martedì, novembre 23, 2010

la noche...e eu planto um jasmim!!!

Impressionante o silêncio que se distende na noite. Abalado somente pelo meu frenético teclar. Ouço grilos lá fora, e nem sequer ouço o barulho de um jovem casal de estudante fazendo sexo. Nada, o silêncio soa tão alto que envolve toda a madrugada, já é tarde. Mais uma noite de insônia. Que nada? Olho para minha caixa de "sonhos", dialogo com os amigos fantasmas. A mala já está feita novamente, e eu levo um pouco mais de minhas "plenitudes" e dos meus "vazios" pelo mundo...Amanhã é dia de viajar denovo. Amanhã é dia do vírus da estrada tomar conta do silêncio...

Hoje eu queria uma lareira e vinho, mas no fim das contas preciso dizer que gosto da sagacidade de nossas descobertas em um motel. Nada de romantismo vazio, para saciar nosso ego e completar nossa maneira evaziva de conquistar, quem sabe cerveja e mar.

mercoledì, novembre 10, 2010

Brincando com a solidão...


Misty Mountain...tocando alto nos meus ouvidos, coloquei o fone afinal já passa da meia-noite, hoje é quarta-feira e todos dormem pelos aredores. Blues para tentar passar a limpo o texto que escrevi horas antes no meu exercício diário de pegar um ônibus do centro da cidade até a universidade. Pensava na solidão, sem medo de falar, tocar, sentir. Essa solidão carnal, almática, inflamável, que talvez perturbe, incomode, faz doer. Ou então, seja o sinônimo da minha leveza. Afinal, quem sabe, estar consciente da própria solidão ameniza as tantas lamentações e desagrados na qual tentamos fugir todos os dias. Talvez por que se dar conta da solidão - a mais corriqueira, indócil - é perceber o quanto é simples e singelo se desfazer dela.

E eu não acredito que alguém possa viver sem esta tal solidão, que não é abdusida, nem acabada, nem resolvida pela presença do outro, do efervescente, da sensação de torpor. É uma solidão tão carnal, que ao mesmo tempo induz a alma a voar. E não é nas ruas cheias, nas conversas longas, no abraço apertado, no durmir de conchinha, não é na mera e intensa cotidianeidade que se desmanchar a essência de tal solidão. E como me incomoda quando tentam invadir minha solidão tão tenra, que me completa, me seduz, me induz a um leve final de noite.

Por isso, sai do teatro sem me despedir, peguei o rumo de casa, passei debaixo do ipê roxo da praça, que cheirava tão doce, juntei umas flores e continuei, sem olhar para traz, ou qualquer lado que seja, pois essa solidão me permite ter estes acessos de descomprometimento com o mundo. Volto pra casa...jogo as flores roxas sobre flores secas já "traduzidas" em outras fotografiass velhas...resolvo escrever poesia, luz baixa, Iso alto, e penso no quanto é possível naquelas fotos colocar toda minha solidão: tão mansa, tão plena, tão grata...Cliquei...e por mais que sejam pixels e não sais de prata...brinquei com minha solidão...Quem sabe por que no fim das contas ninguém mais do que eu perceba o quanto esta solidão é uma grande ilusão...me abandono nesta foto, me abandono no meu blues e acabo mais um dia de leve, doce, roxa solidão!!!

sabato, novembre 06, 2010

Noites longas que ficam em mim!!!


vontade ensurdecedora de explodir
tímpanos, poros, película...
garganta úmida divaga
a mudez das tuas mãos me corrompe


Não sou feita de silêncio
mas dorme comigo todas as noites
beija meu colo, tocas minhas costas
inebria as curvas da pele


grita debaixo das unhas
adentra abruptamente nos cabelos
me consome, dilacera a pupila
a palavra em si,
a não palavra


sinto o silêncio
fazemos amor mais essa noite
vais embora e levas a outra parte silenciosa de mim
é hora de durmir!!!