lunedì, settembre 22, 2008

É preciso caminhar




Não exitei em acordar às 6 horas da manhã. Sabia que meu amigo estava vivendo um momento muito importante, que eu já tinha experimentado há muitos anos atrás, por isso precisava estar do lado dele. Uma mala de rodinhas lotada, mais uma nas costas, e um travesseiro com a fronha suja. O pai e a mãe nervosos tentam disfarçar a angústia, a dor de ver mais aquele filho partindo. Mas eles sabem que os filhos são feitos para o mundo, e meu amigo sabe que já é hora de se lançar nele.

Na mala além de quinquilharias vão medos, apreensões, esperanças, liberdade, a vontade de um dia voltar. As roupas e livros nem são o motivo do peso, mas o que pesa é o desconhecido, o novo caminho que está sendo traçado, uma nova vida que lá longe já começa a se formar, quando decidimos a dar o primeiro passo.

No caminho para a rodoviária, poucas palavras. Os pais parecem que estão longe. Meu amigo relata procedimentos que fará na nova cidade, e eu contenho minhas lágrimas. Afinal já teria vivido aquele momento e sabia da imensa confusão que estava por traz dos olhos daquele menino, agora homem que decidira partir. Nunca vou me esquecer do dia em que sai de casa e decidi vir morar em Santa Maria. Foi a segunda vez que vi meu pai chorar com intensidade (a primeira vez foi quanto meu irmão viajou). A primeira vez que meus pais ficam no lado do ônibus até eu me sentar, ajustar minhas bagagens e começar a sonhar.

Eu estava com medo, com muito medo, pois não imaginava o que me esperava, mas eu sabia com toda convicção o que queria. E da janela do ônibus as paisagens se desfaziam, as lágrimas corriam, e aos poucos planos começavam a serem traçados. O fato é que ao chegar em Santa Maria tudo estava diferente, e eu estava sozinha. O medo aumentou, eu me perdi pelas ruas, em manhãs de chuva incessante. Mas, aprendi o caminho, fiz novos amigos. Já fui e voltei para casa tantas vezes. Com um travesseiro debaixo do braço, com as malas lotadas de bugigangas e aquele velho isopor.

E Ia esquecendo do velho isopor. Meu amigo, a partir de agora vai entender o valor que tem aquele velho isopor, que trouxemos de casa embaixo do braço. Ele perturba, ele causa incomodo, ele é pesado, ele é um baita pé no saco. Mas aquele isoporzinho de “uma figa” meu amigo quantas vezes vai te salvar. Quanto levantou tarde e não deu tempo de fazer almoço. Quando o mercado já fechou. Quando não se sabe cozinhar, ou quando apenas quer matar a saudade do tempero da mãe, da avó. E assim vai matar a saudade de tudo que ficou e que depois de estar um bom tempo longe de casa se dá o verdadeiro valor.

Partes meu caro amigo, sem remorso...Vais longes e verás que dá vontade de ir mais além. E que estar longe de casa sim, às vezes é a melhor escolha para nos darmos conta do quanto ela foi importante para nós....Do quanto amamos tudo que deixamos para traz. Nunca vou esquecer da paisagem pelo caminho na primeira vez que dedidi partir de lá.
Hygino, vai ser lindo e nós estamos torcendo muito por ti..........

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