venerdì, settembre 29, 2006

PRO- GRESSO? E o Lula que não compareceu?

Eu confesso que um dia usei broche, vesti a camiseta e segurei uma bandeira. Eu confesso que briguei com amigos na escola, que distribui panfletos, que gritei em comícios. Eu confesso que comemorei vitórias e que chorei pelas derrotas do meu partido. Eu confesso que um dia sonhei em ser política, que acreditei nas ideologias partidárias. Eu confesso que defendi partidos, pessoas, legendas. Defendi o que acreditava ser uma política ideal. Tudo isso, agora está guardado no fundo do baú das lembranças alegres, de um tempo em que se podia acreditar em alguma coisa.


Porém, hoje venho até aqui para desabafar, pois hoje eu confesso: que não acredito mais na ideologia do meu partido, não acredito em nenhum sentido na palavra esquerda. Eu confesso que militância é apenas mais uma palavra banal. Eu confesso que pela primeira vez nessa minha “curta” vida simplesmente não tenho em quem votar e não vejo sentido nessa ação, que um dia tive como prioridade.

Pois, perderam-se as ideologias, as ganâncias por justiça, à vontade de realmente fazer política. Acabou-se tudo, principalmente a vergonha na cara. Neste momento estou aqui ouvindo um debate ridículo, em que nosso “glorioso” presidente da república simplesmente não compareceu. Na terça ouvi um debate morno, em que propostas se repetem sem sentido e são abortadas por ofensas partidárias na plenária do Rio Grande do Sul.

O que fazer então neste domingo? Digam-me caros amigos, como ver a palavra Progresso ainda junta na bandeira, quando não temos motivos nenhum para votar, quanto menos para acreditar nos nossos políticos.


Por isso confesso:
* Que meu partido PMDB já não existe mais, e foi fraco como todos os outros que acobertaram tanta corrupção.
* Que vejo na esquerda apenas falsos moralistas.
* Que militância é apenas ilusão.
* Mas mais do que tudo, confesso que ainda vou voltar aos velhos tempos. E por quê?

Por que eu sou brasileiro, e brasileiro não desisto nunca.

De fato só sendo brasileiro, para agüentar tanta hipocrisia.

giovedì, settembre 28, 2006

Breve momento. Apenas isso.

Miro-te nos olhos negros que me perseguem.
Deslizo no corpo moreno que me espera.
Sinto o cheiro impregnante que me conquista.

Porém, me despeço como deixo tais palavras sobre a mesa.

Por um breve momento te quis, apenas isso.

martedì, settembre 26, 2006

Caminhaste sozinho...voltaste em outras ondas.

Caminhou sozinho naquele dia em frente ao mar calmo. Estava tão sereno quanto à brisa leve que tocava seus cabelos bem penteados. Era esbelto, bem arrumado e conservava no olhar uma serenidade invejável. Não sabia ao certo o que ali procurava, entre as conchas e areia intacta. Não sabia o que aquele ar fresco da manhã o invocava. Sabia, porém que deveria continuar sua caminhada no ritmo solene dos seus passos miúdos e delicados.


De repente apenas mirava o horizonte, mas brevemente seu olhar se debruçava sobre a areia soberana mais uma vez. Mantinha a cabeça baixa, o que de certa forma limitava sua visão do dia que despontava por detrás de sua sombra. Estava em paz, porém não menos curioso, pelo fato de ter tido aquela vontade destemida de andar silenciosamente, de uma maneira jamais vista, quanto menos sentida pelos seus pés, quanto menos percebida pela sua alma. Então naquele dia devagar desfrutou de cada toque da areia nos pés, de cada barulho do mar ao se precipitar nas pedras, de cada raio de sol no seu corpo desprendido da prisão de pensamentos pesados, escuros, amargos.



Sentou-se mais tarde e apenas apreciou o findar de mais um dia, aliás, de seu dia. O único que definitivamente foi seu. Mais tarde nos encontramos e então vi em Pablo um admirável brilho no olhar, pensei que teria renascido, pensei que agora de fato teria reconhecido um verdadeiro Pablo. Senti-me feliz por ele, mas de fato frustrei - me, pois meu antigo Pablo foi levado pelas belas ondas de um mar distante.

sabato, settembre 23, 2006

Elas voltaram, e minha alegria também...


Dilacerantes, venenosas
quentes, úmidas, sensuais
invadiram-me repentinamente.
Tomando posse do meu corpo quieto
Senti-as querendo explodir
Saiam pelos poros,
pelos olhos, pelas lágrimas
pelas risadas expansivas
pelo gozo inesperado
Saiam voluntariamente do meu espírito
Quietas, bonitas
Alegres, poéticas...
Sim, elas voltaram.
Em breve cá, também, estarão.

giovedì, settembre 21, 2006

Incolores idéias verdes dormem furiosamente


Nas palavras de Chomsky, que não sei onde as encontrei, me ponho mais uma vez a lamentar o fatídico fato de não mais ter palavras para aqui despejar.

Sim, me sinto vaga, vazia, superficial. Não sei ao certo como explicar esse sentimento que me abala quando elas saem da minha vida. Por que as palavras têm alma, e quando as maltratamos, elas saem silenciosamente do nosso mundo, nos fazem penar pela sua falta.

Até o dia em que nós meros escritores, sentimos-nos obrigados a jogar-se aos seus pés, implorando para que façam parte de nossas mãos, dos nossos olhos, da nossa alma. Mas, de fato elas são cruéis e então aqui estou praticamente implorando para que elas voltem: subjetivamente, objetivamente, bonitas, tristes, indignadas, furiosas, vagas, dilacerantes, honestas, perspicazes.

Nossa! Realmente as sinto como pessoas, mas são seres muito mais grandiosos essas tais palavras, essas tais idéias. Enquanto imploro: incolores idéias verdes dormem furiosamente.

mercoledì, settembre 20, 2006

Te espreito sem que me percebas...


Eis-me sentada
Na estrada faminta
de ladrilhos mal feitos
de calçadas mal arrumadas.

Eis-me a esperar teus passos mansos
Teu breve cheiro do verão
Teu beve toque contramão.

Por vezes me levanto e danço...

Nas calçadas ingratas
nos desejos enganados
Danço sobre armas quimícas e os poemas
Danço sobre meus próprios dilemas

Me sinto lívida e sagaz
Depois de passos desconcertados
os ladrilhos já são ignorados
E então, mais uma vez eis-me aqui
Esperando tua presença voraz...

Eis-me aqui na beira do caminho a espreitas teus pés ao longe...

martedì, settembre 19, 2006

Um post sobre as impressões do interior do Rio Grande Do Sul...


Acordar de manhã bem cedinho no inverno e correr para cozinha onde o fogão velho já esta aceso e a lenha queima vorazmente para aquecer mais uma manhã de campos brancos lá fora. O café é preparado no bule velho, enquanto o mate é servido na cuia larga, depois da água borbulhar numa chaleira de ferro.


Os galos, não fazem muito tempo, cantavam lá fora, como que num ensaio de coral, se ouve barítonos, sopranos, os do quintal, os do vizinho, os do outro lado do morro. Cada qual com seu canto, cada um com seu tom despertam os colonos que ligeiramente se desvencilham das cobertas pesadas de lã de ovelha. Tiram com muito pesar a cabeça do travesseiro alto de penas de galinha ou de pato e se preparam para mais um dia de inverno.



O café é posto a mesa: queijo, marmelada, pão de forno, mel puro, bolachas de maisena, salame de porco, leite e o café do bule então se derrama na xícara de porcelana. No ambiente o som da Rádio local, dos velhos apresentadores com o mesmo cumprimento de todas as manhãs, da música sertaneja que acompanha o ritmo lento do sol ao nascer por detrás dos montes.

É hora de ordenhar as vacas, tratar os porcos, chamar as galinhas e se preparar para mais um dia de labuta na roça. Às vezes se vai de trator, outras vezes de carroça puxada a boi, em outras apenas eles e sua enxada. Mas enfim um dia de trabalho no campo lhe espera. Capinar, colher milho, apanhar frutas, limpar a horta, colher verduras, alimentar os animais. Plantar, cuidar, colher.



Parece simples, quando acordamos de manhã e avistamos um bloco de construção do lado da nossa janela. Que pena que nem todos puderam um dia acordar numa manhã fria, abrir a janela do quarto e ver o sol que cobre a geada que já se desmancha. Que pode ver o gato sapeca, o cachorro esperto, as galinhas descendo das árvores e não ouviram os galos numa disputa de sinfonia. Que pena que nem todos tiveram a infância que eu tive no interior.



Que não viram a expressão de traços cansados e gastados pelas agruras do sol, que não viram cada estação do ano despontado ao seu ritmo natural. Que não viram as flores desabrochando, que não sentiram o perfume das flores do pessegueiro. Que não se lavaram da água que jorra da torneira faceira no tanque velho da minha avó. Que não tomaram um café doce de bule. Que não colheram a mandioca e depois a comeram com o prazer de ter a certeza de sua qualidade. Que não passaram um dia inteiro de chuva ao redor do fogão à lenha comendo pipoca, pinhão e um mate.



Enfim que pena, sinto de quem não conhece o interior, de quem não conhece o ritmo natural da vida, o sabor natural das frutas, o cheiro natural do ar, o brilho natural do sol sobre a geada. Mas sempre há tempo, por isso não deixem de conhecer um pouco do interior desse mundo e sentir o gosto verdadeiro da terra.

Uma postagem pela qual trago um pouco do interior de Charrua, No Rio Grande do Sul (Brasil, para situar os amigos blogueiros de outros países) descrito nas imagens e também nas palavras, minha avó ia chorar.


lunedì, settembre 18, 2006

Minha Satania! O que farei se ela partir?

Sentiu que sua cabeça doía, tentou se levantar aos poucos da cama desfeita e sentiu que seu corpo também doía. Havia dormido com a roupa que saiu de casa na noite anterior, seu corpo cheirava a cigarro e álcool, na boca seca o mau hálito de muitas bohemias, skol, e a fatídica Antártica, na verdade lembrava de poucas coisas que acontecera durante a noite. A única coisa que sabia naquele momento é que precisava de um banho e de um copo de água muito gelada.

Disse-me depois que só durante o banho começou a lembrar de tudo que tinha acontecido. Primeiro tinha se refugiado numa festa, com pessoas que não eram desconhecidas, mas que, porém, no ar sentia feder a intriga, a desarmonia, a inveja. Percebia que olhares fulminantes a queriam longe dali, por isso o álcool foi o refúgio daquele ambiente. Porém, o ambiente um dia lhe poderia ser possível, e de certa forma já o é, pelas pessoas que nele fazem parte, mas ela queria se desvencilhar da idéia de que sua vida teria que se resumir a companhia de pessoas falsas, hipócritas.

Depois de ver, rever, cheirar, lamentar tal hipocrisia que corria solta no ar da festa infame, sentiu vontade de ir para longe, esquecer as pecuinhas, a falsidade, queria um lugar legal para dançar, para continuar na sua busca incessante pelo álcool que lhe tiraria a razão de pensar o tempo inteiro naquele olhar verde, que perturba sua mente, que invade seu mundo. Quem sabe onde estaria ele, de certo, no lado do inocente oposto. Inocente, porém o queria longe de qualquer coisa, o queria ali do seu lado, achava que aquele olhar era o único a saciar as suas expectativas. Queria sentir a presença de alguém verdadeiro, de alguém que ela pudesse acreditar que ainda existem relações verdadeiras.

Mas, ele mais uma vez ficou só em pensamento, então, desceu as escadas do lugar escuro, era a primeira vez que ali entrava com o brilho de seu olhar. Tanto que é certo que os conquistou, porém não foi conquistada e mais uma vez se restringe a encontrar em uma garrafa, aliás, várias, de cerveja, o refúgio de seus males. Desceu as escadas ligeiramente e se segurava no corrimão, lá em baixo, num pequeno lugar caustrofóbico, se confundia entre a luz vermelha do teto, e o som da guitarra que a embriagava. Ali, experimentou diferentes sensações. Num suave momento tentou esquecer da própria vida, tentou esquecer do olhar verde, mas tudo foi em vão, bastou perceber que estava sendo observada, para entneder que aqui, em Santa Maria, já não é mais seu lugar, que dentro daquelas garrafas de cerveja já não é mais seu refúgio, e de que aqueles olhos verdes são a única coisa que ainda aqui a fazem ficar.

Ela acordou mal no outro dia, mais mal por peceber que é fraca, dependente e que fede a lembranças de mais uma noite mal-sucedida, quem sabe em outros tempos divertida. O fato é que enquanto ela me contava essa história, vi-lhe faiscar dos olhos uma suave tristeza que as poucos está acabando com a minha querida e única Satania. Coloquei-a entre meus braços e somente lamentei, pois minha Satania, está infeliz, então me pergunto: Será que devo deixá-la partir?

Aos poucos se vai, para além da luz dos olhos que a consome

giovedì, settembre 14, 2006

Da janela te espreito, sem te tocar.

Restos, entulhos, traços
Abarcados na retina.

Cacos, vidros, linhas
Difundidos na minha alma.

Verdades, inverdades, cores
Introduzidos nos meus dias.

Desejos, penumbra, álcool
Impregnados no meu all star.

Querer, poder, saliva
Nos destroços da tarde
Que se esvai entre os dedos
Entre as rugas
Entre eu e você
Entre o que ignoro
E me escondes
Nas entrelinhas do teu braço quente
Nos desejos jogados ao vento sem destino
No destino simplesmente ignorado.


Mas, são restos, entulhos, traços,
Cacos, vidros, linhas
Verdades, inverdades, cores
Desejos, penumbra, álcool
Que guardo do teu cheiro...

Apenas te espreito porém

Da janela que na verdade não quero ver...


mercoledì, settembre 13, 2006

Até onde você quer ir a toca do coelho?

No começo só havia um vazio transbordando de possibilidades infinitas, nas quais uma delas é você. Essa frase pode parecer forte, mais forte, porém é o Documentário da qual quero falar e que vem causando grande impacto na vida das pessoas, na minha ao menos foi. Quem somos nós? Sim, esse é o nome do doc. que falo, mas essa também é uma das perguntas que muitos de nós fazemos permanentemente.

O filme trata da Física quântica e como ela entende o mundo, aliás, como ela tenta entender o mundo, se dando a oportunidade de debater em cima de verdades absolutas, premissas pelas quais somos aprisionados, por leis que o mundo externo nos apresenta sem levar em conta nosso mundo interno, a realidade intersubjetiva de cada um. Mas o que é a realidade? Perguntam-se eles, perguntama-nos nós. Por que estamos aqui? De que são feitos os pensamentos? Será que os mudando, mudaremos nosso mundo?

De fato todas as respostas não são sabidas, porém as perguntas trazem novas formas de estar no mundo, pois o grande segredo de estar no mundo é o mistério. E se encontrássemos as respostas facilmente, não teríamos por que nos perguntar, da mesma forma, não teríamos por que viver. Mas, o problema é que temos sido condicionados a acreditar que o mundo externo e as premissas que nos são apresentadas são verdadeiras e assim poucos de nós investimos na toca do coelho. Uns por medo de encontrar respostas que mudariam suas vidas, outros por que acreditam ser bem mais cômodo viver entre a obscuridade, pois isso lhes tira a responsabilidade de saber que podem sim mudar sua realidade. Isso demanda coragem, inquietação, diria que até incomodo.


Sim, eu sou uma dessas que insatisfeitas com as respostas que me são apresentadas, vivo sob vários discursos, pois me permito buscar verdades em todas as coisas novas que na minha vida aparecem. Acredito sim na nossa força interna, que pode agir sobre nosso ambiente, sobre tudo que nos cerca, pois não somos seres isolados, tudo depende dos nossos movimentos de consciência, da manifestação de nossas experiências. È por isso que esse documentário que vos indico vale a pena, pois faz você perceber que não estamos sozinhos em pensamentos e em buscas de explicações que parecem absurdas, que ignoramos maior parte desse mistério que é a vida e por isso temos que nos dar a oportunidade de ir à toca do coelho e tentar desvendar ao menos os mistérios que a nossa realidade pode apresentar.

Parece fácil, mas de fato continuamos viciados a estados emocionais que sempre geriram nossa vida, e assim nossa rede neural está acostumada a esse tipo de sentimentos e dificilmente conseguimos nos desvencilhar deles, das verdades relativas que nos aprisionam. Estamos viciadas em condições de vida impostas a nosso cérebro pelo mundo externo. E os vícios não têm como impedir momentaneamente, pois ele sempre quer mais situações que atendam nossas necessidades químicas. Viciamos-nos em nossos próprios estados emocionais.

Então se permitam não só a assistir ao documentário Quem somos nós, mas também se perguntem qual o propósito da vida? A principio tudo vai parecer um colapso, você vai ficar nervoso, mas aos poucos seus antigos conceitos vão ruir e você vai experimentar sensações novas de descoberta, do poder que temos sobre tudo que nos cerca, do poder que temos sobre nossa realidade. Vamos desvencilhar nosso cérebro das hipocrisias da vida e por que não tentar uma nova vida. Pois você já tentou se observar através dos olhos da pessoa que se tornou? Difícil, não! Sim, nosso pior drama é saber o que mudará em nossa vida se mudarmos nossas escolhas. Precisamos ao menos tentar, pois o mundo é uma gama de possibilidades e o poder de escolher entre elas ninguém lhe tira, nem mesmo você.

Se não sair achando tudo uma loucura, é por que você não entendeu nada. Degustem o doc. e degustem o prazer de estarem na toca do coelho do mistério, num novo mundo.

domenica, settembre 10, 2006

Soar dos meu desejos sobre teus passos.

Repousa em meus ombros
O doce tocar de seus olhos
Os meus, vão em direção aos pés cansados
E vejo que você não está ali

Afasto-me, então da penumbra da tua falta
Retiro-me delicadamente para meu refúgio
Deito sob mim mesma
E ponho-me mais uma vez a te esperar


Vejo-o descer na escada mansa
Que um dia te estendi na minha alma
Teus passos brandos em perfeita sintonia
Mais uma vez me fazem te esperar,
Preciso do teu olhar verde nesses meus dias de pesar.
Será que és capaz de escutar?

O soar do meu desejo incansável.

venerdì, settembre 08, 2006

O encontro, momentos depois abrem-se outras portas. E se vai.

De repente eles se encontraram na rua e se abraçaram longamente, num abraço involuntário. Num abraço que há tempos não era vivido. Deliciam-se no cheiro mútuo de seus pescoços. Do toque leve de seus corpos, de seus braços.

Deliciam-se num momento ininterrupto em que as lembranças repousam sobre seus ombros. Lembranças dos dias quentes e felizes, das lágrimas no fim da tarde. Dos momentos em companhias mansas, em dias nem sempre tão mansos.

Mas devagar o abraço se desfaz, assim como se desfazem aos poucos nossas lembranças fugidias. Afastam-se, então, os olhos brandos, os braços, agora fracos. E também, o sorriso se esvai em meio a perdida lágrima que repousa no rosto ainda jovem.

O que nos resta, então, quando olharmos para traz?
Lembranças doces, nervosas, intensas, concretas, de repente e infelizmente para alguns nada.

Uma breve homenagem a minha turma de Jornalismo, já que estamos em momentos de muita depedida, Rádio, digital...enfim, ano que vem estaremos formados, então, vamos aproveitar e que muitas filosofias de bar rendam pequenos e grandes textos nas nossas vidas.

martedì, settembre 05, 2006

A angústia que soa devagar no meu mundo...

Angústia me sufoca devagar
Nervosa, me detenho em pormenores.
Nessa tarde gélida e cinzenta
O que me resta senão ir embora.

Consciência, porém, pesa no meu divagar.
Entre o erro e o acerto me subestimo
Confesso meu lamento e fraqueza
Esguia, terei de ser nesse momento.


Em que procuro refúgio na poesia
Quando o que me atormenta é a objetividade da vida.

domenica, settembre 03, 2006

Despi-me! Desistir? Nunca...


Despi-me dos medos e dos erros
Desistir não caberia a nossa vã fraqueza
Não agora que já o amo
.
.
.
Beijas-me, então de verdade
Despreza as lágrimas que te molham
E simplesmente me abraça forte.
.
.
.
Serás e és meu melhor presente
E isso me basta
Nessa noite fria
E em todas que espero teu verde olhar me tocar.

sabato, settembre 02, 2006

As rugas me perseguem, mas eu não desisto.

Quando somos crianças, nosso desejo é fazer 10 anos, pois todo número arredondado creio que soa melhor aos nossos ouvidos. Depois dos 10, queremos nossos 15. Acreditamos que a partir daí, vamos ter a liberdade de irmos sozinhos em festas, teremos nossos primeiros namorados, usaremos roupas mais ousadas (se bem que hoje em dia, tudo isso se dá muito mais cedo).

Sim, depois dos 15 anos, queremos desesperadamente chegar aos 18, pois temos a ilusão, de que aí sim seremos independentes. Mera ilusão. Nesse momento começam nossas dependências, principalmente financeiras. Parece que nos tornamos mais uma vez crianças.

Quando estamos na pré-escola queremos estar na primeira série. Quando estamos na sétima série queremos estar na oitava, para podermos “mandar” nos outros e ser superior nos jogos de interséries. Quando estamos na oitava não vemos a hora de chegar ao segundo grau. Segundo grau, turma diferente, colégio diferente, gente mais madura. Que idiotice!

Depois do segundo grau, e dos dezoito, a faculdade: a tão sonhada faculdade, acreditamos que de fato, vamos encontrar nossos amigos para vida, a liberdade de fazermos o que quisermos, o tempo para curtir todas as festas, enfim, fantasiamos, nos iludimos, sonhamos.

E assim, permanecemos a maior parte dos nossos anos planejando... almejando... sonhando... e muitas vezes deixamos de viver o presente dos 15, dos 18, dos 20, dos 22.


Queremos os 30, porque aí estaríamos com estabilidade para construir uma família. Queremos os 40, porque estaríamos com maturidade para relações amorosas. Queremos os 50, porque seremos experientes o suficiente para ensinar os mais jovens. Queremos os 60, porque teremos a segurança de uma aposentadoria. Sim, sempre queremos o que não somos e a idade que não temos, mas será que um dia vamos ter consciência de viver a nossa idade, as experiências de cada fase, de cada processo?

Hoje me perguntaram o que quero fazer daqui a 10 anos. Neguei a responder, porque fodam - se daqui a dez anos! Agora quero viver meus 22. Sim, acredito que devemos nos planejar e trabalhar para conseguir o que queremos, mas não devemos de jeito nenhum nos tornar escravos dos anos que estão por vir.

As rugas sempre nos perseguirão, mas que venham ao seu tempo natural que aí as receberei com muito orgulho. Aos 22, ainda não as vejo no meu rosto, aos 50, quem sabe?


Sou eu, pensando na vida, como sempre

Meu aniversário gente....