domenica, novembre 06, 2011

'in'sentido...e se!!


E se...
dedilhasse poesias no seu dorso
jogado sobre o vento de um dia leve?


E se...
a poesia transcorresse pelo olhar húmido
pela garganta, pelo silencioso pescoço?


E se...
a poesia respingasse no meu desassossegado
divagar perdido pela ínfima madrugada?


E se...
a poesia debruçasse sua vil espera
no canto da sala, no vinho, no final desta quimera?


E se...
a poesia de você não fosse o silêncio
dos meus olhos, minha mãos....
minha 'in' quietude a pertubar o libertino cheiro
do teu toque...


E se...
não fosse mais poesia?
sem nunca ter sido minha poesia?


E se...
A poesia do teu estar
não afugentasse o meu silêncio
que 'in'sentido teria??

sabato, ottobre 22, 2011

Nas suas cordas...a minha saudade

Yamandu Costa desliza por suas cordas...veias da América Latina saltam também em mim...

Enquanto ele delira no incansável burbúrio de seu violão, eu deliro na inscansável poesia do meu coração...Sou uma romântica incurável, e a dor e a leveza a que danço internamente me levo a tantos mundos...Enquanto ele toca a música que dedicou a mulher num momento que estavam longe, eu tentei viajar na saudade que também sinto...Por isso, aí vai minha íntima poesia com o íntimo violão de Yamandu...

Saudade de suas cordas que balançam...
saudade da saudade
do caminho,
do silêncio
da incansável vontade de dançar...
saudade que me faz cantar...
saudade da saudade
de rir, correr e reinventar...
saudade que me faz acreditar...
saudade da saudade
do incensante delírio de te vigiar..
saudade que me faz gozar...
saudade da saudade
do vento quente do teu mar...
saudade que me faz chorar...
saudade da saudade
da triste sensação de não amar...
saudade que me faz poetizar...
saudade da saudade
da tenra insensatez de levitar...
saudade que faz procurar...
saudade da saudade
do doce amargo caminho do meu lar...

saudade que me faz viver
saudade da saudade
da alma inquieta
do coração ardente
do corpo sedento
do ato ausente...
saudade por fim...
de versos descompassados
dos versos nunca rimados...
saudades de tocar as cordas do seus cabelos longos, grossos, ondular...
saudades dessa absurda e despretensiosa vontade de amar....

senti saudade da minha maneira louca de amar, amar, e apenas amar...
e não há poesia que traduza a saudade da estradeira vontade de te roubar...

martedì, settembre 20, 2011

A chuva de Paris que ninguém viu ...



Quente doce amargo
teu dorso vil
esquecido...ao meu lado
Sinto tua primavera invernil
Paris na chuva...andas calado
no tempo
de tantos outros...foste em abril

Deixa-me tua destreza
de quem amou e não sentiu
naquela rua deserta
nos recantos cor de anil...

teu dorso, meu dorso
meu amor, teu desamor
algo incomum que ninguém viu
foi neste tempo desgarrado
da chuva mansa que a noite pariu ...

martedì, luglio 19, 2011


Feridas fundas...
calam, ecoam, se precipitam...
são poesias presas na garganta...
mãos intocadas
pés que não andam
...a ferida muda
que sobre a pela nua
procura sentido
no 'in'sentido mundo
que já não sente mais aquela 'fragrância'

domenica, luglio 03, 2011

O veleiro caótico e a beira de um rio...





O veleiro...

sozinh0, caótico, febril

no final da tarde fria

cor de anil


Não sei se foi junho,

se foi em maio

talvez nos recantos de um abril...


andou sozinho, calado

andou como um dormente

nas tardes de um dia invernil...


e nas noites de um setembro

depois do sol

pousou sozinho

na beira do meu rio.


trouxe luz,

os ventos gelados do inverno

o calor do manto da primavera

abriste a porta e sorriu.


era um veleiro

caótico a andar

nas águas límpidas da vida

nas águas doces do meu mar


âncora perdida

parou em um porto destruído

ali lutou com bandidos, mocinhos

lutou para não ser esquecido

mas, era um veleiro caótico

e seguir viagem...preferiu!!!


todos os dias volto

na beira do lago,

na beira do rio

rezo oraçôes veementes

cantarolo as canções primaveril


um dia esqueço este veleiro

e dos braços de abril

entro em um barco na costa aberta

e lembro-me que sou tão caótica

quanto as manhãs claras em que partiu..


entro em um barco

navego teu lago, teu mar, teu rio...

encosto na tua beira

e me despeço ao final da tarde

apago tudo na noite

no fim nem eu, nem você

no fim ninguém nos viu...


dois veleiros pelo mundo

a procurar um rumo, um prumo

um desejo desnudo

não está nos meses, nem futuro

está na maré que invade, agride

invade nossos olhos marejados

nossa escolha de estar distante/pertos

em resumo...


é assim que segue água doce do mar,

água salgada de amar

é assim que seguimos:

velejando pela luz do Guaíba...

nos encontrando, a nos desencontrar...

lunedì, giugno 27, 2011

Verônica e mais um vinho

Verônica mandou uma mensagem convidando-o para um vinho. Aliás, creio que o convite tenha sido mútuo e aconteceu há muito tempo, desde quando o vinho era para ser uma cerveja. Verônica tomou vinho com poucos homens, preferia a bebida nos seus momentos de solidã, sempre gostou dos homens que bebiam mais cerveja do que vinho. Vinho exige um certo requinte e elegância que não cabia a qualquer homem, quanto menos a uma mulher - nada comedida como Verônica - ou talvez mais comedida que ela mesma pudesse imaginar.


Verônica como sempre beira este dúbio estar e ser. Hora se reveste da perversidade das bochechas vermelhas depois de um sexo bem animalesco, em outros momentos se veste da inocência e timidez das bochechas vermelhas depois do vinho. Inevitável, vinho sempre a deixa 'corada', uma conversa com aquele homem sempre a deixaria 'corada'. No outro dia, ofegante Verônica conta-me dos detalhes mais minuciosos: Fala das mãos suadas e desajeitadas sobre a mesa, ela não conseguia se concentrar. Ele tinha lhe aberto a porta do carro, falado manso e elegantemente tantas coisas, era deveras inteligente e interessante. Um homem, como poucos que tinha estado, e definitivamente ela não sabia lidar com aquele tipo de homem. Mas, definitivamente ela sentiu muita vontade de querer estar com aquele homem. O vinho brincava na taça, a taça brincava nas mãos, o vinho descia a garganta e a garganta não conseguia dizer por que procurava uma boa compania naquela noite.


Verônica se sentiu mais uma vez a caça, caçando, mas sem ir à caça completamente. Estava completamente vulnerável e entregue, só não conseguia tocá-lo. Mas, ele puxou a cadeira sentou do seu lado, e então...como são suaves e violentas as madrugadas depois de um vinho.


Agora, sentada ao meu lado na cama, neste frio da capital. Verônica e eu brincamos no celular. Vontade de um vinho, uma cerveja, uma caminhada, um café...vontade de qualquer pretexto para ficar nervosa, encabulada, desajeitada, perturbada na frente daquele homem...Tão homem!!


Hora de durmir Verônica...ainda é cedo para desejar mais deste vinho descendo pela garganta!!

domenica, giugno 19, 2011

Te dedico amor, mas não te persigo mais!!!


Um gole de vinho
uma lágrima
gargalhadas sem par
um música
uns passos
as metáforas e o mar...

Um veleiro caótico
sou eu - você
no drama da espera
no afastado desejo
mais música
mais vinho
mais silêncio ...

escrevo cartas de amor
me jogo na cama
sinto cheiro de condor
sinto que me ama
leio cartas de despedida
me entrego sem dor!!

Não peça que explique
se tudo que quero
é dar-lhe meu amor:
sem metáforas,
sem mar,
sem dramas
sem somar
quero apenas o mar
sem medo de amar
sem medo de doar
sem medo de ter medo do voar!!

Voarei logo, por isso aceite o resto de amor que tenho para te dar !!!

mercoledì, maggio 18, 2011

Na estrada

Esses cheiros...
Cheiros das gentes
Quente, cálido, frio
O cheiro dos poentes...

Esses gostos...
Gosto das gentes
aguado, azedo, adocicado
O gosto dos beijos eferevescentes...

Esses olhares...
Olhares das gentes
Azuis, visionários, lânguidos
O olhar nas tardes contentes...

Esses passos...
Passos de outras gentes
Apressados, manhosos, afastados
Passos descompassados incoerentes...

Essas mãos...
Mãos daquelas gentes
Pequenas, tenras, fluídas
As mãos e seus afluentes...

Por fim:
essas estradas...
estradas de toda gente
Caminhos, encruzilhada, poesia
As estradas e meus sentimentos florescentes...

Só na estrada me sinto excitadamente sozinha e plena!!!

lunedì, maggio 09, 2011

Versos abandonados em um amar provável!!



Acompanho de perto e de longe
a tua inquietude...
divago nos teus traços
à luz de tantos mistérios...

ouço sua voz...
músicas soltas na noite longa
mas é curiosa a sensação
uma noite tão grande
tão pequenos teus provérbios...

te embalaria a noite toda
mas ela é curta
como são também nossos desejos
ela é longa com também nossos eus poéticos...

donde vá tus sueños?
Não te pergunto
e sigo longe...
a amar-te, sem ter-te
nem ao segredo dos teus méritos...

martedì, maggio 03, 2011

Cativou-me, mas...


da tua rosa amarela
apenas pétalas de saudade
da tua sombra na janela
o avesso de minha vontade...

o cheiro dos teus dias
do fundo da minha aquarela
nem principe, nem sapo
esqueces que não sou cinderela...

teu desejo apagaste
com uma suja flanela
e aos poucos mata também
tua rosa amarela...

dorme, dorme cinderela
nos braços e na cama do principado
mas andes pelas vielas
e veja o quanto dele é sapo!!


Mas é do brejo que gostas a mais intensa rosa amarela...
Pena que cativas como princípe e escondes o teu afago
E afagas tantos braços...
que não vives a dor e a beleza do cheiro da primavera!!!

domenica, gennaio 30, 2011

Um veleiro solitário ao redor do mundo?


Amores loucos,
paixões fugidias...
um quarto de hotel,
uma cama vazia...
uma garrafa de vinho,
meu amor bom dia...
amanhã eu te deixo,
hoje minhas últimas gotas de poesia...

afinal:

Sailing Alone Around the World

mercoledì, gennaio 26, 2011

de Fernando Pessoa as rimas pobres do meu quarto


balança de um lado a outro da garrafa
o ventilador perturba os olhos embaçados
brinco com a luz refletida do telhado
e deixo as gotas que caem sobre este passado...
no colo doente de tanto afago
no doce-amargo gosto que ficou neste meu quarto...
as rimas ludibriam o pouco de sanidade
de um corpo, inerte, vazio, em pedaços


meu seio é farto de tanto afago
perdão amor se a noite de ontem eu apago
perdão amor se não vejo mais sentido
no gosto doce-amargo de outrora no meu quarto...

domenica, gennaio 09, 2011

medo...

ele vem forte
angustiante, secreto

ele vem altivo
petulante, discreto

ele vem perturbado
excitante, incerto

ele vem e destrói
a racionalidade fugaz
a subjetividade mordaz

sinto medo
do medo que sinto
e achei que nunca seria capaz
de sentí-lo assim a afugentar minha paz...

giovedì, gennaio 06, 2011

Voar...


Vens...Perturbas


Vais...deixa em pedaços...


No suor
no espelho
na distância do asfalto...


No tempo curto e vago
é um vôo manso,
perturbador


é teu afago...