Yamandu Costa desliza por suas cordas...veias da América Latina saltam também em mim...
Enquanto ele delira no incansável burbúrio de seu violão, eu deliro na inscansável poesia do meu coração...Sou uma romântica incurável, e a dor e a leveza a que danço internamente me levo a tantos mundos...Enquanto ele toca a música que dedicou a mulher num momento que estavam longe, eu tentei viajar na saudade que também sinto...Por isso, aí vai minha íntima poesia com o íntimo violão de Yamandu...
Saudade de suas cordas que balançam...
saudade da saudade
do caminho,
do silêncio
da incansável vontade de dançar...
saudade que me faz cantar...
saudade da saudade
de rir, correr e reinventar...
saudade que me faz acreditar...
saudade da saudade
do incensante delírio de te vigiar..
saudade que me faz gozar...
saudade da saudade
do vento quente do teu mar...
saudade que me faz chorar...
saudade da saudade
da triste sensação de não amar...
saudade que me faz poetizar...
saudade da saudade
da tenra insensatez de levitar...
saudade que faz procurar...
saudade da saudade
do doce amargo caminho do meu lar...
saudade que me faz viver
saudade da saudade
da alma inquieta
do coração ardente
do corpo sedento
do ato ausente...
saudade por fim...
de versos descompassados
dos versos nunca rimados...
saudades de tocar as cordas do seus cabelos longos, grossos, ondular...
saudades dessa absurda e despretensiosa vontade de amar....
senti saudade da minha maneira louca de amar, amar, e apenas amar...
e não há poesia que traduza a saudade da estradeira vontade de te roubar...