E se...
dedilhasse poesias no seu dorso
jogado sobre o vento de um dia leve?
E se...
a poesia transcorresse pelo olhar húmido
pela garganta, pelo silencioso pescoço?
E se...
a poesia respingasse no meu desassossegado
divagar perdido pela ínfima madrugada?
E se...
a poesia debruçasse sua vil espera
no canto da sala, no vinho, no final desta quimera?
E se...
a poesia de você não fosse o silêncio
dos meus olhos, minha mãos....
minha 'in' quietude a pertubar o libertino cheiro
do teu toque...
E se...
não fosse mais poesia?
sem nunca ter sido minha poesia?
E se...
A poesia do teu estar
não afugentasse o meu silêncio
que 'in'sentido teria??