Contemplo os instantes, de gole em gole, de sangue em sangue....Um vale profundo, uma beira de mar, a água vem - vai. Os meus pensamentos deixam o mundo dos vivos, se alastram por luz frígida na qual vomito saudade. A ferida caleja no minúsculo músculo da face, na carne viva da alma em chamas. Mas, é o vinho este mundado, é o seu reflexo nas rugas de minhas mãos...Tudo assim, tão devagar, tudo assim a latejar....Regojito, vomito, papiros. Torturas e o nervo se contrai, com precisão. E no delírio, meus medos rompem o silêncio, a aflição, as veias, as palavras, a demência. Tudo que é luz, se torna luz, mas é o vinho que me tem em alucinações. Nada mais é pálido e viscoso, tu tens luz, eu tenho reboliço em mim....
E grito para então me calar, diante de ti, da tua imagem, minha imagem. Tua face na saudade ininterrupta de tua ruga, tua marca, teu cheiro. Eram os trovões, todo o céu, todo o vinho e eu queria a fenda, a prece do poeta para um dia nas cordas e lamentos deixar de ser saudade....Cavalgo, deliro...me ensinaste a não te esquecer....Ninguém me compreende quando digo que sou visionário..para o mundo ireis me obrigar a lutar na loucura do mundo...
1 commento:
O mundo será sempre mais louco que nós.
Sempre.
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