giovedì, ottobre 09, 2008

Coloca sal nas feridas...que passa...


Sou adepta ao pensamento do Grassi: Sento para ver o filme pela primeira vez e me deixo envolver pelo espetáculo. Me envolvo Pela emoção e motivação que me faz permanecer em frente à tela. E foi isso que eu vi ontem no Filme "Netto e o domador de cavalos" - de Tabajara Ruas.
Mas, a pré-estréia do filme aconteceu durante um evento das ciências sociais, e ali no público encontravam-se: cientistas sociais, historiadores, "críticos de cinema", cineastas, jornalistas, estudantes ou apenas amantes da sétima arte.

E é óbvio que a interpretação de cada um está restrita ao seu modo de ver as coisas, a sua bagagem cultural e acadêmica que engessa de certa forma maneiras de pensar e até mesmo apenas apreciar um filme ao final da tarde. Para os cientistas sociais a memória que no filme é tão bem explorada poeticamente tem sentido muito mais amplo e antropológico. Para os historiadores a preocupação era com os fundamentos coerentes da pesquisa histórica que foi feita antes do filme, se tal personagem existiu de fato ou não. Para o "crítico" de cinema, sempre há problemas, sem há exageros. A música de Vitor Ramil não era adequada, o pôr-do -sol já virou clichê, a narrativa estava arrastada. Mas como diz Tabajara Ruas citando outro autor: "A crítica é nada". Para os amantes do cinema como Grassi e como eu (claro que em nível bem inferior) o filme estava um espetáculo de arrepiar o pêlo de qualquer um.

Sim, é certo que muitas coisas me incomodaram como a música do Ramil por exemplo, que para mim é linda, porém creio que precipitada em certos momentos de dramaticidade. A fotografia do fime é excepcional, afinal o Rio Grande do Sul por si só é de uma beleza e leveza incrível. O pôr-do-sol era de fazer qualquer cusco arrancar lágrimas dos outros. E não é um filme gauchesco, é um filme que reconta de uma forma encantadora e cheia de dor a lenda do negrinho do pastoreio. E sabe que nem mesmo o Tarcísio Filho de índio me incomodou, antes mesmo quando lia a "crítica" também achava meio estranho o personagem, mas vendo e sentindo o filme acho que não poderia ter sido uma melhor escolha. Ah e a narração? A narração foi o elemento esssencial. Foi o que deu mais vida, mais tom, mais beleza ao filme, para mim a melhor coisa de "Netto e o domador de cavalos".

Sei que estou rasgando só elogios, mas sei lá. Acho que de crítica Tabajara Ruas pelo que notei já está farto, acho que falta pessoas com sentimento livre e sem pré-concepções para apenas sentar num audirótio e apreciar, degustar o filme deixando se envolver por sentimentos. Acho sim, que muita cenas foram arrastadas demais com a das 100 chibatadas, ou então da briga entre o índio e o empregado do estancieiro. Daquelas cenas que de tão longas faz o público se retorcer na cadeira, falar baixinho incomodado. Mas, acho que no "Netto e o domador de cavalos" o arratar dessas cenas foi essecial para dar ainda mais dramaticidade e veracidade ao que foi de fato a história do nosso estado. Uma história abaixo de sangue, escravidão e muita dor...

Para finalizar creio que os cientistas sociais, historiadores e críticos tem que entender que Tabajara Ruas escrever romances, por isso "inventa" narrativas, reconta personagens e não tem obrigação histórica, antropológica ou de seguir esse ou aquele padrão cinematográfico. Tabajara é um literato, e por isso tem a liberdade de escrever apenas....Mas, acho que discussões como as de ontem sempre nos fazem pensar mais sobre o que vimos, o que produzimos e especialmente que cada um tem seu modo de ver, entender e julgar o mundo. E e muito fácil criticar quando se tem o olhar distante da produção, do fazer, da finalização. Quando se tem o olhar distante do ato de viver...
Mas como diziam os antigos põe sal nas feridas que passa..Ou então, deixa vivo que as formigas gostam mais...

1 commento:

Anonimo ha detto...

Sal na ferida passa! Mas dói!...
Ô minha amiga do flickr!!! O que a cerveja faz com a gente!!! Estavas na mesma festa sábado em Itaara e não trocamos uma ideia de foto... Desculpe a minha incompetencia?
Até mais.
Moizes.