mercoledì, agosto 30, 2006

Divagando em sentimentos e palavras dilacerantes.

O murmúrio suave da água que cai, confunde meus sentidos e meus breves pensamentos voltam-se para algo que até então não foi dito.o som melancólico da melodia que toca meu corpo é como navalha ensangüentada que outros corpos já feriu. Corpos, estes, resistentes a mesma dor desse sentimento desconhecido.Esse imenso vazio, agora, torna-se íntimo de minha solidão mais profunda, me deleito nesse meu pesar, para o sempre da inspiração que me toca a cada novo instante de melancolia que toma minha alma.

Fatigo esse desespero que é alvo das mais férteis idéias, justapostas no acomodado cérebro imutável, e desesperada faço de minhas palavras um grande manjar aos deuses invisíveis e abomináveis que tem em si o néctar da paixão, ou como realmente acredito ser o puro fel, que esse sentimento proporciona a cada alma irrequieta e iludida por sensações irresistíveis e momentâneas.

Posso ser extremamente julgada por esse pessimismo sentimental, mas então que venha a fogueira mais cruel dos homens que mesmo assim não irá causar tanta dor, quanto as peripécias desse sentimento indômito, chamado amor, que é capazes de atingir um frágil corpo sem estímulo a verdadeira realidade. Quem dera encontrar nele a pureza tão desejada, se o que é encontrado são as mais insólitas dúvidas.


Como posso querer ser eu a personagem capaz de deslindar esse sentimento, quando me vejo totalmente escravizada por isso que me corrói como ferrugem, que se alastra em minha mente como algo já sem volta? Como posso julgar possuir a chave para esse mistério se o que na verdade me resta é o pesar de tudo o que ele me fez crer, viver, buscar, lutar e ser.

Nada vejo mais no quebra-cabeça desse sentimento, além do horizonte sem limites a minha frente, que tenta mais uma vez, seduzir-me para o abismo do traiçoeiro prazer de se estar amando alguém, alguma coisa, o mundo. É incompreensível essa necessidade de nos sentirmos seduzidos, por algo que desconhecemos totalmente. Mas, no fundo sempre sabemos a que fim nos levará, a que abismo nos lançará, ou então, a que paraíso poderá, por vias muitas remotas, nos abençoar....

Estava eu a cata de uns textos antigos, e dei de cara com este, não me sinto assim, mas acho que ele está muito bonito e condizente com outros momentos da minha vida.

lunedì, agosto 28, 2006

Mergulhada nas palavras de Gabriel García Márquez.

Compulsivamente devoro um livro de Gabriel Garcia Márquez, Notícia de um seqüestro (mas isso merece um texto muito mais elaborado), e então entre tantas informações, eis que sublinho algumas que me chamam a atenção e creio que seja um bom começo de reflexão para essa semana que inicia. Então logo abaixo descrevo as palavras encontradas na página 85 do livro mencionado acima.


  • Diana era um homem de estado – disse uma amiga que a compreendeu e amou. – E a maior preocupação de sua vida era uma obstinada vontade de serviço ao país.” Mas o poder – como o amor - tem dois gumes: exercemos e padecemos. Ao mesmo tempo em que gera um estado de levitação pura, gera também seu avesso: a busca de uma felicidade irresistível e fugidia, só comparável à busca de um amor idealizado, que se anseia, mas se teme se persegue, mas não se alcança. Diana sofria isso com uma voracidade insaciável de saber tudo, de estar a par de tudo, de descobrir o porquê e o como das coisas e a razão de sua vida. Alguns que conviveram com ela e a amaram de perto perceberam isso nas incertezas de seu coração, e pensam que muitas vezes ela foi feliz.

    Não é possível saber – sem ter perguntado a ela – qual dos gumes do poder lhe causou as piores feridas. (...) Seus amigos – incontáveis- disseram que era uma das pessoas mais inteligentes que conheceram que tinha um grau de informação insuspeitável, uma capacidade analítica assombrosa e a faculdade divina de perceber até as terceiras intenções das pessoas. Seus inimigos dizem sem mais palavras que ela foi um germe de perturbação atrás do trono. Outros pensam, por seu lado, que ela descuidou de sua própria sorte no impulso de preservar seu pai acima de tudo e contra todos, e chegou a ser instrumentos de áulicos e aduladores.


Senhoras e senhores, não sei em vós o que tais palavras do autor despertou, sei que em mim, essas palavras se reviram incontroladamente, em busca de uma razão pela qual fazem parte da minha vida. Desfrutem, então, se assim os couber decifrar as entrelinhas dessas palavras, ou então tua própria personalidade. Sei que Diana, já está em mim.

sabato, agosto 26, 2006

Palavras..onde te escondes?

Deslizo entre as sombras absortas, das palavras que carrego comigo, que busco para meus versos. Permaneço presa ao desejo incontrolável de tuas rimas, de teu sangue vertendo entre as linhas mal feitas no papel em branco.

Sinto a repulsa por mistérios que me mostras, por confusões que me crias nos meandros de teu significado. Mas, mesmo assim desejo-te presente entre minhas mãos, minhas pupilas dilatadas, minha mente perturbada pela tua falta.


Te escondes na sombra das linhas inócuas

Sim, por que tu és palavra a minha escravidão singela, a minha tormenta desmedida, minha coragem em noites longas, meu medo em dias de sol, de chuva. És minha constante busca pelo inconstante, és minha esperança de lhe possuir.

Meu Deus, o que és então palavras, senão mais do que palavras, sentimentos, angústias, gozo, felicidade, ele, eu, nós, a minha vida entre os dedos, entre os fios de cabelo, entre a barba mal feita, entre o cheiro de álcool. És o que quero ver, mas é também o que quero esconder.

Busco - te invonluntariamente, mas as tenho sem perceber.

giovedì, agosto 24, 2006

Verde olhar o que tem a dizer a tua Satania?

Ela tinha sentido imensamente o verde do olhar dele invadindo seu corpo nervoso naquele fim de tarde preocupado. Não sabia me explicar direito o que acontecia com seu corpo, com sua mente, com suas pálpebras medíocres, com seus desejos absortos.

Aos poucos se dissolvia em palavras melindrosas, em felicidade estonteante, nervosa, feliz, completa (nem tanto), mas enfim a noite se tornara mais bonita, as escadas se tornaram mais leves, as teclas do computador mais ágeis e seus traços mais bonitos.

Sentia uma imensa vontade de sair à rua, de cantar aos quatro ventos, de ser feliz. Estava sentindo o quarto com ar aprazível, olhou para a cama com desdém, se debruçou em baixo do chuveiro e agradeceu baixinho esse verde inspirador.

Nos caminhos que eu andei

Expliquei a ela que tudo isso podia ser resumido em uma só palavra: paixão. Ela me olhou com um olhar esnobe, mas mesmo assim carregou consigo a sensação que só aquele verde olhar tem. E eu pensei baixinho: Pobre Satania, que não vive mais sem aquele olhar.

E ela leu meu pensamento e antes de sair me pediu: por favor, o traz para mim? Parei imediatamente e fiquei sem dar resposta, mas jurei em silêncio, que ele estaria sempre presente em sua vida. Prometi agora vou ter que cumprir e você olhos verdes, será que podes me ajudar a cumprir essa promessa? Tua Satania está a te esperar.

mercoledì, agosto 23, 2006

Gosto do teu cheiro mas preciso te tirar de mim...


Gosto fétido de você ainda em minha saliva
Cheiro nostálgico de você ainda em minhas mãos enrugadas
Imagem do seu sarcasmo ainda em minha pélvis

Enoja-me lembrar do teu suor ao fim da noite
Repugna-me tuas mãos em minha face.

Sinto espasmos de ódio ao pensar que esteve em mim
Que estive em ti,
Que nossos corpos vulgares se entorpeceram mais uma vez

Sinto meu corpo indolente se precipitar na ânsia te esquecer
De esquecer os momentos vagos de paixão fugidia
Escarros de um gozo absurdo.

Por isso fecha a porta,
Fecha-te ao meu olhar
Esqueça-me e ao nosso gozo inepto também.

martedì, agosto 22, 2006

Aos teus pés, teu gosto...

No crepúsculo da noite quente
Da qual te sinto entre meus braços
Escorre em nós desejos voluptosos
Escorre em mim vontade de tua língua.


Tua mão se precipita nas minhas entranhas úmidas
Tua boca se farta dos meus seios doces
Na outra mão meus cabelos desregrados.
Mas é loucamente que caio aos teus pés e sinto teu gosto infame.

Elas se despreocupam, eu corro atrás. Tempo.

Sentada no canto daquele ônibus frio, aos poucos uma revolta começa a crescer dentro de mim. Lembro-me dos textos que ando escrevendo e dos que gostaria de escrever, e assim, me ponho a buscar o porquê das poucas idéias, das palavras repetidas, as sonoridade já conhecida.

Não demoro muito ao chegar em casa, no meu quarto também frio e encontrar a resposta. Na cama roupas desregradas disputam lugar uma com as outras, o pó que cobre meu computador, a cama que continua desarranjada e sobre minha escrivaninha, livros técnicos, de fotografia, de documentário, jornalismo, semiótica. Senti aos poucos novamente uma ira implacável, uma vontade incontrolável de por tudo ao meu redor a baixo, de por um fim naquela papelada toda mórbida que aos poucos poderiam se desfazer assim como meu incenso de Lótus.

Apenas uma criança, na verdade alguém que não precisa ainda se preocupar com o tempo
Falta literatura entre meus livros, faltam algumas horas pra assistir um filme, faltam minutos para tomar café com meus amigos, faltam segundos para viver a vida do meu jeito e como ela me faz feliz. Sobra pressão dos horários que tem de ser cumpridos, das disciplinas medíocres que tem que ser fechadas, dos entrevistados mal - humorados que têm que ligar, sobra mediocridade desse mundo ingrato e da forma de vida que nos impomos.

Falta, porém inspiração, fatos que engrandeçam minhas vivências com a sociedade, falta repertório, falta uma conversa animada no fim da tarde, falta a caminhada no bosque, falta um banho de 1 hora, falta duas horas para ler meu livro preferido, falta café, por que sobra a preocupação com grana.

Muito mais do que um retrato, alguém que não precisa mais se preocupar tanto com o tempo

Corro contra o tempo, e vivo uma vida medíocre, por isso a impaciência com as palavras, a saudade de outros invernos e a vontade de mandar o mundo a puta que o pariu, me fazem ver que já não tem sentido viver desse jeito. Pois, é isso vivo na mediocridade de passar mais um dia sem senti-lo de verdade. Vivo na mediocridade de palavras repetidas, por não tenho procurado um novo vocabulário. Aliás, não tenho vivido nenhum capítulo mais interessante da minha vida. Nessas horas me lembro sempre desse verso:

Caminho é este
Tem pedra, tem sol
Tem bandido, mocinho
Você amando, você sozinho
É só escolher
Ou vai, ou fica
Querem saber, a vontade é de por a mochila nas costas e dizer FUI.

lunedì, agosto 21, 2006

Desabafo de uma tarde devagar...

Continuidade? apenas marcas da vida.


Penso, penso...

E o ciúmes me consome
Então sai de trás da cortina
Ou saias tu sentimento desumano.
Que triste as marcas do passado
Pior a continuidade de certos sentimentos.

Lágrimas são palavras da alma...

Devora-me a angústia
de me afastar bruscamente do teu olhar faminto
Devora-me a frieza com que te trato e como me tratas.
Choro por devorar-me por dentro
Por devorar-te ao longe.

Choro por ti,
Na verdade, choro muito mais por mim.

Pela fraqueza de não te falar
Pela fraqueza e medo de te olhar
Choro por que simplesmente vais embora
E nem sequer olha pra trás.

Choro naquelas escadas infames
Por estar presa a um outro olhar
Choro por ter preferido o sabor amargo do álcool
Quando era apenas teu gosto que me saciaria aquela noite.


Choro por que queria te tocar, te possuir ou apenas te falar.
Choro por que optei em te ignorar.
Por que optei pelo meu orgulho e pelos meus julgamentos.

Agora as lágrimas falam pela minha alma
Mas você foi embora naquela noite fria
E eu me dei conta do quanto ainda e sempre te queria.


Nunca foi uma noite tão fria
Nunca fui tão fria ao te olhar
Sim, eu admito que fujo, e você será que ainda me quer?
Minhas lágrimas agora fariam voltar atrás,
Mas creio que já seja tarde demais...

Choro por ti
Choro muito mais por mim...
E por me da conta de que também já és importante na minha vida.

sabato, agosto 19, 2006

Dia Mundial da Fotografia...Olha o passarinho!!!

Lembro-me perfeitamente das primeiras vezes que peguei uma fotografia na mão e comecei a entender o que se passava ali naquele papel, que era pequeno, P&B, ou então colorido com a cabeça do meu irmão, que era o maior cortada, mas enfim. E a máquina? Quando vi aquela máquina. Era quadrada, bem pequena, e uma coisa muito estranha se acoplava a ela, esse algo estranho era redondo, e quando posto na máquina girava. Sim, esse era o flash, mas se perguntam que máquina é essa, certamente não sei responder, pois essa uma relíquia é uma velha maquininha do meu pai, e que marcam nossas primeiras fotos em família.

Depois, já adolescente fui para o Beto Carrero e somente quando chaguei lá percebi que estava sem uma máquina fotográfica para registrar os melhores momentos. Não tive dúvidas resolvi comprar uma lá mesmo, por R$ 30,00 reais me lembro muito bem da façanha e da alegria de comprar uma máquina com detalhes verdes e que depois de cada foto tinha que tocar pra frente com o dedo para o filme se ajustar, num barulho muito constrangedor. Mas não é que a bichinha era boa, e muitas fotos interessantes guardo de dos filmes que ali gastei. E até hoje é certo a trago comigo. Minha “verdinha” como chama.

Mudadas as cores, a textura, mas jamais mudamos a essência

Não tardou muito e meu irmão um dia chegou em casa com uma baita máquina. Nossa, me lembro que na ocasião fiquei muito impressionada, a queria pra mim. Era uma zenit, uma simples zenit, mas que convenhamos é um espetáculo para tirar umas fotos, por mais que hoje ela não me surpreenda mais tanto.

Assim, quando entrei na faculdade resgatei a máquina do meu irmão para as aulas de fotojornalismo, e aí minha paixão começou a despontar de vez. Fechada no laboratório escuro, não me esqueço até hoje da sensação estranha de ver daquele papel jogado na bacia de produto químico nascer, e se concretizar por formas, por tons, enfim, um certo encantamento e dúvidas permeavam essa descoberta. Queria saber mais. Depois disso foi muito rápido que percebi as câmeras digitais e as analógicas profissionais.

Meu Deus, diafragma, obturador, lente, fotômetro, teóricos, fotógrafos, imagem, imagem. Isso, sim me pegou de vez, admito que meu círculo de amizade nesse momento já ficou recheado de ótimos e encantadores fotógrafos, que eu comecei a entender a paixão por esse dispositivo, ou arte? Que começou desde cedo naquela velha maquina enigmática do meu pai.

Foco, desfocado, tudo depende de como queremos compreender a vida


Hoje, sou apaixonada por máquinas, por fotógrafos e por fotografia, principalmente, mas muitas coisas me põem em confusão com essa arte. Sim, ainda reluto de certa forma, ao advento do photoshop, mas já o uso vagarosamente. Ainda não desisti da máquina analógica, mas já começo a perceber as qualidades da digital, a sua praticidade, e também a democratização que ela proporciona quanto ao seu acesso. Mas, como diz Fernando Ramos (o cara) me sinto feliz por perceber que mesmo estando no advento da máquina digital, nós passamos pelo advento da analógica e sabemos a magia de ver uma imagem saltando no papel, a espera de revelar um filme, de como funciona um diafragma e outros dispositivos que fazem à foto ficar desse ou daquele jeito.

Enfim, o importante é ser apaixonado, creio eu, ter força de vontade de ir atrás das coisas e óbvio ter feeling. Para aqueles que como eu acreditam ter fotografia na veia, ou desejo na alma, então recebam essa homenagem, como se fosse uma bela fotografia. E como diz meu colega Ricardo, OLHA O PASSARINHO! Ai vai dizer essa frase lembra cenas de filmes daquele barulho que sai de uma das primeiras máquinas e da fumaça que se espalha pelo ar. Quando criança sempre achava que tinha explodido a cabeça do fotógrafo por baixo do pano (hehehehehhe), criações de criança que eu acho que tem permanecer em nós para ver um bom momento de fotografar.

giovedì, agosto 17, 2006

Do outro lado da rua...meu passado...

Do outro lado da rua...
Tenho medo do que vejo
Pela janela do meu quarto escuro
Ou do que permanece desnudo.

Uma tarde perdida entre as janelas da lembrança

Do outro lado da rua...
Esconde-se perverso
Entre a ruína e a imensidão
Ou apenas as lembranças de então.

Do outro lado da rua...
Atravessa com o olhar perdido
Abre tuas portas e janelas
E silenciosamente acende mais uma vela.

Do outro lado da rua...
Espio-te aos pouquinhos
E me escondo entre as cortinas
Das mãos que antes foram mais finas.

No quarto que um dia foi meu

Do outro lado da rua...
Estas a me esperar no quarto vazio
Mas é desse lado da rua
Que eu me aqueço daquele frio.

Do outro lado da rua...
Não quero mais voltar
Ficarei nesse calmo lado
Enquanto espias somente e calado

Nesse quarto que um dia foi meu...

martedì, agosto 15, 2006

Gritaria para todo mundo ouvir o verde do teu olhar...

Hoje senti uma vontade feroz
De gritar mais uma vez
Arrancando você de mim
Desabafando as palavras escuras
Tirando de mim a angústia da espera
Quero sentir-me livre...
Da prisão dos teus olhos verdes ausentes
Da prisão das coisas não ditas
Da garganta seca e da mão trêmula
Dessa noite quente em que minhas entranhas te esperam
E do amanhã que não quero mais querer...
Livre...gostaria, porém, não poderia mais viver
Sem teu verde olhar... sem a tua espera...
Ai Meu Deus, o que me resta perguntar é :
Será que um dia minha alma terá paz?
Espero que ele seja tão verde quando teu olhar.

lunedì, agosto 14, 2006

Sentindo o cheiro do meu passado...

Como essa vida é engraçada mesmo, ou seria dramática, pois quando pensamos que estamos livres das amaras de certas vidas que nos prendiam, eis que vem o passado com uma cara esnobe, nos bate na cara e nos beija devagar no rosto.

Basta breves segundos para que sentimentos retrógrados se apossem de nossa mísera racionalidade e contagiados pelo espírito daquilo que um dia foi importante, saboreamos a sensação de mais uma vez fazer parte dessa vida.

Se isso é bom ou ruim não sei dizer, pois o passado esteve ali, aliás, nós estivemos ali, e deixamos de alguma forma nossas marcas. Nos lugares, nas pessoas, em nós. As marcas são assim simplesmente pálidas quando esquecidas, mas podem despertar ao serem tocadas. Marcas que outrora soarem bem, em outros momentos foram só maldade, e por isso muito mais marcadas.

Mas o fato é que o passado está ali guardado no baú da nossa memória e basta um cheiro daquele tempo, para que tudo, ou quase tudo volte à tona. O que fazer então? Querer voltar à aquilo tudo que deixamos, ou apenas retribuir com um leve sorriso tipo “Não te esqueci, mas és meu passado, porém”?
Pergunta complicada, porém não tão difícil quando percebemos o quanto caminhamos entre o ali e o aqui. Fácil quando nos damos conta que a distância por maior que seja se torna cada vez menor, quando vamos mais longe. Pode parecer confuso, mas meu passado é assim, e o seu vale a pena sorrir pra ele? Que sabe se eu tivesse dado um tapa na cara? Aí não tenho dúvida teria começado tudo de novo, mas creio que não estou preparada para uma nova história de uma passado presente.
Bem-me-quer, mal-me-querer??

venerdì, agosto 11, 2006

O que é ter pai, e muitas vezes não ter??

Estavámos sentados juntos sem fazer muita coisa, então lancei a pergunta: O que é ter pai para você? Pedi que me ajudassem a escrever um texto para esse blog a fim de homenagear os pais. De mim eles ouviram que eu tenho o melhor pai do mundo (logo abaixo descrevo o por que), deles ouvi: que sorte que tu tens, meu pai nunca foi muito presente, a outra nem se atreveu a me responder, mas alguém disse que era ter segurança. Por perceber que realmente eu tenho muita sorte por ter um pai como o meu, aí vai a minha resposta para essa pergunta.

O que é ter pai??


Ter pai é ver o papai-noel gordo num dia e em outro descobrir que ele é teu próprio pai magrinho e nem ficar decepcionada com isso.
Ter pai é na páscoa ver ele te erguendo para beijar os pés de Jesus na Cruz.
Ter pai é tentar dirigir o carro, mas brigar por que suas personalidades são fortes o suficiente para dar o braço a torcer.
Ter pai é tentar tocar violão, mas brigar mais uma vez.
Ter pai é chorar pra ele te levar numa festa e convencê-lo e depois você mesmo se arrepender da atitude por perceber que a festa nem valia tanto a pena.
Ter pai é tirar 10 na escola por que sabe que ele só assina teu boletim com nota azul.
Ter pai é ser virgem a vida inteira, entrar na igreja de véu e grinalda (acho que nem meu pai acredita mais nisso).
Ter pai é passar horas conversando sobre coisas de seu passado.
Ter pai é querer cantar, mas quase desistir de tanto ouvir ele dizendo: guria põe essa voz pra for a.
Ter pai é ver ele orgulhoso, assistindo tua apresentação de dança, você cantando, as melhores notas, enfim…
Ter pai é brigar depois de uma festa, quando ele vê que o carro está com algum problema que antes não existia.
Ter pai é passar a vida toda vendo ele reclamar dos seus decotes, da saia curta e do baton vermelho.
Ter pai é ver ele chorar pela Segunda vez na vida, da janela do ônibus, quando você vai embora em busca de seus sonhos, mas enfim os filhos foram criados para o mundo.
Ter pai é passar horas assistindo futebol, tomando vinho e comendo pinhão.
Ter pai é torcer para o Grêmio, viajar de caminhão com o Flamengo e ver o grande juiz que ele é em campo.
Ter pai é ouvir ele gritando: calem a boca, quero assistir o Jornal Nacional, e na hora da novela durmir na cadeira.
Ter pai é ver ele levantando de manhã e te chamando para ir ä escola.
Ter pai é ver ele fazendo o chimarrão bem cedinho e esperar ansiosa pelo teu primeiro mate.
Ter pai é ver ele abrindo mão de muitas coisas da sua vida, para lhe dá o melhor, projetando em ti muitos sonhos que ele não conseguiu realizar.
Ter pai é ir no banco todo mês e sair indignada por que ele depositou 50 pila a menos, justo o dinheiro das festas (será por que?).
Ter pai é ver ele conversando com seu namorando ou amigos por horas e nem lembrar que você existe.
Ter pai é tomar vinho todo o dia durante o almoço.
Ter pai é ver ele sentado sempre no mesmo lugar na mesa.
Ter pai é passar os dias em que tua mãe viaja comendo ovo frito e arroz empapado.
Ter pai é nunca ver ele secando a louça e quando isso acontecer virar um fenônemo na família.
Ter pai é admirar quando ele toca violão, quando ele faz um discurso politico, ou o quanto ele é inteligente.
Ter pai é apanhar de cinta e dizer que odeia ele.
Ter pai é Ter dificuldade de abraçá-lo e dizer eu te amo, pois teu amor não precisa ser mostrado dessa forma.
Ter pai é receber lições de vida:
Não é necessário estarmos sempre em primeiro lugar, mas se ele existe por que não lutarmos para chegar lá.
Filha acabei de perder meu melhor amigo, então dê sempre valor aos teus, pois eles são únicos.
Respeito e humildade é só isso que espero de vocês.

Ter pai é não ter pai muitas vezes.
Muitas vezes por que ele já está no céu.
Outras por circuntâncias da vida, não moram mais com a gente.
Ou apenas são pais ausentes.
E aí nossos pais são nossas próprias mães...


Enfim ter pai é ter alguém para quem sempre podemos voltar quando estamos com saudade, é ligar quando falta dinheiro, é chorar quando estamos mal, é gritar de alegria quando alcançamos o que almejamos. Ter pai é ter uma razão muito maior para viver. È assumir valores, condutas, é ser uma pessoa melhor.
Independente do que é ter pai para você, de que pai você tenha. Independente de como tenha tem sido a convivência com ele ou sem ele, independendente de qualquer coisa, não deixem de dar um abraço a quem você considera como pai: a teu pai realmente, a tua mãe, a um tio, a um professor ou até mesmo ao teu filho, enfim acho que vale a pena, pensar que existe um pai, para aqueles que acreditam, por que não Deus?

Esse texto eu ofereço a todos os pais desse mundo mas em especial à: Aurélio Rebelatto, o grande motivador desse texto, Márcio José Rebelatto, meu irmão que em breve vai me dar um sobrinho, a meus tios, ao meu padrinho, ao meu professor Adair, que tem sido um grande pai, na faculdade, e à Juliano Mendes, que eu considero um pai exemplar e que deixará o filho muito orgulhoso. À todos Feliz Dia dos Pais e sintam-se homenageados por mim, que não passo de uma filha, por vezes rebelde, mas em todos os momentos feliz por ter o melhor pai do mundo.

mercoledì, agosto 09, 2006

Eu odeio ser possuído, mas estarei escrevendo quando o dia acabar...

A pipoca estava doce no começo do filme, no final já havia acabado. O chimarrão estava quente no começo do filme, no final meu quarto estava verde. Assistir um filme em família seria um programa perfeito para uma terça-feira à noite. Ao menos numa família de cênicos, como chamamos. O Paciente Inglês, indicado a “trocentos mil” Oscar, enfim um filme que há tempos me despertava uma curiosidade incrível era o escolhido da noite pela comissão julgadora. Então todos se mudam para meu quarto.

Breves problemas com o DVD fizeram com que acreditássemos que teríamos que assistir a uma comédia romântica, mas enfim depois de muita discussão, “eu sei, você não sabe, deixa comigo”, nossa seção cinema começou. Confesso que contrariando a outros filmes não consegui me deter nos aspectos técnicos da obra, a não ser a fotografia e trilha sonora, é claro. Porém, bastaram pequenas idéias, para que eu corresse até minha velha agenda, dedicada exclusivamente a anotações de filmes, para começar a anotar, rabiscar e por fim como em todos os filmes (nesse caso nem as comédias se escapam) chorar.

Como diz na capa do DVD O Paciente Inglês é um espetáculo cinematográfico que certamente irá emocionar você. Até por que “Traições durante a Guerra são infantis se comparadas durante a paz. Nossos amantes são nervosos e eternos, mas destroem tudo. Por que o coração é um órgão de fogo.” Certamente não seríamos traídos, até por que a história por si introduzia em nós um sentimento de traição, não por suas expectativas, mas sim pelo seu enredo, como tal, afinal quantas vezes traímos nossas próprias vontades por ambições, por covardia? Sim, amantes destroem tudo, mas mesmo assim são eternos enquanto fugirmos deles.


Este filme me pareceu bem próprio de uma das frases de seus personagens “e passa o dia procurando e a noite quer ser encontrado”, mas as noites são vazias, e “como pode então sorrir se tua vida está de cabeça para baixo?” Vai dizer, mais do que ficção, isso me remete ao cotidiano, as nossas apreensões, a nossa fuga para a escuridão da noite, enquanto ao lado da cama permanece a lembrança. O problema é muito bem escrito pela personagem, pois “por mais que os medos sejam escondidos nessa caverna triste, enquanto durar um dia no escuro, eu te esperarei”. Sim, escondemos nossos medos através das amarras da nossa vida, das nossas ambições, das cavernas que temos como ilusão uma proteção. Por mais que se espere até o fim dos dias, já que um dia no escuro, creio que sempre seja dia, é o nosso medo que nos sufoca, e faz com que a lâmpada se apague...mas o importante, porém é que eu estou escrevendo no escuro.

É certo que nessa parte do filme já me lavei de tanto chorar, nem o mais o chimarrão pode estar mais lavado e verde do que meu rosto vermelho. No entanto, não tem como não remeter a nossa vida, pois o cinema nada mais é do que a representação do real, mesmo sendo fictício. Meu Deus! São duas da manhã e eu odeio ser possuído, por isso quando eu for embora deve me esquecer. Mas, será que isso é fácil, quando se está na guerra e os amantes são eternos? O Paciente Inglês sentiu literalmente na pele que a resposta sempre será NÃO. E a nossa resposta, pois é, eu ainda tento encontrar ou será que estou fugindo para o fundo da minha caverna triste?

martedì, agosto 08, 2006

Vagando pelas ruas, senti tua presença...

Sai a rua com a certeza de ir em busca de algo, ou melhor, de alguém. Não tenha dúvida de que era você. Não sei ao certo por que, mas meus instintos de bruxa não me enganavam e eu sabia que poderia lhe encontrar a qualquer momento. Perdida nas ruas do centro de Santa Maria, andei, olhei, parei, senti, tudo me remetia a tua presença. Talvez pudesse ligar, mas meus passos eram falsos e covardes. Evitei teclar os números já decorados de tantas vezes querer te ligar. Pensei, então em gritar, às 5 no nosso lugar. Confesso tive vontade de ir até nosso lugar, mas mais uma vez fui covarde.


Continuei a andar por mais de hora a tua procura, em nenhum momento desacreditei da tua presença por aquelas ruas, sim imaginei, o que logo saberia que estava fazendo. Mas, as horas passaram e eu me fui. Entre um gole e outro do bom vinho, num merecido coquetel ela me disse: “lembrei de ti, eu o vi”. E eu respondi: “Sim, eu havia sentido”, ela simplesmente me indagou, “tu nunca se engana”.

Ao terminar de dizer aquelas palavras senti uma leve tontura se apossar do meu corpo, de certo não era o vinho. Sai até a sacada e senti o vento quente daquela noite que me sufocava. Estava passando mal, sentia uma vontade desesperada de gritar, meu corpo por dentro tremia, e eu absorta de tudo que acontecia ao meu redor, esmoreci. Não era a primeira, será que não seria a última, afinal essa sensação se repete a cada vez que te sinto assim tão perto, mas ao mesmo tempo tão distante.

Mais uma vez aquela velha raiva explodiu das minhas entranhas, raiva de mim, raiva de ti, raiva da vida, e sai sem me despedi, porta a fora, sai pelas ruas mais uma vez. Sabia que não lhe encontraria, mas queria ao menos trilhar pelo mesmo caminho, afinal me dizia meu velho mestre que isso é um bom começo. Andei, senti de leve o vento quente bater na cara, e mais uma vez bem de mansinho e devagarzinho, eu chorei. Será o mesmo caminho? Espero que o encontro, então, seja apenas uma conseqüência, e que esperar tenha valido a pena.

domenica, agosto 06, 2006

Aprisionada sob um novo olhar...

É isso! Sem querer, sem razão e com somente uma explicação nos mantemos presos a idéias, situações absurdas. Permanecemos, por que essa situação despertou o sentimento na qual somos desprovidos de seu controle, a paixão.

Num primeiro momento do tudo absurdo, encontramos amarras, histórias e conveniências que nos fazem continuar. Em outros momentos, nem tanto mais primeiros, não encontramos justificativa para insistir numa história inexplicável.


Inevitável, porém lutar contra o que não queremos abandonar. Inevitável tentar fugir dessa prisão, se aprisionados nos sentimos felizes, seguros, apaixonados. Inevitável não olhar nesses olhos que me mantêm assim, aprisionada simplesmente, porém por um outro ângulo. Inevitável, mais uma vez não sentir saudade, não querer te ver, se continuas preso em mim, e eu preso em ti.

giovedì, agosto 03, 2006

Mais um momento qualquer...

Senti o prazer florescente na pele...
Escorrendo das entranhas da minha alma
A pélvis cada vez mais avermelhada...
E o gosto ardente do prazer
entre as minhas pernas...
Sensação perversa de êxtase no quarto.
A porta se fecha devagar...
minhas entranhas também se fecham.
Lascívia, apenas mais um momento de lascívia...
Real, nem tanto porém.

Obras pintadas na parede do CAL.