venerdì, gennaio 30, 2009

ela queria que o mundo terminasse ali...


Uma tarde cinzenta e miúda. Dessas tardes que chega doer o olhar de tão calado, tão parado. Ela caminhava. Não buscava nada, só se deliciava em pensamentos julgadores da felicidade abstrata de tantas pessoas a sua volta. Sentia a falta de calos nas mãos e seria capaz de passar a tarde toda a tatear apenas aqueles fragmentos.

Nada procurava, no entanto foi breve quando tudo encontrou. E as horas parecem que também paravam, inertes, um único foco. Tudo soava mais calmo agora, mais verdadeiro. Tudo era de um olhos mergulhados em falta de respostas. Era estranho carregar tantas memórias ainda na pele. Um toque, um olhar, uma palavra. E a tarde ia mais devagar, mais rápida...E como poderia um dia supostamente acabar? Sabia cada detalhe de pele, de cheiro, de olhares. Sabia descrever minuciosamente cada detalhe, cada palavra que seria dita..Poucas, no entanto, seu mundo parava naquelas horas.

Assim, naquela minúscula tarde vazia, tudo tomara um sentido indiscrítivel como se os calos às mãos pertencessem, como se as respostas ao mundo não abalassem. E tudo poderia morrer ali parado naquela paisagem, que sua vida seria mais uma vez feliz, mais uma vez verdadeira....

1 commento:

Inês ha detto...

Bonito texto... Como eu adoro devaneios assim...