Depois de algumas horas dormindo no meu velho colchão, eis que me acordo num momento bem interessante do Fantástico. A repórter, filósofa, enfim falava sobre a razão e a loucura e não é que isso se encaixou com muitas coisas que vivo, vivemos (mas isso não vem ao caso).
Essa reportagem me fez refletir sobre muitas verdades ou apenas concordâncias minhas com a repórter. Passo, também a me perguntar o que seria a razão e a loucura. Questões como as que pontuo abaixo me fazem refletir e espero que a vocês também:
- Quando a razão passa a ser adotada como norma ou ao menos como o coerente, os diferentes ou ousados passam a ser descartados da nossa sociedade. Considerados loucos estes “seres” são podados a pensar e agir de maneira que fuja do senso comum, o fato é que a razão é a certeza que temos, enquanto o louco constitui os devaneios de uma mente longe da realidade.
- Será que um pouco de loucura não é necessário para criar? Não sei ao certo o que os senhores pensam, mas pessoalmente minhas criações (que não são poucas) provêm de momentos desligados da racionalidade, que atravessam as barreiras do julgado normal e se adentram no mundo “louco”, da estranheza. E quanta coisa boa surge daí? Afinal, nossos maiores filósofos, físicos, matemáticos, comunicadores não foram julgados como loucos, bêbados e indecentes? O ruim é que às vezes o reconhecimento vem só depois da morte.
- Será que não podamos a criatividade quando adotamos uma sociedade igualitária, racional? Creio que sim, basta olharmos para nossa “cultura contemporânea” para vermos o que nossa falta de criatividade de uma sociedade simplista e generalizadora tem produzido.
- E finalmente, será que quando excluímos a loucura não ficamos mais tristes? Mais uma vez diria que sim, a razão bloqueia milhares de possibilidades que fogem do senso comum e nos transformam em seguidores de uma coisa que não acreditamos. Ao menos eu não acredito. Porém, eu se não for racional, tenho certeza quem tentarão me descartar, ou então, me chamarão de louca.
Raiva, sinto por que não consigo fugir completamente da racionalidade, mas feliz fico por que mesmo que tentem me sabotar, meus pensamentos jamais possuíram. Nossa! Esse final parece à descrição de um túmulo de algum pensador importante, com certeza “louco”. Um dia, certamente, será, mas espero que me permitam lutar até lá pelas minhas idéias antes de ter meu túmulo. Espero que minhas idéias sirvam ao menos para alguém refletir, se esse alguém for eu, já valeu de alguma forma.
Um fim fatalista? Obscuro? Diferente? Estranho? Sim, pois nesse momento eu, Francieli Rebelatto, me cansei da racionalidade. E eu, Francieli Rebelatto, me considero uma louca. Descartada? Não terá coragem nem o mais racional dos seres, por que sabe ele que assim como eu existe milhares, milhões, quem sabe todos! Porém aos poucos somos podados, descartados ou simplesmente humilhados!
Maldita hora que acordei, não acham?
Esse texto é uma homenagem aos petianos que assim como eu estão sendo prejudicados ou ao menos atingidos de alguma forma com as leis que regem esse país, bom mas mais palavras sobre isso vem depois, agora só coloco minha indignação e frustação por uma coisa que defendi, defendo e sempre defenderei como ideal para "nossa universidade". De luto certamente.
E esse texto também vai para as pessoas que julgam a racionalidade como ideal e deixam de viver coisa que somente a loucura pode nos proporcionar. Odeio a ausência.