Aquele refúgio produtivo no meio da madrugada, entre uma reflexão densa e outra. Ah sim, queria falar de refúgios que são materializados e justificados das mais diversas formas. O refúgio na barra de chocolate quando se está nervoso. O refúgio da cama quente, quando está muito frio aqui fora. O refúgio numa boa conversa do msn quando já não se quer mais discursar sobre ação social e a "porra" do teu objeto de pesquisa. O refúgio dos blogs para preencher o vazio existencial - essas coisas que escrevo aqui por que não quero estar enchendo a cabeça dos amigos. O refúgio a uma foto, ou a uma lembrança quando se está com saudade. O refúgio a novela das 9 quando se acredita que a intelectualidade já está te deixando "careta". O refúgio as bergamotas no canto da mesa, quando no meio da madrugada dá uma vontade de um suco gelado de laranja, mas: Jayme, as crianças estão com sede e não temos mais laranja.
Os refúgios objetivos, subjetivos, que podem ser de uma natureza imediata, quer dizer não pode ser mediada por algo. Ou mediata, quando se tem um ente, uma razão, uma perspectiva entre. Mas eu prefiro o refúgio materializado numa boa conversa numa mesa de café. Numa cafeteria qualquer, que pode ser de um "distinto" grupo de pessoas que acreditam ser "cults" e "pós-modernos", ou a uma cafeteria que tem um público que fica horas debatendo os velhos problemas, e as velhas motivações. Pode ser uma cafeteria nova, que tem um público ainda a se formar. Enfim, mas minha atenção não está no público da cafeteria, nem nas "meninas" que servem o café, mas sim nas pessoas e nas intensidades das pessoas que se sentam na minha mesa.
Hoje, foi um dia assim, uma quase "reunião" comemorativa e pautada por interesses, projetos futuros em comum. 4 pessoas que compartilham de: ideais, ide(´)ias, posturas, e especialmente a fotografia. Um mais introspetivo senta no canto da mesa e parece estar numa "pós-vida". Outro mais entusiasmado quer saber os pormenores de uma viagem recém realizada. O outro que tem definições sobre a estrada no mínimo perspicaz e uma caderneta recheada de informações que norteiam certamente boas discussões. E eu, numa intensa crise de sinusite que se dissipou logo, aos meandros da conversa intensa. As motivações são várias, os planos muitos, as feições se amenizam.
O introspectivo paga a conta. O curioso tentado pelos detalhes sórdidos e o de definições perspicazes entusiasmado com as novas discussões que tem encontrado entre pessoas que pensam e discutem a tal "crise" das artes visuais. E eu, que também, me questiono sempre se de fato a "pós-modernidade" e seus movimentos estéticos justificam todas as produções, todas as discussões estéticas. É foi um bom refúgio de final de tarde de um dia norteado pela expectativa de quem ainda não sabe se vai estar impregnado pelo "estado da arte" constante para escrever mais um artigo em dois dias.
Agora são 02:10 da manhã meu refúgio é este texto, uma foto da estrada aqui do lado. Me refugiando em sentimentalidades para matar a saudade, e acreditar que toda essa história é bem real.... Ah, valeu amigos Fabiano Dalmeyer, Rafael Haapke e Ronai Rocha pelo café, e pelas sempre motivadoras ideias e motivadores refúgios....
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