lunedì, ottobre 31, 2005

Será que é mesmo a hora????

Hora certa

Novamente aquele barulho atingindo meus tímpanos, penetrando em meu cérebro, irritando cada um de meus neurônios, que agora começam a entrar em conexão com aquilo que está prestes a acontecer. Começo então, a detectar o dilema daquelas imagens que mais uma vez invadem o repouso inconstante de meu corpo. Vejo aos poucos se formar na minha frente aquele lago, que há muito tempo desapareceu sem deixar vestígios de água ou qualquer sinal de umidade que pudesse matar a sede que sentia constantemente quando olhava para aquele horizonte.


Aquele lago que antes fora uma necessidade de meu corpo, agora é um empecilho no meu conturbado caminho que já não sei aonde quer me conduzir. Poderoso...mas de águas finitas, este soberano ameaça meu ser com seus reflexos de luz ofuscante demais para meus olhos. Esses olhos temerosos pela faísca de fogo que começa a crescer no outro lado da margem. Cansada de esperar, lanço meu corpo para além daquela água gelada. Esta água que parecera finitas, agora sem fim vai tornando meu corpo debilitado. Sinto a falta do ar e assim busco ainda mais força para atingir a outra margem. Já suplicante pela ajuda dos céus, sinto no toque de minha mão a terra que cobre aquela margem tão cobiçada por todos que se lançam naquelas águas.


Aos poucos meu corpo e minha mente se recuperam sentindo e vivendo o calor daquele novo lugar. Meu coração se aquece novamente com aquelas chamas brilhantes e sedutoras que minha pupila identifica como prestes a invadir outra vez meu mundo. Desfruto desse momento com se ele fosse o último de todos que ainda posso sentir, esqueço todo sofrimento do caminho que enfrentei para chegar até aqui e então me envolvo sem restrições aquele emarranhado de sensações delirantes.
Sinto que meu corpo agora treme, embriagado por essa ilusão da perfeição daquele gosto, daquela luz. Sinto espasmos de prazer como o efeito do mais poderoso dos alucinógenos, relaxo meu corpo, meu pensamento, minha alma e vivo sem qualquer noção de perigo, aquele momento que parece não ter fim. O suor que cobre meu corpo acende aquela velha vontade de ser feliz. Vontade essa que fora deixada no passado das desilusões. Meus desejos ressurgem da cinza da incompreensão e como uma fênix no auge daquele momento me senti nascendo outra vez, com toda força consumida no passado.


Mas, aos poucos esse momento de lascívia vai se apagando, e então, sinto o peso daquilo que vivi e a realidade novamente aflora como um turbilhão de incertezas. Olho para frente enfim, e percebo que ele continua lá, a minha espera, com sua imobilidade eterna. O abismo, meu grande inimigo mortal, mais uma vez, me chama para seu seio de finitude. Assim, decido que esse é mais uma vez o momento de me entregar aos braços do infinito e acabar com qualquer vestígio de tudo que vivi nesses breves momentos passados. Me lanço, então no seio farto do abismo sem fim.


Droga! Esse despertador tem que tocar logo agora!Bom ao menos nada passou de um sonho e ta na hora de acordar, inclusive pra vida.


Texto escrito em mais uma madrugada que passo sem durmir, e pensando demais...não lembro dia, mas me lembro das sensações...2004 e novamente se repete

1 commento:

Felipe Cechella ha detto...

ei...tah loko...eis uma grande
escritora!tu eh crânio msm ein guria.se quiser um dia escrever
uma música, eu coloco a melodia.
muito massa msm!bjos do Felipe.