdadeira da minha vida, nela estava a descrição da minha Satania. Chorei, li, reli, escrevi, tentei. Estava ali descrita com minuciosidades, era ela, era eu, era você. Como ser Satania, então? Vamos ao teste: Já sentiste uma dor lá no fundinho do peito, aquela que da uma coceira longa? Já deitou no sofá encolhido e ficou com medo da porta ser aberta? Já tremeu a perna ao ver olhos misteriosos na tua frente? Já chorou ao fim da tarde por ver lembranças do que se foi? Já tomou banho cantando a própria tristeza? Já riu das dificuldades ao acreditar que um dia tudo isso será uma grande piada? Já se olhou no espelho e te assustou com o que viu? Já se achou gordo, e no outro dia vazio? Já sentiu vontade de botar uma mochila nas costas e ser você mesmo? Já se indignou com uma criança cantando na galeria, ao mesmo tempo que apreciava a canção?


Enfim, enumeraria inúmeras possibilidades de ser Satania, de reconhecê-la. Daria motivos para adimirá-la. Mas satania é isso, é meu eu poético, é teu eu poético. É minhas lágrimas, minhas tristezas, minhas angústias, é minha energia, meu tesão, meu coração. É o que sente, é que sou, é o que você é.

Satania é poesia, é vida, é lágrima, é intensidade, por fim, é insanidade. Satania é muito mais que tudo isso, é o que me permite escrever, é o que me permite ser eu mesma. Satania é então, a prostituta respeitosa e nada mais.

giovedì, febbraio 01, 2007

Não falo de flores, nem de amores. Falo do improvável...

Foto: Francieli Rebelatto

Hoje não falaria de flores, nem de amores
de poesia, nem de entrelinhas.
Hoje abandonaria meus discursos visionários,
meus indiscursos...as verdades
Hoje me retiraria para dentro de mim,
numa busca contínua por não ser
Hoje, enfim eu não seria e nem teria
flores, amores, sorriso, sacrifícios.
Hoje eu seria mais nada, enquanto nada quero ser.
Hoje me sentiria assim...
Vazia, chorosa, discrente.
Hoje, eu queria no fundo deixar de ser quem sou
quem sabe assim mais uma vez seria eu.
Mas, hoje eu encontrei flores, amores.
E então vi que quem sabe ainda sou.
Mesmo que isso me leve a tanta dor...