mercoledì, maggio 17, 2006

A HORA DO CONTO DA BRUXA...Versão 1!

Inspirada na idéia da hora do conto da feira do livro, crio nesse momento o espaço chamado A HORA DO CONTO DA BRUXA, que em algumas vezes virá trazer até vocês leitores um pouco do que escrevo como conto. Acompanhem.

Enganos e desenganos...


Batera a porta mais forte do que o normal. Sim, estava com raiva! Descera rapidamente as escadas, depois de três andares nem sentidos. Ela estava na rua, onde não teve coragem de erguer o olhar. A luz daquela manhã fria ofuscava seus olhos e a vergonha de tudo que tinha acontecido, não permitia que visse qualquer pessoa que tivesse presenciado o fato.

Apressadamente se dirige até a parada de ônibus, queria apenas dar uma volta na cidade e tentar se refugiar entre as pessoas estranhas que na rua se precipitavam umas contra as outras. Entrou no ônibus sem dar muita atenção ao cobrador, afinal nada mais insignificante do que o cobrador naquele momento. Sentou dois bancos à frente do ignorado cobrador e no canto da janela se pôs apenas a apreciar a paisagem que passava lá fora. Paisagem essa, que a cada novo dia ganhava aspectos bem diferentes, mas Cristina sabia que diferente estava sua vida.

Estava decidida, que esqueceria todos os homens que passaram por sua vida e nem queria saber de outros que poderiam ousar querer entrar. Sim, agora estava decidida que seria mais racional do que costumava ser.

O ônibus pára e Cristina simplesmente esquece de tudo que estava pensando, pois a paisagem que via lá fora, era muito mais interessante do que tudo que esbravejava em pensamento. Moreno, alto, usava uma blusa com gola polo, e um cachicol no pescoço, que não permitia ver um crachá que de longe descrevia seu nome, porém era algo não acessível. Naquele momento depois de uma breve observada, tinha certeza que o queria. E Cristina, então começou a concentrar suas energias para tentar trazê-lo a sentar a seu lado, afinal o banco estava vago preparado para receber aquele deus que acabava de encontrar.

A roleta gira uma, duas, três, mais algumas vezes e nada do bonitão aparecer, um velho, uma estudante de medicina, outro jovem da engenharia, todos passavam pela roleta, menos ele. Sentira vontade de olhar para traz, mas não queria “dar bandeira”, esperaria pelo momento certo de olhar. De repente ela percebe que alguém se aproxima, vira o rosto para o lado como se não tivesse nem aí, e tenta prestar atenção na rua lá fora, tinha certeza que era ele. E seu banco era o único vazio.

Mas percebe que o quadril do homem que sentara do seu lado era avantajado demais, e seu cheiro não era como imaginava ser o do moreno. Olhou para o lado se assutou com o que viu, e mais uma vez volta a olhar para a janela agora com uma vontade louca de dar uma boa gargalhada de toda aquela situação. O fato é que o bonitão não tinha passado a roleta, mas tinha certeza que o vira entrar, ou ao menos caminhar em direção a porta do ônibus.

Estava decidida, iria olhar para traz, tinha que ver se ele estava ali ou não. Aquilo virou uma questão de honra, averiguar a presença do Jorge, sim por que naquele momento ela já tinha imaginado mil possibilidades de nomes, entre muitos acreditava que o moço tinha cara de Jorge. Mas, sabem como é ônibus de lotação, difícil olhar para traz e não ver uma bunda gorda, um cabelo espantado, enfim. Tentava de todas as formas encontrar uma fresta para procurar Jorge e quando conseguiu uma pequena fresta, essa era entre as pernas do cobrador (por sinal, que pernas! Não tinha como não notar), mas do cobrador bastava olhar as pernas, afinal seu foco agora era outro. Cristina olhou para todos os lados que sua visão alcançava e nada de encontrar o tal Jorge. Por fim desistiu! As pessoas já estranhavam tantos olhares, sem destino certo.

Cristina estava desapontada era certo, mas tudo não passara de um engano, o moço poderia ter sido apenas mais um devaneio depois de uma noite conturbada, ou então não teria entrado naquele ônibus, aí existia uma chance de encontrá-lo outra vez. Levanta de seu banco, pede licença para o senhor do seu lado, puxa a cordinha da campainha e se prepara para descer, mas o desejo de desvendar esse mistério persite.

Entre um braço gordo, um cheiro de sovaco e uma cabeleira loira, Cristina olha mais uma vez para traz antes que as portas se abram para descer. Sim, estava certa do que via, não só as pernas do cobrador eram perfeitas, mas ele o Jorge ali naquela cadeira do cobrador, com o crachá não identificado, era tudo, era na verdade o cobrador que substutui o outro que do seulado ia desembarcar. A porta abriu e agora sim, Cristina não se priva de longas gargalhadas, pois convenhamos tudo que ela não esperava é que Jorge, que na verdade se chama Fernando, fosse cobrador.

A porta fecha e Cristina ainda tenta se recompor, agora tinha certeza que o veria novamente e que as suas idéias anteriores de não ter mais homens era apenas um devaneio descabido. Afinal, ela não resitia a um moreno, alto, ou nem tanto, olhos verdes e com crachá.

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