domenica, ottobre 26, 2008

Estava em mim...

O ar-condicionado
transpirava a leveza dos meus poros
Mãos nas guitarras
Olhos nos meus braços
Mais um gole
e você estava em mim
Mais um gole
e eu tão feliz assim...

Eu queria compor uma música.
Mas só me detenho em sonhar
Aqui comigo, aqui com você...
De bicicleta...e por que não caminhar?

Um poeminha leve, e muito sincero numa tarde chuvosa de domingo, que to trancada aqui na redação....Com tanta vontade de estar em casa..só mais um pouquinho, quem sabe para sempre entre minhas quatro paredes...

venerdì, ottobre 17, 2008

E as mazelas do mundo? Prefiro os fantasmas...


Há dias que não saio muito de casa, não tenho assistido televisão e apenas junto o jornal da sacada e jogo no sofá da casa. Tem sido confortável as 4 paredes do meu quarto, os estudos da antropologia e longas conversas no msn. Tem sido bem mais confortável minha cama e conversas com meus poetas fantasmas.


As poucas vezes que sai para a rua me detive em conversar com velhos amigos, velhos assuntos, sem novas teorias, quanto menos a reflexão sobre a realidade atual, questões econômicas, policiais e tudo mais. Tem sido confortável ir ao cineclube assistir filmes de memória, comer negrinho na casa de amigas falando besteiras e assistindo Xeque-mate. Tem sido confortável o café no final de tarde e quem sabe um dia o tão sonhado baguete. Uma breve volta até o banco, e comprei algumas roupas novas e voltei ao meu quarto.

Hoje, no entanto, me permiti um pouco mais, deixei de lado meu egocêntrismo destrutivo e descobri que as mazelas do mundo são intermináveis. E neste ato de me permitir saber o que estava acontecendo no mundo descobri que: a crise atingiu a empresa em que trabalho; que um casal de amigos terminou o namoro; que a mãe de uma amiga está com cancêr no rosto, depois da vida inteira se tratando para sinusite; que serão cancelados todos os estágios em jornalismo, e querem também derrubar o diploma; que devido a crise os investidores no filme do Rodon deram uma segurada, está tudo parado no cinema e ainda fiquei sabendo que um ex-namorado seqüestrou a namoradinha de 15 anos e ainda atirou nela e na amiga - o caso já perdura 101 horas e eu não sabia de nada.

Jantei atônita hoje, por que nem ao menos sei quantas maldades mais a Flora fez na novela. Jantei com o estômago embrulhado e continuo aqui perplexa por que mais uma vez a vida mostra que o mundo está cheio de loucos e a gente nunca sabe qual é o limite da loucura dos outros... Rapidamente me tranquei no quarto senhores, por aqui dentro minhas mazelas são bem menos doídas, e quanto as mazelas do mundo lá fora, é isso mesmo: deram sangue aos homens agora quem os pode entendê-los?

Com licença, mas eu preciso continuar entre minhas quatro paredes, com meus livros e apenas dialogando com fantasmas poetas. Por serem fantasmas, eles não tem sangue, por não terem sangue não tem calor, por não ter calor apenas sopram palavras bonitas no meu ouvido enquanto durmo...

giovedì, ottobre 09, 2008

Coloca sal nas feridas...que passa...


Sou adepta ao pensamento do Grassi: Sento para ver o filme pela primeira vez e me deixo envolver pelo espetáculo. Me envolvo Pela emoção e motivação que me faz permanecer em frente à tela. E foi isso que eu vi ontem no Filme "Netto e o domador de cavalos" - de Tabajara Ruas.
Mas, a pré-estréia do filme aconteceu durante um evento das ciências sociais, e ali no público encontravam-se: cientistas sociais, historiadores, "críticos de cinema", cineastas, jornalistas, estudantes ou apenas amantes da sétima arte.

E é óbvio que a interpretação de cada um está restrita ao seu modo de ver as coisas, a sua bagagem cultural e acadêmica que engessa de certa forma maneiras de pensar e até mesmo apenas apreciar um filme ao final da tarde. Para os cientistas sociais a memória que no filme é tão bem explorada poeticamente tem sentido muito mais amplo e antropológico. Para os historiadores a preocupação era com os fundamentos coerentes da pesquisa histórica que foi feita antes do filme, se tal personagem existiu de fato ou não. Para o "crítico" de cinema, sempre há problemas, sem há exageros. A música de Vitor Ramil não era adequada, o pôr-do -sol já virou clichê, a narrativa estava arrastada. Mas como diz Tabajara Ruas citando outro autor: "A crítica é nada". Para os amantes do cinema como Grassi e como eu (claro que em nível bem inferior) o filme estava um espetáculo de arrepiar o pêlo de qualquer um.

Sim, é certo que muitas coisas me incomodaram como a música do Ramil por exemplo, que para mim é linda, porém creio que precipitada em certos momentos de dramaticidade. A fotografia do fime é excepcional, afinal o Rio Grande do Sul por si só é de uma beleza e leveza incrível. O pôr-do-sol era de fazer qualquer cusco arrancar lágrimas dos outros. E não é um filme gauchesco, é um filme que reconta de uma forma encantadora e cheia de dor a lenda do negrinho do pastoreio. E sabe que nem mesmo o Tarcísio Filho de índio me incomodou, antes mesmo quando lia a "crítica" também achava meio estranho o personagem, mas vendo e sentindo o filme acho que não poderia ter sido uma melhor escolha. Ah e a narração? A narração foi o elemento esssencial. Foi o que deu mais vida, mais tom, mais beleza ao filme, para mim a melhor coisa de "Netto e o domador de cavalos".

Sei que estou rasgando só elogios, mas sei lá. Acho que de crítica Tabajara Ruas pelo que notei já está farto, acho que falta pessoas com sentimento livre e sem pré-concepções para apenas sentar num audirótio e apreciar, degustar o filme deixando se envolver por sentimentos. Acho sim, que muita cenas foram arrastadas demais com a das 100 chibatadas, ou então da briga entre o índio e o empregado do estancieiro. Daquelas cenas que de tão longas faz o público se retorcer na cadeira, falar baixinho incomodado. Mas, acho que no "Netto e o domador de cavalos" o arratar dessas cenas foi essecial para dar ainda mais dramaticidade e veracidade ao que foi de fato a história do nosso estado. Uma história abaixo de sangue, escravidão e muita dor...

Para finalizar creio que os cientistas sociais, historiadores e críticos tem que entender que Tabajara Ruas escrever romances, por isso "inventa" narrativas, reconta personagens e não tem obrigação histórica, antropológica ou de seguir esse ou aquele padrão cinematográfico. Tabajara é um literato, e por isso tem a liberdade de escrever apenas....Mas, acho que discussões como as de ontem sempre nos fazem pensar mais sobre o que vimos, o que produzimos e especialmente que cada um tem seu modo de ver, entender e julgar o mundo. E e muito fácil criticar quando se tem o olhar distante da produção, do fazer, da finalização. Quando se tem o olhar distante do ato de viver...
Mas como diziam os antigos põe sal nas feridas que passa..Ou então, deixa vivo que as formigas gostam mais...

venerdì, ottobre 03, 2008

Vale a pena contar histórias...

Concurso de Crônicas relembra histórias dos 48 anos da UFSM
02/10/08 16:10:05

A UFSM, através do Gabinete do Reitor e do Programa Volver, recebe até o dia 13 de outubro as inscrições para o 4º Concurso de Crônicas “A UFSM na Sua História: Coloque no Papel a Bagagem da Sua Memória”. A inscrição é gratuita e aberta a todos os egressos e formandos de 2008, sendo que o concurso visa ao resgate de acontecimentos vivenciados na instituição. A realização do evento é do Volver: Programa UFSM de Ex-Alunos, o qual possui mais de 4 mil egressos cadastrados que permanecem ligados à UFSM mesmo depois de formados.

Uma das vencedoras da 3ª edição do concurso, a jornalista Francielli Rebelatto destaca a importância de perpetuar as lembranças da época de universitária, em situações pessoais, profissionais, de amadurecimento, que apenas a universidade proporciona. Segundo ela, uma universidade pública como a UFSM, que possui tantos cursos e abriga tantas pessoas precisa reunir memórias simples, histórias engraçadas, tristes ou emocionantes que são desconhecidas, observa.

A premiação do concurso, entre os egressos, é de R$ 1500,00, R$ 800,00 e R$ 400,00 para os 1º, 2º e 3º lugares, respectivamente. Os três melhores classificados entre os formandos serão premiados com R$ 1000,00, R$ 600,00 e R$ 300,00. Os vencedores também receberão brindes como livros e cursos de idiomas. O regulamento está no site
www.ufsm.br/volver.

Mais informações pelo telefone (55) 3220-8222 ou pelo e-mail projetovolver@gmail.com.
Ta aí pessoal a notícia divulgada no site da UFSM..Vale a pena contar histórias...E eu sou testemunha disso....

giovedì, ottobre 02, 2008

Hoje senti seu olho brilhar..É ela..a Própria Fênix...


Confesso que assistir Waking Life de ressaca não foi a melhor opção do dia. O café regado a discussões políticas foi empolgante, mas o filme, ai o filme. Aquele que me embrulha incontidamente o estômago foi um sacrifício. É como aquela história do masoquista dizendo para o sádico: "Bate - bate" e o sado respondendo secamente: "Não". Para um sado nada pode ser mais empolgante que privar um masoquista do seu maior prazer. Para um masoquista nada como assistir Waking Life em momento de crise existencial. Mas, convenhamos que minha crise existencial é meio que ininterrupta. Deve ser coisas de pessoas que tem apenas 24 anos de idade.


Quem sabe, Corra lola corra me entenderia ou então Happy Feet com seus minúsculos pés a sapatear. Onde, eu estava mesmo? A sim, o filme, ou o sonho? Sonho, mas como viver e compreender o mundo ao mesmo tempo. Bom, eu confesso que não quero ser uma formiga e procuro momentos humanos verdadeiros. Sim, queria falar de momentos humanos verdadeiros. Eu gosto de olhar estrelas jogada na grama, mas a opção por mais uma cervejinha ontem à noite foi algo surpreendente e muito divertido. Existem amigos. Existem parceiros. Existem amores. E existem sonhos.


Mas o sonho é destino. E os sonhos somos nós mesmos, nossas projeções, vivências e personagens que se configuram em verdades na narrativa filmica que toda a noite gravamos , ali no nosso inconsciente. Não sou pscicóloga, nem vidente (quem sabe Bruxa, como disse convicta a profeta Eunice). Sei muito pouco dessas áreas, quanto menos das religiões e crenças que tentam explicar e justificar o mundo. Nem sei ao certo no que acredito. No entanto, o sonhos são nossas criações, Baby. O que tememos, o que desejamos, o que alimentamos no nosso amâgo, nas nossas rugas mais atentas aos desejos que alimentamos ou que às vezes optamos por esconder.


É, chego a conclusão mais uma vez nesta madrugada que sou uma tola, com teorias vazias. Mesmo assim, queria ter visto também o homem de olhos brilhantes. Mas, quando voltei sua casa já não estava mais lá. A racionalidade é defesa. Assim, como a subjetividade justifica muitas coisas. Pois é, mais uma vez os perturbadores Paradoxos.


Waking Life na tela e no meu estômago verdes idéias incolores se remexiam. Acho que agora sim, Fênix está renascendo de suas cinzas...