venerdì, dicembre 28, 2007

Para não deizer que não falei do fim..do recomeço...

RETROSPECTIVA, UMA PALAVRA UM TANTO TEMEROSA, afinal o ano acabou mais uma vez...E o que dizer sobre ele, o que dizer sobre os sorrisos, sobre as lágrimas, sobre as mudanças, sobre as pessoas que entraram em nossa vida (tantas), sobre as que saíram da nossa vida (sabe, que nem me dou conta da falta de algumas, enquanto outras quanta falta trago aqui comigo), sobre nossas falhas (tantas), sobre nossos fracassos (alguns), sobre nossas conquistas (sempre muitas)...sobre as estrelas, as constelações, os eclipses solares, as alucinações (e que ano alucinado).

Ser um ser em constante perturbação não é nada fácil. Choramos demais nos erros, choramos mais ainda nos acertos. Comemoramos pelos inimigos e amamos sem limites os amigos. Conversamos longas horas sem sentido, e por minúsculas vezes nos calamos silenciosamente, só ouvindo as abóbodas cerúleas dos pneus do príncipe encantado que parte. Deliramos por horas a fio tentando entender a vida, e então sobre a mais lúcida consciência só com um toque resolvemos todos os problemas.

Somos seres contraditórios: clamamos aos mil ventos que somos os melhores amigos, e fugimos no momento que o melhor amigo precisava de ti. São os pesos da vida. Em alguns momentos pesamos, em outros continuamos a gritar falsamente aos milhares de ventos que inventamos. A sei lá, dia de vento norte, não to legal!!

Somos seres ambíguos: não gostamos de frutas, mas gostamos de limão (na caipirinha, claro). Acreditamos que a matemática rege todo o universo, mas não conseguimos calcular a subjetividade. 2+2 = 4, sim isso é exato. Mas o que me leva a soma-los, quem poderá dizer, creio que nem mesmo a matemática.

Somos seres alucinados: Em dia solitários saímos para dançar salsa com a solidão. Em dias conturbados saímos para tomar trago com os falsos calados da madrugada. Sei lá, somos seres imperfeitos, ou perfeitos demais para tantas alucinações nos privamos dos maus constumes, mas costumamos fazer tudo errado. Mas o que seria o errado para um ser alucinado.

Olho para a janela do meu quarto, vejo fios do poste de luz ao lado, vejo um bafo escaldante da enconsta de geleira que derrete. Vejo mulatos carregando latas e vejo Neruda explicando metáforas. E o que é uma metáfora mesmo: O ano - uma onda que bate na areia. Vem – vai. Estás ouvindo? É hora de partir, é hora de admitir que somos alucinados, e que mais um ano hipócrita passou diante de nossos olhos de argila que não vêem nada, que não sentem nada, que apenas vivem, vegetam, fedem, se contradizem.

mercoledì, dicembre 26, 2007

Um dedo---um ato--- ligar


Ligar...
Um dedo
um ato
um pensar
Ligar
apenas ligar
uma inspiração
uma mão
mais um ato
Ligar
pi...pi...pi...
desligado
ao final!!

venerdì, dicembre 21, 2007

Natal alucinado---Fugindo do mundo!!!

Mais uma vez é um sentimento estranho se dar conta que já estamos no natal. Músicas natalinas, compras natalinas, amigos-secretos, árvore de natal, luzes nos prédios, nas casas, nos muros. E assim continuamente todos os anos: o natal, o ano-novo. E assim mais uma vez: o natal, o ano-novo. E assim... enfim, enfim, visto que todo ano é o mesmo ritual, passaria horas aqui descrevendo que a cada ano é assim: natal, depois ano-novo.

Mas é nesses momentos mecânicos e contínuos da vida que gosto de lembrar de poesias que fizeram parte de minha agenda durante mais um ano. E tem uma de Mário Quintana que não tem saído das minhas entrelinhas - A verdadeira arte de viajar:

"A gente sempre deve sair à rua como quem foge de casa,
Como se estivessem abertos diante de nós todos os caminhos do mundo.
Não importa que os compromissos, as obrigações, estejam ali...
Chegamos de muito longe, de alma aberta e o coração cantando!"


Acho que é isso que queria dizer neste natal, neste ano-novo...Saiam de casa fugindo dela, buscando tudo que está diante de nós, o improvável, as possibilidades, as infinidades dela. Mas não esqueçam nunca de dirigir com Responsabilidade. Pois VIOLÊNCIA NO TRÂNSITO: Isso tem que ter fim....


Quanto a foto? A sim, cada novo dia também é um novo dia de construir..Não é mesmo, heheheh...sei lá, to viajando neste natal, literalmente e surrealmente...As alucinações retornam...constantemente...

martedì, dicembre 18, 2007

Ausência...De mim!!!


respingos frescos
das auréolas frias
finas camadas de porvir
lá vem ela
nebulosa, fria e leve
perturbadora fresta antes de ir

Caminhos tortuosos
dos sonhos desavenços
finos passos destemidos
lá vem ele
nebuloso, frio e leve
perturbado medo comprimido

presença cálida
de toques incertos
sem fim...sem ti
sem mim...

giovedì, dicembre 13, 2007

Desassossegos!!!

Foto: Francieli Rebelatto

"Não trocaria por nada neste mundo as delícias do meu desassossego", pois é, seria uma frase muito conformista já que o desassossego tem sido muito constante. Desassossegada sempre fui, isto é um fato. Desassossegada com a vida, com as poucas palavras, com as muitas também...Sempre desassossegada com os planos e com a falta deles...Com a ausência, e com a constante permanência. Sou desassossegada com a mudança, ai, mas a rotina como me deixa desconfortável.

Mas um dia o corpo pede fim do desassossego e de suas delícias. Será que isso seria possível? Não sei, não sei...O fato de escrever tão pouco, de ler quando menos, tem me deixando mais do que desassossegada tem me deixado angustiada...Enfim, tempos de monografia não é nada fácil, mas não seria ela a desculpa de nossos tantos outros conflitos, e depois dela, o que virá??? Prefiro o desassossego de por fim não saber mais...

lunedì, dicembre 10, 2007

Luz, não luz...


o fato de não poetizar me pertuba,
mas a poesia me perturbar muito mais
poetizar por poetizar
não faz sentido
mas também não tem sentido
não poetizar

descasco as rimas
de outrora
e lamento a falta delas no momento
então não poetizo
mas se escrevo
digo
já estou a poetizar

enfim poetizo com a luz
com os passos
com as mãos
muito mais com os poros
por fim
não poetizo mais

martedì, dicembre 04, 2007

Sangrenta saudade de verde

sangrentos dedos
nas costas nuas
sangrentos dias
nas ruas mudas
sangrentos desejos
nas tardes vazias
sangrentos medos
nas antigas melodias
sangrentas palavras ditas
nas memórias destiladas
sangrentas entranhas
nas madrugadas
sangrentas tentativas
nas poesias não mais escritas
sangrenta saudades
no verde poético que foi um dia.

martedì, novembre 27, 2007

Rodoviárias... é hora de partir!!



Gosto de rodoviárias
das "gentes"
das malas
gosto de pensar nos destinos
nos infortúnios
Gosto do cheiro das "gentes"
mulambentas
bem vestidas
quase despidas...
ao menos por mim.
Gosto das malas de rodas
das mochilas
as rasgadas e as bonitas
como a minha...
Gosto de rodoviária
Desço em todas mesmo que a parada seja de 5 minutos
Preciso sentir o cheiro
das outras "gentes"
Mas o motorista, meu amigo, me chama
é hora de partir
para outra rodoviária...

E é por gostar de rodoviárias que volto, que olho, que sou...Aos poucos voltando aos meus duelos poéticos de fim de noite....Mas gosto de rodoviária e isso não há de mudar...

lunedì, novembre 26, 2007

Tempo de outros caminhos!!

Distante...

Caros leitores, volto em breve, agora me dedico a devaneios metafóricos teóricos sobre teoria da imagem, do jornalismo..É tempo de monografia cá neste lado, e é tempo de estar sem tempo...mas poetizar é preciso, viver nem sempre o é...

Mas volto em breve, para contar algumas passagens da minha viagem pela Fronteira...Rodoviária, "gentes", cheiro de novas "gentes", cheiro de desafios, de conflitos....Enfim, cheio de caminho, de um sempre novo caminho...

venerdì, novembre 16, 2007

O dia passa lá fora!!


Tic-tac
passam as horas
também
o tempo

Tic-tac
automaticamente
tic-tac
mecanicamente

Entediamente
assim passam
os dias
tic-tac

automaticamente

lunedì, novembre 12, 2007

Poetizar é preciso, viver nem sempre o é...

Os devaneios, sórdidos e imprecisos, andam em descaso comigo. Não, não quis dizer que deixam de estar comigo, mas enfim eles tem me limitado a ficar só entre as nuances do meu ser perverso e inquieto. Calo-me, mas grito, penso e me contorso ao pensar..Ao agir indistintamente no interior dos meus próprios discursos. Tenho me visto permeada de dúvidas. Mas em algum dia, caros leitores tenho estado longe delas.

Creio que não, são profícuas também as desavenças que trago com a minha forma de encarar a vida, sim, pois ainda vivo, mas tenho pensando demais. E quem disse que os devaneios são os companheiros mais devidos para uma noite de sábado. A primeira sozinha no breu do meu quarto...

Volto a escutar as melodias composicionais que propositalmente me suscitam sentimentos estranhos, quem sabe inverossímeis. Trato-me como poeta e então divago. Ai! Cala-te poeta, apenas respingam nestas linhas refúgios ideológicos de ti mesmo. Meras estratégias discursivas que pretendem emocionar, despertar em vocês caros leitores, por vezes desatentos, certos sentidos abstratos e por que não e certamente dissimulados.

Quer o poeta, nos seus devaneios melancólicos que vocês vivam com ele estes sentimentalismos tolos de uma noite vazia. Sua insociabilidade de hoje o perturba e escrever quem sabe o torna mais humano, mais parte de um mundo que sei lá onde se encontra. Nos cheiros e sabores fétidos da madrugada melindrosa, ou quem sabe no cacarejar de galinhas silvestres.

Tudo é confuso, tudo é malandramente pensado pelo poeta que se restringe em apenas poetizar. Para que viver afinal. Poetizar é preciso, viver nem sempre o é. Besteiras, escárnios insignificante de uma mente catarizante, de uma mente desassossegada. Mas o que quer então poeta com estes perturbados discursos vazios cá comigo neste emaranhado de impossibilidades?


Quem sabe concretizamos juntos os desafetos humanos e sobre-humanos que cercam a incompreensão da alma. Afinal ela está absorta na mais revoltosa realidade, dissimulando seus fracassos, para posteriormente redifinir as entrelinhas da própria/ imprópria vida.

Insisto que se cale poeta. Não percebes que tais palavras já não fazem mais sentido, nem jazem qualquer significados nos meandros ocultos deste labirinto discursivo. Mas que sentido teria, onde nada e tudo são sentidos, pensados, argumentados, falados, escritos, dedilhados?

Não te calas, porém, não me calo também. Duelamos pela essência destas palavras. Duelamos para estar e ficar em nós, em mim, na alma e no corpo, poeta e ser humano. Poetas não seriam humanos? Seriam instâncias enunciativas? Ou seriam apenas refúgios descabidos de uma madrugada como disse posteriormente vazia?

Poetas persistem em meio a perguntas. Pois poetizar é preciso, viver nem sempre o é.
Vivemos poeticamente então está noite, estes pensares, este cheiro longínquo de noite perversa, de noite confessa que já embalou tantos amantes, de meus tantos poetas.


Francieli Rebelatto- 10/11/2007 – Quanto tudo permanece estranhamente perturbador dentro de mim

martedì, novembre 06, 2007

Canso!!


Vazio incansável
Poros inundados do nada
Vísceras salientes do escárnio
Fede a alma
a desgosto

Fede a vida a cansaço...

lunedì, novembre 05, 2007

O poeta finge que não tem nada a ver com o mundo!!!


Dias de nostálgicas aproximações com a vida acadêmica, tem deixado o poeta de férias. Sim, dias de filosofias sobre a comunicação e cultura, esquece-se então das metáforas que enfeitam longos dias parnasianos. Antigos dias. Mas não é Muniz Sodré que fala sobre a metáfora enquanto criadora da consciência.

Exato, caros leitores a consciência se dá apartir das nossas metaforizações, mas então passaríamos pela hedis educativa, pela antropológica do espelho, enquanto moral e viagens metafísicas do que é virtual e real. E poesia então em meio a este turbilhão de teorias incansáveis sobre a comunicação, sobre a midiatização na contemporaneidade?

Não sei, os poetas também tiram férias, as venezianas verdes não constrastam mais com a luz da manhã, ou então o poeta dorme até mais tarde perante as possíveis metáforas, ou apenas foge dela. É de fato... apenas mais um pouco de divagações e mais divagações sem sentido...

mercoledì, ottobre 31, 2007

Pequenos golpes de tristeza!!!

Um novo amigo, que tem reservado algum tempo de sua vida em me ouvir me falou hoje sobre um velho conselho que seu avô teria lhe dito: de que devemos nos entregar sim, mas não se lançar no abismo. Sim, num primeiro momento concordei, mas depois fiquei pensando: Que sentido teria a vida se não conhecermos o abismo, que sentido teria a vida se não nos arriscamos.
Também, confesso que às Vezes cansa essa audácia contínua de entrega total na vida...mas enfim a vida, é assim feita de pequenos golpes de solidão, pequenos golpes de felicidade, pequenos golpes de paixão, pequenos golpes de intensidade..Eu vivi, vivo, viverei todos, e sei que sofrerei por fim mais uma vez em todos.

martedì, ottobre 30, 2007

Caminho...


caminho...
lenta cegueira de desfaz
caminho...
angustiante passado se dilata
caminho...
luz
apenas luz
rapidamente nos invade

venerdì, ottobre 26, 2007

2 anos, inúmeros e inexplicáveis motivos



Sim, caros amigos, este blog Uma lenda perdida, enfim completa 2 anos (27 de novembro). Os motivos que me levaram a criá-lo acho que expliquei no aniversário de primeiro ano. Na época tanta coisa era diferente, eu era diferente, os objetivos destas entrelinhas eram diferentes.

A gente muda não é mesmo, a gente envelhece, a gente amadurece, namora, desnamora, se apaixona, não se apaixona mais, erra, e erra mais ainda, sofre e quanto sofrer...Ri também, muito, exageradamente nos fins de tardes, que agora já são mais calados ao menos de sorrisos...E assim passamos, nós, eu e a Fênix. Eu e a Satania. Ladrilhamos pelos meandros de poesias vazias, de pensamentos perturbados, de alegrias incontidas.

Vivemos apaixonadamente, erradamente, e por fim vivemos intensamente toda essa história, toda essa absurda história. Nos divertimos com nossa forma de ver o mundo, mergulhamos de cabeça nas atitudes, nas novas essências e admiramos as incógnitas. Sobre as mais perenes apenas dedilho breves considerções. Sobre as incógnitas mais profundas carrego de verdade, de vida minhas poesias. Ás vezes são tão fecundas que mantém Satania e também eu por longo tempo andando sobre versos incertos, sobre dramáticas horas de diálogo com o eu poético, com o ente invisível e poético do mundo.

Sofremos, em meio a tudo isso de alucinações, de vontades, de desejos estranhos...Sofremos com a incompreensão, com a injustiça, com o próprio julgamento. E em meio a isso, ainda encontramos - eu e satania - felicidade, paixão por este mundo, pela realidade absurda do mundo, pelo brilho no olhar das pessoas, e por nosso próprio brilho no olhar.

O que eu quero hoje com esse blog? Não sei! Mas, também penso que não deve existir explicações para tudo, quanto menos para qualquer coisa na minha vida, afinal sofro com alucinações, sofro comigo mesmo...Sou poeta e nada mais....Sou um ser humano, desumano, mundano e nada mais!!
Parabéns para todos vocês leitores que tem mantido este blog por tanto tempo.

mercoledì, ottobre 24, 2007

Descompasso!!!



Volto a poetizar
de passos
descompassados...


leve
tão leve
pesados porém
são teus passos
por detrás de mim

mas são passos
apenas descompassados
e não quero mais poetizar sobre isso...

Foda-se o poeta
que não sei se ainda
existe em mim...

lunedì, ottobre 22, 2007

Permitam-se...Há sempre outras portas em meio ao invisível!!


Do nada, de repente...De uma forma inesperada...Encontramos bruscamente motivos para dar a volta por cima, de sorrir com mais intensidade, De viver e ver com mais brilho no olhar as novas possibilidades. Romântico, não é mesmo? Sim, um belo começo para tal texto, mas o que quero dizer com isso nada mais é do que alertar à todos os seres humanos e os não humanos, também os selvagens que não deixem de olhar ao seu redor e aproveitar cada momento, cada situação, cada dia, cada sorriso, cada vontade incontrolada no meio da madrugada.
Quem sabe nestes súbitos desejos psicofísicos, mentais e sobrenaturais estão guardadas as experiências inevitavelmente belas, inevitavelmente felizes...
Sinto-me feliz, por que depois de 2 milhões de anos, me permiti viver intensamente uma louca, absurda e sobre-humana história com um homem primata. E fui domesticada!!

mercoledì, ottobre 17, 2007

Mais uma vez a dualidade, e não há de cessar!!!



Dualidade
Nervosos traços
da madrugada


Dualidade
Condensados sentimentos
da manhã


Dualidade
Vivenciados ritmos
da tarde


Dualidade
Amarrotados olhares
do fim da tarde


Dualidade
Impacientes respingos de luz
do começo da noite


Dualidade
das mãos dilaceradas
por mais um dia
por mais dois dias
e pelos dias
que se vão,
que se multiplicam
que não são mais nada!!!

venerdì, ottobre 12, 2007

Estranhamente incomodada com minhas própria vontades!!



Inconsciente
incômodo me dilacera
nas veias nervosas
na essência das minha vontades
perversas

Crio meus monstros
crio também minhas fadas
crio meus santos
crio também as crenças em nada

Vivo paralelamente
o mundo fantástico
e me incomodo
com o inexistente, existente
mas não fui eu que o criei???

Confundo-me então
com minhas próprias criações
E isso não é mais alucinações!!
isso é medo
dos meus desejos, das minhas vontades
das minhas paixões!!


Um desabafo incontido dos meus ossos nervosos, de minhas pupilas angustiadas, da minha essência confusa! Crio, crio, crio, no fundo me torturo!!!

giovedì, ottobre 11, 2007

Desgarradas! Aos olhos do mundo!


Viraria as costas e elas ficaram ali, expostas ao mundo, espostas aos olhares atentos ou desatentos das almas desassossegadas em busca de um olhar a mais, ou quem sabe de nenhum olhar. Afinal o ser humano é tão dúbio, mas minha arte também é dúbia, minhas entranhas são dúbias, enfim me sinto dúbia...AS daria ao mundo, ao mesmo tempo guardaria a sua essência na minha caverna particular. Lá estariam seguras, porém não tanto fecundas. Afinal, elas nasceram para serem vistas, ouvidas, sentidas, para serem contempladas, assim como qualquer bebê que invade o mundo com suas presenças. Mas é difícil deixar nossos filhos se desgarrarem, ganherem rumos próprios, é difícil perceber que eles foram feitos para o mundo, foram feitos para os olhares apreensivos e curiosos da humanidade.

Sinto-me confusa, sinto-me alucinada, e sinto uma estúpida alegria que invade meus ossos. Tenho de deixá-las livres, tenho de deixá-los livres para contemplar e para construir seus próprios sentidos a partir delas...Mas meu ego egoísta sofre, as teria agora no meu colo mais uma vez. Para uma pessoa sensata não é permitido tais alucinações...Foda-se a sensatez, então!!

E para quem não foi ontem no Macondo, a exposição Alucinações continua até o próximo final de semana!!!

martedì, ottobre 09, 2007

Por que uma exposição? Por que Alucinações

Macondo e Mercado das Pulgas apresentam:
Exposição Fotográfica ALUCINAÇÕES de Francieli Rebelatto
Espetáculo Teatral HORLA de Leonel Henckes
Amanhã - Quarta-feira - 10 de outubro
20 horas

POR QUE FOTOGRAFAR?
Pixels: minúsculos invisíveis permeados de possibilidades. Sim, é assim que vejo a fotografia, um lugar em que ver é ver muito mais. Dedilhar minúcias das essências dos personagens, das paisagens, e quem sabe do nada. Sinto-me cercada de alucinações, de fantasias e de anseios que me fazem ir à busca daquilo que nossos olhos de argila não vêem. Vivo de entrelinhas, vivo de poesia e de uma maneira mágica clico o botão num espaço, num tempo, porém há tantos outros tempos, há tantos outros espaços, um dia estarei em todos: fotograficamente, pois, fotografia e sua subjetividade não é mero instrumento de minha expressão é minha impulsão de vida.

O QUE É A EXPOSIÇÃO ALUCINAÇÕES?

As imagens foram construídas durante todo o ano de 2007, quando de fato encontrei na fotografia meus anseios pessoais e profissionais sendo concretizados. Mas esta exposição diverge do carácter fotojornalístico a que minha formação é condicionada, e é fruto de uma necessidade libertária de usar a foto como suporte para criar minha própria maneira de representar o mundo através da arte.

Esse conjunto de imagens parte de fragmentos da minha realidade particular, que depois de manipuladas, possam ter no interior de seu texto sentidos universais, que cabe ao espectador identificar e tomar posse deles em prol de suas necessidades pessoais. Assim, como a idéia do espetáculo Horla, tento nas imagens ver o mágico-fantástico, elucidando para o espectador sentidos muito além dos aparentemente visível naquela imagem. A escolha das fotos, portanto, se deu num sentido de dialogar com o texto Horla, com suas hesitações e incertezas.

As imagens são em Preto e Branco, pois esse estilo dá mais possibilidade do espectador criar em cima daquela foto, já que não está condicionado a uma cor ali latente, tendo ele que se apropriar de sua maneira daquela arte exposta. São 30 imagens que serão ancoradas por fragmentos do texto Horla, disposta no espaço a fim de levar o público até o espetáculo.

As fotografias no seu conjunto constituem a exposição Alucinações, que parte também dos anseios vivido pelo personagem do espetáculo Horla, e que carrego comigo e como minha forma de ver o mundo, repleto de inseguranças, e de diferentes possibilidades de representar a realidade através de símbolos, através do aparentemente invisível.

lunedì, ottobre 08, 2007

Eles me levaram à ti!!!

Estranho acreditar que trilhos andam, mais difícil acreditar que eles falam, mas em meio a tudo isso só posso chegar a uma conclusão, que eles nos levam à um caminho...E felizmente este caminho é bonito, é quente, é poético. Acho que eles sentem também!!!


Hoje, apenas trilhos, hoje apenas rabiscos pequenos de poesia...

giovedì, ottobre 04, 2007

Aonde é que eu vou?

Foto: Francieli Rebelatto


Confusão...
Os dias correm devagar
Passos me cercam
Horas me levam
E eu espectadora de mim mesmo
Para onde vou?

Teria nos braços conforto
Teria nas rimas refúgio
Nas palavras acalanto
No trabalho dignidade
Para onde vou?

Paira no ar
O desejo incansável
Do desconhecido
Do indevido
Do nada
Confusão e então não sou nada

Para onde vou?
Para onde vais?
Seria, mas não seria mais
O que ser então??

Confusão, quem sabe sejam somente resquícios, de um processo monográfico, de uma vontade incontrolável de refúgio nas entranhas institucionais que por tanto tempo nos manteve assim seguros, certos, devidos, mediados. Mas querem nos expulsar, e quem disse que estamos preparados? Quem disse que um dia estivemos preparados para alguma coisa na vida.

Confusão....Para onde vou???

lunedì, ottobre 01, 2007

Meus olhos se adaptam à luz da tua caverna!!


Dedilhaste com teus suspiros minhas costas nuas
Suspiraste com teu suor minhas entranhas
E suaste com teus poros toda minha alma

Invadiste meus olhos com luz fecunda
Tomaste parte dos meus insanos desejos
Desejaste me entregar tua luz

Adentrei na caverna
E sinto vida no meu corpo,
Sinto vida na minha alma
Estranhamente me sinto feliz!!!

Foto, edição e texto: Fran Rebelatto

martedì, settembre 25, 2007

O primata X A Satania!!!

Satania há anos estava fechada nos meandros de sua busca constante por algo inconcreto, por algo que acreditava ser a única verdade de sua vida (creio que ainda acredite nisso), mas o fato é que um homem primata teria tomado posse dos cheiros.

Via-o há algum tempo trepidar entre as lamúrias de seus olhares complexos. Satania como sempre desejava descobrir por que tanto incomodara sua presença. Mas sabia que o tempo, o traçado das forças sobre-humanas do mundo, se encarregaria de trazê-lo à sua vida, aos seus pedaços de pensamentos insanos.

No começo dedilharam apenas pelas microfibras virtuais que carregam a distância dos olhares repletos de brilho. Ele teria falado de seu mundo da caverna, das sombras e adaptações na escuridão, teria falado dos ritmos, teria feito Satania se sentir especial.

Mais do que isso ele devaneou entre rumores de suas próprias escritas, e Satania entendeu o quanto aquele primata era especial, era a sua razão adormecida por um olhar inebriante que atravessou o atlântico em busca de um novo começo para uma vida eterna sem fronteira.

Satania sempre consegue surpreender, até mesmo, os mais descrentes dos mortais, por que consegue se entregar as linhas poéticas do invisível com tal intensidade que surpreende até mesmo sua instância criadora, no caso, eu mísera poeta que não consegue fugir ao tal olhar do primata, ao olhar do homem das cavernas, aos cheiros, sabores e calores que ficaram na minha cama, que ficaram na nossa essência. Não é mesmo Satania??

sabato, settembre 22, 2007

Assim te mostro meus poros insanos!!!

Os poros insanos
Perturbam a noite silenciosa
Que cadencia ritmos
Desejos de escárnio...

A garganta seca
Perturba a chuva minuciosa
Que desliza cheiros
Desejos dos teus olhos...

As mãos trêmulas
Perturbam palavras sedentas
Que precisam dos gostos
Desejos de tua pele...

Os olhos perspicazes
Perturbam o inexistente
Que sente tua presença
Desejos incontidos do teu sexo...

venerdì, settembre 21, 2007

Teus traços!!! Meus desejos!!!


Voraz a sombra / dos teus traços
desfilam minuciosamente / na penumbra da noite
manhosa/ da noite chorosa....

Voraz tua sombra/ combina/
com o cheiro/ das minhas rugas...

Voraz eu desejo / tua sombra
com gosto de noz noscada
com sabor de perversidade...

Ah, teus traços meninas
São resquícios/
Do que ainda não possuiria.

Do que ainda viria!!

martedì, settembre 18, 2007

Offline...nos meandros de outros tempos!! Offline!!!

Estou offline...
Queria apenas navegar nas minhas canções de ninar antigas e adormecer devagar nestas longas noites que não se findam mais..

Estou offline...
Queria gargalhar insistentemente em frente aos desenhos animados das longas manhãs sem fazer nada e me jogar no colchão da sala sem vontade de dar ares ao mundo.

Estou offline...
Queria cantar nas madrugadas completamente embriagada pelos olhares mansos de corpus dispersos na nossa dança alucinada.

Estou offline...
Queria mergulhar nos ladrilhos coloridos dos jogos ao meio-dia e das conversas descabidas a cada novo toque da trombeta. É hora de almoçar.

Estou offline...
Queria tocar o sino, depois de subir 100 degraus daquela castelo, ou de escalar as tranças loiras de Rapunzel.

Estou offline...
Queria dividir com Branca de Neve seus anões e com os poetas mandamentos vãos sobre o galope soberano do príncipe que avistávamos.

Estou offline...
Queria enxergar sapos nas janelas das madames, ver caramelos gigantes em cima da cama, e roda-gigantes no parque de casa.

Estou offline...
Para a razão...
Debruçada sobre a insanidade
Desejo
Pondero
Desejo mais uma vez
Os contos de fadas
Os desenhos animados
Os castelos mal-assombrados
Os filmes da sessão da tarde

Estou offline...
Para os pensamentos sãos
Quero a virilidade
Das madrugadas
Os pensamentos dos loucos apaixonados
E as loucuras
Dos mestres vulneráveis
A toda sensibilidade

Estou offline...
Para os diplomas
Para as instituições
Para as igrejas
E para a irmandade
Quero as prostitutas
Os plebeus
Os versos abstratos dos poetas
Mortos
As mãos quentes
E os pulsos cortados

Estou offline...
Para a certeza
Para a destreza
Para a academia
Quero...
O incerto
O indevido
Teus maiores perigos
Teu membro viril nas minhas entranhas
Quero gotejar
Quero salivar
Por fim
Quero permanecer offline...

mercoledì, settembre 12, 2007

Saudades da madrugada de sábado!!!


Foto: Francieli Rebelatto

Senti o cheiro macio
da noite
era sábado.
Vesti o passado
e gozei
entranhas da madrugada.
Bonita, leve
ela se despedia
era a madrugada.
Cheirava aroma de saudade
...amanhecia
Era hora partir.
Parti
e meus poros
se contorceram
já...de saudade!!!


uma homenagem a uma incógnita distante e especial da minha vida que por breves, brevíssimos momentos fazem minha vida mellhor por me permitir possuir seus poros insanos de voluptosa vontade de viver!!!

lunedì, settembre 10, 2007

Cadê a chave?


Dúbio...
Tudo muito dúbio
teus passos
meus passos
tua falta...
Dúbio...
Muito escuro
Fechaste o coração
e cá estou a esperar!!!

mercoledì, settembre 05, 2007

O tempo, as palavras e mais uma vez a ausência!!!


Hoje não conseguiria escrever, por que escreveria demais, diria milhares de coisas que estão entaladas na minha garganta que não cabem ao mundo, mas quem sabe a todos que não sabem amar...ou então que amam demais...Então me refugio nas palavras de Maria do Rosário Pedreira para quem sabe esvaziar um pouco de minha essência nervosa, duvidosa, e enfim tantas coisas que não sei mais explicar, que não sei mais entender:

São horas de voltar.Tu já não vens, e a espera
gastou a luz de mais um dia. Agora, quem passar
trará um corpo incerto dentro do nevoeiro,
mas terá outro nome e outro perfume.
Eu volto à casa onde contigo se demorou o verão e arrumo
os livros, escondo as cartas, viro os retratos para a mesa.
Sei que o tempo se magoou de nós,
sei que não voltas,
e ouço dizer que as aves partem sempre assim, subitamente.
Outras virão.
(agora eu falo) e quem disse que eu quero
que outras venham.
Quem disse que quero
que isso passe???
Quem?? Quem???

lunedì, settembre 03, 2007

7,12,15,18,22,30,40,60 e infinitamente mais!!!


23 anos...2+3= 5 anos? 5-2= 3 Dia do meu aniversário...Ta bom, não vou ficar fazendo pegadinha com números, quero mesmo é devanear sobre os anos, sobre a sensação dos anos...Pois vejamos senhores: nos 7 queremos os 12, pois assim já podemos calçar um sapato de salto...Aos 12, queremos os 15, pois teríamos direito a festa de debutantes. Nos 15, queremos 18, pois aí já teríamos responsabilidade sobre nossos atos e por isso mais liberdade. Nos 18 queremos os 22 pois estaríamos na faculdade. Aos 22 queremos os 30, pois aí teríamos maturidade sexual. Aos 30 queremos 0s 40, pois estaríamos em altos cargos. Aos 40 almejames os 60 e aí a aposentadoria. Aos 60 queremos os 7,12,15,18,22,30,40.

E assim estamos sempre insatisfeitos com a nossa idade, com a nossa aparência, com os nossos amores, com os nossos filhos, com o mundo. Isso é bom, é ruim? Bom, diria que pode ser encarado de duas forma: É bom na medida que isso nos impulsiona a estar sempre indo atrás dos nossos sonhos, de melhores dias, de mellhores possibilidades. E se torna muito ruim quando isso nos faz viver em função do que não temos, isso quer dizer, deixamos de aproveitar os presente, as pequenas coisas de cada fase da nossa vida.

Bom, eu que chego hoje aos meus 23 anos diria que viver é dedilhar as minuciosidades da vida com olhar curioso, com a alma disposta a viver cada dia sempre uma nova e intensa aventura. Como disse James Dean: "Ser um bom ator(artista) não é fácil. Ser um homem é ainda mais duro. Eu quero ser os dois antes de chegar ao fim"

venerdì, agosto 31, 2007

Três tons...Três Pontos...Mas um só olhar!!!


nas diversas tonalidades do olhar...nas diversas tonalidades dos comportamentos...no erro...depois no acerto...em meio...antes...depois...nas linhas pormenores dos desenhos pequenos de nossas faces...nas manhãs frescas e tão longas...nas noites frias e tão breves... nas cobertas amarrotadas...nos cheiros indecifráveis...no pó da estante...nas folhas da janela...nos ladrilhos daquela rua...e também nesta rua...na essência das borboletas...nos momentos desconexos...na conexidade de nenhum momento...na memória desnorteada...na saudade dos dias...nas coleções de vento...nos passos de açúcar...no gosto da tarde desenhada cá comigo...nas páginas perversas das minhas entrenhas...nas sombras dos dedos miúdos...no negro verde olhar disfarçado...na coca-cola na tua mão...na tua energia incandescente...no nosso embaraço no fim da tarde...na presença marcante...na marcante ausência...na bolinha nervosa do meu cérebro...na porta do banheiro que bate...no barulho dos saltos pela redação...na voz irritante da noite...dos computadores irritados...do sorriso descrente...dos palavrões dos assessores de sinais de trânsito...do Alt 1660770...do burbulho ao meu redor... dos gritos calados...da mão levantada...do sono mais profundo...nos sonhos mais distantes...do pôr-do-sol mais bonito...das macros de flores mais perfeitas...na edição do jornal mais perfeita... na cara mais penosa...da variada mania de escrever sem parar...nos três pontos ao final de cada idéia...e das idéias que não cessam...em tudo isso...você...penso...desejo...possuo...lembro...você...

martedì, agosto 28, 2007

Lábios..Lábios...verdes miúdos lábios!!!

desenharia o teu lábio miúdo
aqui em frente
tocaria tua pele morena
aqui de leve
apagaria toda nossa história
se pudesse
...Mas permaneço
a te olhar
contemplar
querer...
teus lábios verdes miúdos
que só teus olhos me trazem!!

sabato, agosto 25, 2007

Absurdamente louca...Invariavelmente louca...


Sua dança inibriante
Seus passos estrelares
Meus pormenores absurdos
minhas insanidades absolutas...

Me entrego
Te entrego

as ordens absurdas do mundo
que nos mantém longe
que mantém nada lúcida....

Adormeço na minha loucura!
Acordo na tua saudade!
E tudo um dia há de findar!

giovedì, agosto 23, 2007

Uma lenda...Dom Quixote? Não, Satania!!!

Dias quentes aqui em Santa Maria. Bons, ruins? Não sei, afinal o frio também tem nos castigado. Mas hoje está quente, muito quente, abafado diria. Ta bom, não vou enrolar sobre transformações climáticas, quanto menos sobre perspectivas do futuro do mundo. Venho falar de Satania!

Caros leitores, sei que vocês se cansam de suas histórias, mas preciso dividir com vocês essa saga, afinal ela também me perturba...e muito... Voltou e não foi em meio ao trago da noite anterior, nem em meio a falta de respostas do dia anterior, nem em meio a conversa pertubada do meio-dia. Ela veio, no começo da tarde em meio a esse calor insuportável, a esse dia insuportável, a hipocrisia insuportável.

Mas o que ela me disse desta vez? Tantas coisas: entre palavras nervosas, e olhares dispersos me dizia que mais uma vez tinha acordado para a realidade. Sim, por que não sei se vocês lembram, mas Satania é uma jovem sonhadora que vive sob um castelo de sonhos, de possibilidades, que vê em tudo o máximo de magia, e que acredita que todos os seres humanos devem pensar e amar como ela. Mas, o que Satania não leva em conta em meio a tudo isso, é que ela não é humana, ela é apenas uma lenda perdida, que na materialidade ou imaterialidade da vida, é difícil compreender.

Estava tensa, o corpo tenso, a alma tensa, a vida tensa. Sabia que suas paixões fugidias já não mais satisfazem, que o sabor etílico das madrugadas já não lhe contemplavam, que as poesias já não mais lhe preenchiam. Sabe, ela que o castelo tem de ser descontruído um dia, que sua trança já não alcança mais o chão, que a maçã do amor já foi comida, que os duendes partiram para outra floresta, que Dom Quixote também era sonhador.


Sim, ela me lembra Dom Quixote pela sua audácia, muito mais pela sua inocência perante ao mundo. Satania, na verdade nunca aprendeu direito conviver com os humanos, com suas perversidades, com suas maldades, com suas personificações. Mesmo que ela seja tudo isso, o paradoxo do bem e do mal, da amante e da virgem, da sensata e irresponsável, do vinho e da água, mesmo ela sendo tudo isso, ela nunca aprendeu a conviver com essas manifestações nos humanos.
Enfim, ela recebeu uma visita inusitada nesta manhã, porém previsível. Entre sedução, desejos, e ofensas: a verdade, a transparência de seus atos, o fracasso de suas atitudes. Isso, garanto que nem 10.1 megapixels entenderiam. Ouviu, perguntou, filosofou, tentou, seduziu, riu...Sim, ela é muito intensa nesses momentos de conversas abafadas e proibidas no seu minúsculo quarto. A poeta mesmo que vos escreve já esteve lá um dia.

Depois que a porta bateu, não chorou, não se humilhou, mas pensou, e como pensou, e então concluiu enquanto andava tonta e embriagada pelas ruas: o castelo tinha que se desfazer um dia. O princípe, teria que virar sapo...A madrugada teria que amanhecer mais rápido...As costas teriam que emudecer... E o coração teria que decidir....Afinal estava sendo humilhante ser uma jovem sonhadora apaixonada pela vida.

Ai, ai, ai, o que dizer desse precipitado desabafo de Satania? Não sei! Não disse nada apenas a ouvi, e no final lhe disse que também me sentia assim..Perturbada pela vida e nem mesmo os milhares de pixels desse mundo seriam capaz de explicar quanto menos entender o que é ser alguém que só quer ter a liberdade de viver seus sonhos, assim de uma maneira mágica, poética...

Entendo Dom Quixote, Branca de Neve, Rapunzel, os poetas...Mas todos eles têm um fim (um The End) nos seus livros e Satania? Como desvincilhar um fim de seu castelo. O que me tranquiliza é que ele nunca vai acabar e isso garante que ela continua sendo uma Lenda Perdida...Uma mágica, intensa, e iluminada lenda perdida nos bilhões de megapixels que movem o universo...

lunedì, agosto 20, 2007

Dedilhou minha essência e eu quero te descobrir!!!


Dedilhaste o som calado. Dos meus poros insanos. Depois parado contemplou...O fluir dos ritmos incandescentes.E eu inibriada pela vontade de precipitar-me sobre tua vida, me recostei na parede. Permaneci parada, inerte!!!

Mal sabe você que o calor que trago cá comigo: Dança, canta, transa,
Com tua distância viril...


Precipitei-me na música leve. E no teu descaso. Porém, apenas dedilhaste o som calado da noite. E me trouxeste a vida. Impaciente...Espero conhecer ao menos um pouco de ti

E então abrir minha boca e engolir teu amor!!!

mercoledì, agosto 15, 2007

Vontade.... De... Carne!!!

Voluptosamente o corpo se ergue, os músculos se excedem, e a virilidade da alma se estende sobre o calor desses dias. Vontades inesgotáveis de pele, de cheiros, de sabores. Vontade inesgotável de carne..Mais um dia de vento norte... mais uma noite interminável sem sono e com desejos incontroláveis, desejáveis e carnáveis....

martedì, agosto 14, 2007

Voando...Voando...Voando...Traçando contextos silenciosos!!

Nos traquejos minuciosos da vida o tempo se destende
voando....
voando....
pequeno , sereno, facero, cabrero
e as borboletas estão
voando
a dança louca das borboletas...

e eu cá comigo
formigando meus traços
vento norte, vento norte
e nada mais
e muito mais
e tudo mais....

mercoledì, agosto 08, 2007

A eternidade!!!



Me aninharia no teu colo
e ali permaneceria
com o perfume das palavras mansas
com a destreza das mãos faceras
Permaneceria em paz!!
Pelo menos um instante!

Mas assim como voltas
vai..
Assim como diz
não diz
Assim como sente
petrifica
Assim como olha
evita
Assim como vens
Vai!!!
assim como quer...

não vive.

lunedì, agosto 06, 2007

Senti está canção, quando teus passos distanciam-se!!!


Beijei de leve a minuciosidade dos teus lábios
que com palavras soltas me desprezaram
toquei o cheiro dos teus olhos
que disfarçados me abandonaram

Beijei o teor alcoólico daquela cerveja
que deslizou sinuosamente no meu embaraço
Toquei mais uma vez a tua voz
enquanto embalava meu sonho disfarçado...

e dedilhando teu ouvido
sussurei: Abra a boca e engula todo meu amor
Depois? me esqueça, por favor!!!

caros leitores! satania visitou-me nesta madrugada fria
estava buscando consolo para tal descontentamento. Ouvi, por longas horas
suas palavras detalhadamente descritas por aquele novo olhar e sabor. Lembram vocês de Satania? A tão temida menina de olhos verdes, presente nas noites escuras?
Pois é, ela voltou, dizia que mais uma vez tinha sido enganada por um olhar.
Claro, que não de uma forma tão intensa quanto o outro que ainda não a abandonara.
No entanto um novo olhar perturbador havia invadido seu mundo. Sim, por que ele
chegou com passos mansos, detalhes sórdidos, vitalidade renovadora
sorriso escondido, e magia no olhar...
Era dono de palavras mansas, de ritmos sedutores,
de malícia na alma. O que faria, então?
Ai, ai, ai, mais uma vez ela recorre a mim, mal sabe ela que cá também estou dedilhando
um novo, perturbador, intenso e proibido olhar,
que não sei como tocar!!!

mercoledì, agosto 01, 2007

Pelo que canta minha alma??


Canto pelo:

Toque suave
Das canções bonitas
Que teu sorriso
Escondido
Me traz...

Toque suave
Do teu olhar quente
Que tua pele
Me mostra

Toque suave
De teus passos breves
Que tuas mãos
Me contagiam

Toque suave
Da tua presença
Macia
Perversa
Abstrata
Nos meus dias!!!

Caros leitores, venho até vós para confessar algumas pequenas coisas...Sim, estou em dias de poesias leves, de passos leves, por que o peso que trago cá comigo é grande demais para dividir com o mundo que já carrega consigo tantos infortúnios (hehehe, comecei bem, isso parece carta testamento, quem sabe o seja. Não, não penso em me matar, mas como a Fênix sempre está a ressurgir das cinzas, uma tem quem morrer para que outra possa nascer)...Bom, mas como dizia estou em dias de palavras breves e de poesias leves, por que estou tentando me encontrar aí em meio a um monte de dúvidas, a um processo contínuo e perpicaz de conhecimento. De uma luta constante com o ego, com o ID, com as incertezas, com as quimeras, com as poesias... Tenho sentido saudade de outros dias de Satania, isso é fato, e isso aos poucos toma posse dos meus dias meio incertos, que devagar desandam para novos caminhos, novas possibilidades. Enfim, mudanças, passagens, sempre aquela constante e devagar transformação que temos que ter dia a dia...


Um pequeno desabafo? Quem sabe! Mas mais do que isso um pequeno esclarecimento, de ausências pausadas, de palavras parafraseadas, de pequenos ritmos...Mas também, quem disse que devo me explicar, no fundo me agarro em tais palavras, caros leitores, por que me agarro a vocês nesse momento, que são refúgio: dos livros, dos outros dias, das saudades e da agonia do porvir...Metamorfose e nada mais!!! Estou tão vazia a ponto de explodir. Estou tão sozinha que o mundo e as pessoas me sufocam. Estou tão confusa que vejo tudo nítido ao alcance do meu olhar!!!

lunedì, luglio 30, 2007

Palpita mais um poco de vida!!!


Palpita
Intriga
A alma
Calma

Bate
Pulsa
Coração
Razão

Abre
Desanda
Mão
Emoção

Vertigem
Visão
Olhos
Que se abrem

Mais uma vez o mundo,
mais uma vez a paixão
pela segunda-feira!!!

giovedì, luglio 26, 2007

Sopre-me! Quero partir desse vazio, dessa solidão!


Um vazio latente. Um cheiro de nada latente. Um grito apertado. Uma lágrima na garganta. Uma saudade na alma. Uma procura incontida pelo que não vejo. Uma verdade inconsolável que me atordoa. Um passo desacertado rumo ao que não temo. Uma angústia constante pelo que não tenho.


Um vazio que me atormenta. Uma dia que não se acaba. Uma noite que não promete. Uma cama que me diz nada. Um corpo dilatado. Uma confiança desacertada. Uma vida sem palavras. Uma garganta com elas apertada. Uma mão que escreve desalinhado. Uns traços que correm do meu lado. Uma vontade do que não sou. Uma inverdade no que nunca tive.


Um vazio dormente. Uma incerteza penetrante. Uma visível inconstância de olhares. Uma tenra vontade de fugir. Um caminho para o nada. Um nada que desconheço. Um descobrimento contínuo de olhares.


Um vazio vazio. Um dia vazio. Uns olhares vazios. Umas mãos vazias. Uma alma vazia. Uma inquietante noite vazia. Porém a garganta presa e nem tanto vazia.

martedì, luglio 24, 2007

A vida ritmada nos novos traços!!!

Foto: Francieli Rebelatto
Ritmos
Desconcertantes
Dos pés
Nervosos
Mal-arrumados

Ritmos
Angustiantes
Dos leves toques
No teclado

Ritmos
Envolventes
Da presença
Minuciosa
Dos teus traços

Ritmos
Novos
Descrente
Cúmplice de
Mais uma tarde...

venerdì, luglio 20, 2007

Perfeitos traços de passos indefesos numa tarde de sexta-feira!!!

Foto: Francieli Rebelatto

Imperfeitos
traços perfeitos
ao meio-dia
a meia luz
do fim do dia
que em meias palavras
contemplo teu olhar
sem olhar
nos passos apenas
dispersos
cada qual para seu lado!!
Sem paz de espírito, nesta semana
cá também estou!!!

mercoledì, luglio 18, 2007

Uma linha: tênue e sem medida aos simples mortais!!!

Foto: Fran Rebelatto

Linha

Tênua

daqui e ali

Corremos nos sorrisos soltos

nos passos largos

nas mãos suadas!!!

Brincamos nos dias brancos

também nos cinzas

e nas cócegas ao meio-dia!!!

Cantamos nas madrugadas

nas avenidas

e nos desencontros de nossa vida!!!

Choramos nas linhas

nos traços

e nos embaraços!!!

Vivemos por fim

Contemplamos

rimamos

poetizamos

Rezamos!!!

Afinal:

A linha é tênue

e não sabemos o que existe do outro lado.

Breves palavras as pessoas que foram vítimas do descaso do nosso país...Enfim, uma linha tênue e sem medida aos simples mortais!!!


lunedì, luglio 16, 2007

A contemplação do que não se conhece, senão lentamente!!!



A arte de contemplar é a arte de seduzir e ser seduzido pela vida. Confesso que essa idéia tomou posse dos meus pensamentos há poucos dias, depois de uma viagem a Porto Alegre. Sim, precisei fugir do meu cotidiano para me dar conta da arte da contemplação, mas isso não se deve somente ao fato de que passei dois dias em frente a exposição do Goya, de Vera Chaves Barcelos, assistindo A Medéia, O Horla, obras de Iberê Camargo. Esses pensamentos se devem especialmente a uma mudança de percepção de mundo.

Dizem bons e velhos amigos que isso acontece todo o dia comigo. Quem me dera amigos, enquanto esbravejo filosofias apaixonantes por novos sonhos, meu interior continua insistindo nos mesmos valores de vida. Mas isso vem mudando, creio que muda conforme nosso amadurecimento. Que acontece de forma calma, silenciosa, e só o percebemos quando nos damos conta da nossa forma de pensar, ou então da nova forma de contemplar a vida.

E é neste ponto, que queria chegar. Percebam caros leitores que este é mais um daqueles longos textos frenéticos e confusos, onde nada fica muito claro, por que a mão que a escreve está mais uma vez emocionada pela mudança. Mas enfim, tenho percebido e creio que os senhores também que temos vivido nossa vida de uma forma ínfima, vazia, corremos dias e nos dias em busca de algo que na verdade não entendemos ao certo o que é. Dizem alguns que é felicidade, outros falam em bem-estar, tranqüilidade, riqueza, amor. Mas será que já paramos para contemplar o verdadeiro sentido de tudo isso para nossas vidas, para nossas essências? Não sei, aliás, não, nunca paramos. Tentamos sempre fugir deste ato, por que quando paramos para fazer isso, nossa vida se torna mais bonita, mas fantasiosa, e assim quem sabe mais sem graça.

Pois, somos educados a lutar e buscar a dificuldade, isso nos engrandece, nos dignifica, mas quem sabe o que é dignidade se nunca a contemplou? E assim, deixamos de contemplar os olhares, as cores das ruas, as sensações de cada dia, o ritmo daquelas canções, o suspiro da pessoa ao lado no ônibus. Deixamos de contemplar nossas fraquezas, nossas vitórias, nossos sonhos. E apenas vivemos, assim meio que sem sentido, um dia após o outro.

Mas, senhores se pudesse lhes dar um conselho que pode mudar suas vidas, diria: Contemplem o mundo, assim, de uma forma pura, com um olhar calmo, e com paixão no coração e verão que a vida fica mais bonita, os problemas mais brandos e os olhares mais verdadeiros. E assim tudo vai tendo um sentido, sem sentido. Afinal quem disse que a arte de contemplar precisa ter sentido, aliás, quem disse que precisamos de respostas para tudo?

Bom, bom, paro por aqui, por que essas palavras ainda sujariam páginas e páginas deste modesto caderno virtual, afinal a arte de contemplar não te da limites para você perceber a vida com outro olhar.

Este texto é fruto da contemplação, aos ritmos, palavras, poesias e entrelinhas do olhar de um novo amigo nos meus dias. Ele há de entender, já que a pipa foi solta para o mundo, já que ele, creio já tenha experimentado a arte de contemplar suas próprias fúrias.

venerdì, luglio 13, 2007

Na ausência esperamos!!!



vedado o pensamento
vedado os olhares
vedado os minutos
dos teus passos

Limite intenso
entre o fim de dia
entre a luz
que cai
sobre o fim dos passos

Passos e passos
que ali ausente
estou a esperar!!!

martedì, luglio 10, 2007

Na linha? Do Metrô, só se for!!!

Foto: Leonel Henckes

Estava frio! Mesmo assim meus ombros permaneciam descobertos. O metrô andava depressa entre o Aeroporto e a parada que tinha que descer. Mas te vejo pelo vidro entre um vagão e outro. Aproximava-se!

Eu suei a mão como de costume. Estávamos longe nesses últimos dias é fato, mal me lembrava do nosso último beijo, mas seria capaz de descrever cada detalhe dos teus traços e dos teus sabores.

As pessoas ao redor ficaram curiosas ao ver nossa aproximação, ao mesmo tempo paracem que não nos viam, se que era possível dizer que ainda existia alguma coisa entre nós. Mas você levemente me abraçou e me beijou o ombro, o pescoço. E então entrou de novo na minha vida!

O metrô parou, tinha que descer, você ficou e eu entre a harmoniosa sensação dos teus lábios e da angustiante sensação do metrô que andava para longe, bem longe...

Acordei, terça-feira de manhã, estava em Santa Maria e o metrô? Estava bem mais longe, teus beijos guardo comigo, nos meus ombros, nos meus cheiros