martedì, dicembre 26, 2006

As borboletas estão voando, a dança louca das borboletas...


Observar borboletas é como observar a própria vida. Conclusão que cheguei numa tarde de natal em que repousava sobre saudades da minha família longe e de desejos que papai noel não me atendeu, mas quem sabe ainda me atenderá.


Divagava sozinha naquela tarde confusa, apagada, nublada muito diferente do que esperaria para o natal e entre as flores do então canteiro reparei sua beleza, sua vivacidade, porém confusa.


Alçava seu vôo sobre muitas flores, muitos caminhos, aos poucos possuía um pouco de seu cheiro, mas o vôo frenético de suas asas me desconsolavam, queria ter ela ali, paradinha na minha lente, na minha alma...


Mas, observar borboletas é como observar a nós mesmos, é como esperar a nós mesmos,a indecisão de tantas flores e de tantas cores, a indecisão de tantos vôos, de tantos amores. Por isso nossos vôos são efêmeros, pequenos e os delas? Também foram efêmeros, pequenos, mas estão aí registrados no tempo, e nós? Perdidos no tempo.

venerdì, dicembre 22, 2006

Nas entrelinhas da poesia, o recomeço!!!




Dizem os poetas que tudo na vida vale a pena se for motivo de poema. Quem sou eu para contradizer poetas, já que de poesias podemos alimentar nossa objetiva vida, com ao menos breves emoções.


Mas me pergunto como ver rimas poéticas no ano de 2006? Quando na política a corrupção toma conta de nossas telinhas, os corruptos retornam as urnas e delas saem eleitos, comprovando que a memória do povo brasileiro tem se esvaído. Como pensar em poesia, quando o Brasil perde a Copa do Mundo e tanta gente perde a vida pelo mundo. Enfim, posso estar sendo drástica demais, quem sabe já esteja fazendo poesia, levando em conta o pessimismo em que estavam inseridos vários poetas.

2006 porém aos poucos se despede junto ao pôr-do-sol de mais um ano e independente da situação política do nosso país, cada um de nós deixa muito mais do que o descrédito no poder público, deixa dramas pessoais, problemas familiares resolvidos, ou quem sabe muito mais problemas. Isso, também parece final de novela das oito, mas o que quero dizer com tudo isso?

Falava de poesia, depois da retrospectiva dramática, ou para muitos, apenas uma retrospectiva feliz de mais um ano, tudo isso para lembrar das palavras do poeta Mário Quintana, que em versos foi capaz de sintetizar a magia de qual dependemos para continuar a acreditar no tempo, e por que não 2007? Vamos ao verso, então: “Bendito quem inventou o belo truque do calendário, pois o bom da segunda-feira, do dia primeiro do mês e de cada ano novo, é que nos dão à impressão de que a vida não continua, mas apenas recomeça”.
Assim, eu, que também me considero poeta, acabo essas linhas, desejando à todos um ótimo recomeço em 2007, um ótimo recomeço a cada manhã, quando abrimos a janela de casa e nos permitimos um pouco mais de poesia em nossas vidas, um pouco mais de vida no que na verdade pode ser uma imensa poesia.

E quanto ao Natal, bom esse estou sentindo aos poucos, ainda não entrei no clima, sei que acredito também em Papai Noel e por isso espero ouvir seus passos soar na noite escura na sala lá em casa. Presentes? Paciência, sabedoria e seus olhos...Qual é o mais inatingível? Seus olhos, certamente, de repente seja por isso que ainda não percebi que natal está aí...O que diria então a todos vocês? Sim, digo que papai noel existe e sempre existirá enquanto tivermos magia no olhar, vontade de nos apaixonarmos pela vida e humildade suficiente de perdirmos ao bom velhinho o que de fato queremos.


O que eu quero? Além dos olhos verdes? Felicidade...
E quanto ao relógio aí de cima?
O tempo não pará, não...



lunedì, dicembre 18, 2006

Difuso meu viver...

E nesse desespero que me encontro
Muitas vezes já me troquei por ti
Sinto tua falta absurda
A vontade de teus abraços
De teus olhos verdes e confusos

Sem você sou possuída pela outra face do espelho
Me troco por mim mesmo
Numa busca infindável
De outros tantos braços e olhos

Agora que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer
Reflito o que tento
O desepero que se apossa da minha alma
Antes bonita no reflexo
Agora difusa em mim mesmo...

mercoledì, dicembre 13, 2006

Me levaste contigo, ou será que um dia cheguei a voltar?

Conduzia meus passos, minha mente apenas divagava na tua presença. Senti que perdia o sentido do meu caminho e permaneci apenas nos traços que me propunha. Esqueci das facetas da minha vida e me entreguei ao brilho confuso de teus olhos verdes, que dispersos pouco olharam nos meus.

Prendeste-me dentre as horas, os minutos, os segundos daquela tarde vazia em Santa Maria. Deveria ter ido por tais ruas, mas prefiri acompanhar teus passos. Não conseguia me desvencilhar da tua presença e virar as costas para ti era como te perder aos poucos.

Por isso me desfiz de tudo e permaneci, contigo, com teus conflitos, com teus caminhos, com teus sonhos, com tuas palavras. Ambições, complementos de mim, distantes de tudo. Viajei entre teus passos, entre teu sorriso, entre tuas piadas infames, entre as cores do teu trabalho, entre meus sentimentos.



E depois de tudo, você diz que eu dificulto as coisas. Porém, amigo não sou eu, mas sim, minha alma que se dá conta que nada mudou: minhas mãos suam, minhas pernas se desnorteiam, meu olho brilha, minha garganta seca. Beijo-te, então, com saudade e vontade de tudo mais. Fecho a porta do seu carro e você me leva contigo. Simplesmente.

lunedì, dicembre 11, 2006

Meus passos trôpegos, procuram caminhos...

Caminhos incertos, imprevistos
Duvidosos, bonitos...
Apenas caminhos...


Por vezes largos, compridos,
mas ditos, por vezes sem sentido
Improváveis, perpicazes...


Impecilhos, obscuro
Claro, miúdo, discreto
Diferente. Tênue.


Meus passos, são firmes, precisos
Porém, caminho...
Me segues????


Fotos: Francieli Rebelatto
Modelo: Anaqueli Rubin...lindona...

giovedì, dicembre 07, 2006

95/ 9+5/15-1. Números o que eles falam, dizem sobre você?


9+5 é 15 – 1
15 desmembrando é 1+5
1+5 dá 6
6/2 igual à 3
3 é meu número da sorte
Sorte, me lembra azar
Azar remete a gato preto
Mas na falta de um preto serve um cinza?
Cinzento estava o dia
E o gato traiçoeiro me apreciava
Apreciava minha máquina também
Dois garotos da ponte
A ponte era alta
Altura me dá medo
Medo se esconde por traz do olhar do gato
Mas no olhar do gato me vejo refletida
O reflexo seria meu medo?
Ponto te interrogação remete a uma pergunta
Pergunta são coisas difíceis
Difícil acreditar em numerologia
Números? 95.
E agora como continuar essa história?

mercoledì, dicembre 06, 2006

Pessoas são como música...

Adoro antigas agendas, delas sempre resgato textos, idéias, e poemas que sempre servem para esta nova agenda. Ontem estava a procura de uma frase de Mário Quintana, não tinha certeza se a frase era dele, nem tinha certeza de que frase falava, mas não adianta quando se gosta de poesias, sempre temos uma noção de quem são as palavras, do cheiro que elas têm, e aquelas que procurava tinha cheiro de Quintana. Mas, depois de muito procurar achei tais palavras e mais do que isso achei as palavras que lhes trago abaixo, que junto com as imagens da Orquestra Sinfônica fazem um conjunto ideal para o dia de hoje.

Pessoas são como música elas entram na vida de gente e deixam mais. Como a sonoridade do evento ao final da tarde. Como os ataques de cigarras ao final da tarde. Como os ataques de guitarras e metais em cada clarão de manhã.


Olhe a pessoa que está ao seu lado e você vai descobrir, olhando no fundo, quer há uma melodia brilhando no disco do olhar. Procure escutar.
Pessoas foram compostas para serem ouvidas, sentidas, compreendidas, interpretadas, para tocarem nossas vidas com a mesma força do instante em que foram criadas, para tocarem suas próprias vidas com toda a magia de serem músicas.


E de poderem alcançar todos os vôos, de poderem vibrar com todas as notas, de poderem cumprir, afinal, todo sentido que a elas foi dado, pelo compositor.

Pessoas são músicas como você! Está ouvindo? Como você!

Pessoas têm que fazer sucesso. Mesmo que não estejam nas paradas. Mesmo que não toquem no rádio.

lunedì, dicembre 04, 2006

Vieste! Breve,intenso! Partiu!

Estava certa de que ele viria naquele noite quente. Chegara com passos mansos que deslizavam sobre o telhado delicadamente. Fez-me uma surpresa, era tão discreto que jamais o ouviria entre meu sono profundo.

Chegaste devagar e com a grandeza de seus passos, dedicou minutos de sua vida a minha causa, as minhas necessidades. Ele era assim, um ser inesplicável que vagava constantemente nos meus sonhos, até o dia que materializado em passos firmes chegaste sobre meu modesto cantinho de lamúrias. Trouxe o que jamais havia esperado receber de tais pés miúdos. Calçava bonito.

Encheste com tal delicadeza meus dias de magia, que acreditei tudo não fazer parte deste mundo real. De fato só mais tarde entendi que não fazia. Seu olhar era mais sensível do que todos que me possuíram, suas poesias eram mais fecundas do outro dia. Eras tenro, poético e misterioso. Mas, também era breve.


Retornas-te mansamente sobre o manto de luz que o guiava, se escondeu na retina do meu olhar agora úmidos. E eu permaneci imóvel, a contemplar seus últimos passos. Agora éramos nós, eu, e a magia que trouxeste para minhas poesias. Adormeci mais uma vez, e de manhã tentei acreditar que tudo não passava de um sonho. Mas, infelizmente, enganei-me: a taça estava ali, e o cheiro de seus passos mansos pelo ar tocavam meu corpo novamente.


Será que há de voltar nesta noite, também?


OBS: Fotos do Espetáculo Dom Quixote, que fotografei na semana passada em Santa Cruz do Sul, no Projeto Diálogos Ambientais, promovido pela Empresa Souza CRuz.

sabato, dicembre 02, 2006

Rostos, rugas e risos de tantas Marias...

A tempos queria mostrar este pequeno ensaio que nada mais é do que traços, do que retratos da realidade. Aproveitando que está semana estive bastante inspirada com minha máquina na mão e feliz pelo retorno do meu trabalho, aí vai uma palhinha, do que tenho visto através da lente, claro sempre com um toque de poesia, mesmo que às vezes desnecessária perante tais rostos.


Rostos, rugas e risos

Dilatados nas pálpebras semi-cerradas

Visíveis na pele morena

Escondidos na pele rosada

Rostos que correm as lágrimas sofridas

Rugas que carregam vestígios dos dias

Risos bonitos, escondidos, guardados

Nas marcas escuras que escondem teus olhos.

Rostos, rugas e risos

Perdidos, achados, banidos.

Iguais perante o dia

Distante à luz da lua

Rostos, rugas e risos

Espalhados nas pupilas de tantas Marias...