Já é final de tarde.
Não ouço passos no corredor.
Só o silêncio.
Perturba.
Machuca.
Invade.
O cheiro não desliza pelas horas vagas.
Nem o toque calmo é na pele dado.
Só o vazio consternado.
É silêncio.
E eu divago.
Durmi hoje até tarde.
Confidenciei para as paredes claras a ausência.
Os braços retorcidos.
O relógio despertava.
Permanecia ali deitada no soar da chuva.
E chovia. Chovia.
E eu vazia, queria nada.
É final de tarde.
Desligo o computador.
Viro as costas.
Fecho a porta.
Vou embora.
E hoje foi o dia mais longo daquele lugar.
E eu a divagar.