mercoledì, novembre 25, 2009

As nuances de um cheiro impregnante.


Confesso que minha memória visual é bem mais eficiente que a olfativa e a tátil. Tanto que lembro-me perfeitamente sempre dos traços, das rugas, dos calos, e muito pouco do cheiro. Mas, isso é uma questão de maturidade, de consciência corporal e existencial, não tenho dúvida. Tanto que ultimamente ando me dando conta do quanto consegui desenvolver minha memória olfativa. E é impressionante como o cheiro impregna na gente, na nossa vida, nos meandros mais insólitos de nossa existência. Até meu próprio cheiro é mais consciente agora. E eu gosto de cheirar, por exemplo, meu próprio nariz...hehehe...Cheirar o próprio nariz é coisa de louco eu sei, mas eu gosto, que posso fazer: "de santo e louco todo mundo tem um pouco, não é mesmo?"

Mas o que mais tem me perturbado é o cheiro do "outro", daquele que é diferente de mim, mas ao mesmo tão desejado próximo, daquele que invade. O cheiro vem de longe, fica na roupa, no travesseiro, do lado de fora da porta ainda fechada. E que cheiro: perturbador, estonteante, o que é pior....excitante, bom....

Enfim, apenas o relato de que um cheiro me perturba profundamente neste momento, que permaneço calada por aqui. São as produções acadêmicas que sugam minha poética, desculpa, mas voltarei....logo!!! Renascendo como sempre, devaneando como sempre!!!

sabato, novembre 07, 2009

No intocado mundo das bruxas...caem!!!


caem pétalas
a pele é branca,
e o frescor da noite invade...

caem gotas de suor
o calcanhar é silencioso
e os passos mansos dançam...

caem paixões
os pés pequenos desenhados
e as mãos do mesmo tamanho, com calos...

caem palavras
a vontade do toque insistente
e as intenções longas, venéreas, quentes...


caem as noites
os sonos leves impregnados
e as rosas rosa, vermelhas
e um bilhete ali guardados....

domenica, novembre 01, 2009

Clâmides frescas, brancuras frias...nebulosa..a lua!!!

Ontem a noite foi assim. Fomos cúmplices singelas de uma longa conversa madrugada a dentro. É, fazia tempo que nossas faces brancas não compartilhavam de um momento nostálgico e quente na janela do quarto verde lá de fora. Deitei-me na cama, com lençóis de cetim, ela estava do meu lado, invadia bem devagar minha retina, cobria por vezes meu corpo.

E assim fomos deslizando as profecias, de bruxas insensatas, de lendas que se perdem em tantos discursos. Mais uma vez discorria a ti aqueles segredos pormenorizados e escondidos nas rugas da minha face sempre sedenta de energia. Lá fora a noite estava calma, quente, um silêncio ensurdecedor invadia os tímpanos sensíveis das donzelas, e em leves sopros eu lhe confessava em forma de poesias.

É, fazia tempo, as estações já passavam despercebidas, e eu vã descrente das crenças mais loginquas, esquecia da lenda perdida. Os lençóis me cobriam, ela também deslizava sobre ele, numa dança norteada de leves toques. Entre o ir e vir das palavras, eis que eu lhe confessava. Estavas comigo, mas me sentia sozinha. Mas, eu gosto da solidão das montanhas e das janelas da casa verde, em alguns momentos.

É, fazia tempo, que meu olhar não mais procurava confidenciar nostálgicas sensações, ou então, vibrantes desejos. Mas, ela sabia, de cada detalhe de todas as histórias, de todos os segredos, de todas as vontades depositadas em "meros" 25 anos. E assim voamos juntas...Adormeci entre os medos. Adormeci como uma criança que volta pra casa. Mas, não era minha casa. Quem sabe a sensação se deva por ela estar ali, a me tocar. Cada centímetro desnudo dos meus poros, da minha alma.

Lhe resguardava sempre nitidamente rimas que se estendem entre uma madrugada e outra. E sempre lhe pergunto se minha insanidade a incomoda? E a mim incomodaria? Sei lá, é como não se sentir humano, ou então, humano demais diante da vida. Carnal demais para quem gosta de sublimar entre devaneios atemporais. E a madrugada se distende infinitamente. Durmo devagar. E ela a me tocar. Mas acordamos separadas...

Olho pela janela da casa verde e vejo que as coisas mudaram por aqui também. E lá fora continua quente, silencioso e singelo!!!! Ela se foi com pés leves sob as nuvens, deu espaço ao sedento desejo de um dia quente, inebriado, violento e que me retiro para não lhe confessar mais!!!...Sou insana e nunca tive dúvidas disso - confessa-me Satania...A não lembram? da velha bruxa de antigas histórias!!!...Ela voa leve por aí, e às vezes volta!!!