martedì, maggio 30, 2006

Racionalidade? Loucura? Humilhação?

Depois de algumas horas dormindo no meu velho colchão, eis que me acordo num momento bem interessante do Fantástico. A repórter, filósofa, enfim falava sobre a razão e a loucura e não é que isso se encaixou com muitas coisas que vivo, vivemos (mas isso não vem ao caso).

Essa reportagem me fez refletir sobre muitas verdades ou apenas concordâncias minhas com a repórter. Passo, também a me perguntar o que seria a razão e a loucura. Questões como as que pontuo abaixo me fazem refletir e espero que a vocês também:

- Quando a razão passa a ser adotada como norma ou ao menos como o coerente, os diferentes ou ousados passam a ser descartados da nossa sociedade. Considerados loucos estes “seres” são podados a pensar e agir de maneira que fuja do senso comum, o fato é que a razão é a certeza que temos, enquanto o louco constitui os devaneios de uma mente longe da realidade.

- Será que um pouco de loucura não é necessário para criar? Não sei ao certo o que os senhores pensam, mas pessoalmente minhas criações (que não são poucas) provêm de momentos desligados da racionalidade, que atravessam as barreiras do julgado normal e se adentram no mundo “louco”, da estranheza. E quanta coisa boa surge daí? Afinal, nossos maiores filósofos, físicos, matemáticos, comunicadores não foram julgados como loucos, bêbados e indecentes? O ruim é que às vezes o reconhecimento vem só depois da morte.

- Será que não podamos a criatividade quando adotamos uma sociedade igualitária, racional? Creio que sim, basta olharmos para nossa “cultura contemporânea” para vermos o que nossa falta de criatividade de uma sociedade simplista e generalizadora tem produzido.

- E finalmente, será que quando excluímos a loucura não ficamos mais tristes? Mais uma vez diria que sim, a razão bloqueia milhares de possibilidades que fogem do senso comum e nos transformam em seguidores de uma coisa que não acreditamos. Ao menos eu não acredito. Porém, eu se não for racional, tenho certeza quem tentarão me descartar, ou então, me chamarão de louca.

Raiva, sinto por que não consigo fugir completamente da racionalidade, mas feliz fico por que mesmo que tentem me sabotar, meus pensamentos jamais possuíram. Nossa! Esse final parece à descrição de um túmulo de algum pensador importante, com certeza “louco”. Um dia, certamente, será, mas espero que me permitam lutar até lá pelas minhas idéias antes de ter meu túmulo. Espero que minhas idéias sirvam ao menos para alguém refletir, se esse alguém for eu, já valeu de alguma forma.

Um fim fatalista? Obscuro? Diferente? Estranho? Sim, pois nesse momento eu, Francieli Rebelatto, me cansei da racionalidade. E eu, Francieli Rebelatto, me considero uma louca. Descartada? Não terá coragem nem o mais racional dos seres, por que sabe ele que assim como eu existe milhares, milhões, quem sabe todos! Porém aos poucos somos podados, descartados ou simplesmente humilhados!

Maldita hora que acordei, não acham?

Esse texto é uma homenagem aos petianos que assim como eu estão sendo prejudicados ou ao menos atingidos de alguma forma com as leis que regem esse país, bom mas mais palavras sobre isso vem depois, agora só coloco minha indignação e frustação por uma coisa que defendi, defendo e sempre defenderei como ideal para "nossa universidade". De luto certamente.

E esse texto também vai para as pessoas que julgam a racionalidade como ideal e deixam de viver coisa que somente a loucura pode nos proporcionar. Odeio a ausência.

giovedì, maggio 25, 2006

Aprisionado pela fraqueza de querer...

Prisão angustiante do pensamento
das palavras, ações impotentes
Vontade de gritar aos sete ventos
A revolta, a indignação deprimente

Ressoam as dúvidas perpicazes
Envolvo-me no manto vulgar
Meus desejos cada vez mais vorazes
Me aproximam da vontade de pecar



Peco no deleito envolvente
Recaio no fogo proibido
Depois só peço a bêncão clemente
Para apaziguar meu castigo

Castigado sofro penando
Na prisão de uma grande angústia
Mas no pensamento acaba ficando
O que sinto muito além da fúria.

martedì, maggio 23, 2006

Isso sim é uma verdadeira palhaçada

Pois veja respeitável público, isso sim considero uma verdadeira palhaçada. Agora, o palhaço já não me peçam quem pode ser?

Quarenta minutos numa parada de ônibus não sugere nenhuma novidade em se tratando de ônibus para a universidade. Mas, ontem cheguei às 6:45 horas na parada das Dores, crente de que 07:30 estaria na UFSM. Mera ilusão! Pois o espetáculo vai começar!

1,2,3, tudo bem, agora 4,5 e quando é o sexto todos da parada começam a esbravejar indignações e verdades. Sim, 5 ônibus superlotados passam pela parada das Dores, sem condições de parar, afinal dezenas de pessoas já se espremem em seu interior. Bom, se nós da Dores não conseguíamos uma pequena vaga num daqueles ônibus, imagina quem inevitavelmente depende de ônibus em Camobi.

Mas continuando, depois de 5 ônibus simplesmente nos ignorarem, eis que o sexto piedosamente pára. E este não estava diferente dos anteriores, estudantes permaneciam amontoados um sobre os outros como porcos em dia de carregamento para o frigorífico. Menos mal, que era manhãzinha e o normal é que nesse horário todos ainda estejam perfumados. Olhei para o lado e nenhuma pessoa resolveu se arriscar àquela indignidade, eu impaciente submeto-me ao espetáculo e embarco no ônibus, ou melhor na palhaçada.

Consegui um espaço, é certo, por que a porta de entrada se fechou e conseguiu me empurrar junto com os demais passageiros. 100 pessoas seria o mínimo que me arriscaria em dizer que ali dentro de um ônibus da Gabardo dividiam o mesmo especo, alguns gordos, outros magros, uns indignados outros ainda dormindo no ombro do parceiro do lado. O fato é que todos dividiam naquele momento do mesmo drama: o total descaso que as empresas de ônibus tëm com seus passageiros. Creio que esse descaso seja uma vingança já que essas empresas não conseguiram o aumento de passagem absurdo que tinham como proposta. Um pouco de sensatez ainda deve existir nessa cidade, ao menos nisso quero acreditar.

Pois muito me indigna que uma cidade considerada e respeitada como cidade universitária, e que é movida em grande parte por estudantes,tenha empresas de ônibus que simplesmente ignorem regras de bom senso ou simplesmente de vergonha na cara. Mas, afinal atravessamos a roleta indignada, ao menos sobrevivemos. A única coisa que consegui esbravejar no momento, sem dúvida foi: Mas isso sim é uma verdadeira palhaçada! E os narizes vermelhos descem sem parar nas várias paradas da UFSM. Agora aplaudam senhores se acaso não conseguirem sem preocupações pois esse espetáculo se repete todos os dias no caminho da universidade, e se não gostarem desses palhaços, daqui uns dias virão outros com narizes muito mais vermelhos pedindo aumento de passagens.

mercoledì, maggio 17, 2006

A HORA DO CONTO DA BRUXA...Versão 1!

Inspirada na idéia da hora do conto da feira do livro, crio nesse momento o espaço chamado A HORA DO CONTO DA BRUXA, que em algumas vezes virá trazer até vocês leitores um pouco do que escrevo como conto. Acompanhem.

Enganos e desenganos...


Batera a porta mais forte do que o normal. Sim, estava com raiva! Descera rapidamente as escadas, depois de três andares nem sentidos. Ela estava na rua, onde não teve coragem de erguer o olhar. A luz daquela manhã fria ofuscava seus olhos e a vergonha de tudo que tinha acontecido, não permitia que visse qualquer pessoa que tivesse presenciado o fato.

Apressadamente se dirige até a parada de ônibus, queria apenas dar uma volta na cidade e tentar se refugiar entre as pessoas estranhas que na rua se precipitavam umas contra as outras. Entrou no ônibus sem dar muita atenção ao cobrador, afinal nada mais insignificante do que o cobrador naquele momento. Sentou dois bancos à frente do ignorado cobrador e no canto da janela se pôs apenas a apreciar a paisagem que passava lá fora. Paisagem essa, que a cada novo dia ganhava aspectos bem diferentes, mas Cristina sabia que diferente estava sua vida.

Estava decidida, que esqueceria todos os homens que passaram por sua vida e nem queria saber de outros que poderiam ousar querer entrar. Sim, agora estava decidida que seria mais racional do que costumava ser.

O ônibus pára e Cristina simplesmente esquece de tudo que estava pensando, pois a paisagem que via lá fora, era muito mais interessante do que tudo que esbravejava em pensamento. Moreno, alto, usava uma blusa com gola polo, e um cachicol no pescoço, que não permitia ver um crachá que de longe descrevia seu nome, porém era algo não acessível. Naquele momento depois de uma breve observada, tinha certeza que o queria. E Cristina, então começou a concentrar suas energias para tentar trazê-lo a sentar a seu lado, afinal o banco estava vago preparado para receber aquele deus que acabava de encontrar.

A roleta gira uma, duas, três, mais algumas vezes e nada do bonitão aparecer, um velho, uma estudante de medicina, outro jovem da engenharia, todos passavam pela roleta, menos ele. Sentira vontade de olhar para traz, mas não queria “dar bandeira”, esperaria pelo momento certo de olhar. De repente ela percebe que alguém se aproxima, vira o rosto para o lado como se não tivesse nem aí, e tenta prestar atenção na rua lá fora, tinha certeza que era ele. E seu banco era o único vazio.

Mas percebe que o quadril do homem que sentara do seu lado era avantajado demais, e seu cheiro não era como imaginava ser o do moreno. Olhou para o lado se assutou com o que viu, e mais uma vez volta a olhar para a janela agora com uma vontade louca de dar uma boa gargalhada de toda aquela situação. O fato é que o bonitão não tinha passado a roleta, mas tinha certeza que o vira entrar, ou ao menos caminhar em direção a porta do ônibus.

Estava decidida, iria olhar para traz, tinha que ver se ele estava ali ou não. Aquilo virou uma questão de honra, averiguar a presença do Jorge, sim por que naquele momento ela já tinha imaginado mil possibilidades de nomes, entre muitos acreditava que o moço tinha cara de Jorge. Mas, sabem como é ônibus de lotação, difícil olhar para traz e não ver uma bunda gorda, um cabelo espantado, enfim. Tentava de todas as formas encontrar uma fresta para procurar Jorge e quando conseguiu uma pequena fresta, essa era entre as pernas do cobrador (por sinal, que pernas! Não tinha como não notar), mas do cobrador bastava olhar as pernas, afinal seu foco agora era outro. Cristina olhou para todos os lados que sua visão alcançava e nada de encontrar o tal Jorge. Por fim desistiu! As pessoas já estranhavam tantos olhares, sem destino certo.

Cristina estava desapontada era certo, mas tudo não passara de um engano, o moço poderia ter sido apenas mais um devaneio depois de uma noite conturbada, ou então não teria entrado naquele ônibus, aí existia uma chance de encontrá-lo outra vez. Levanta de seu banco, pede licença para o senhor do seu lado, puxa a cordinha da campainha e se prepara para descer, mas o desejo de desvendar esse mistério persite.

Entre um braço gordo, um cheiro de sovaco e uma cabeleira loira, Cristina olha mais uma vez para traz antes que as portas se abram para descer. Sim, estava certa do que via, não só as pernas do cobrador eram perfeitas, mas ele o Jorge ali naquela cadeira do cobrador, com o crachá não identificado, era tudo, era na verdade o cobrador que substutui o outro que do seulado ia desembarcar. A porta abriu e agora sim, Cristina não se priva de longas gargalhadas, pois convenhamos tudo que ela não esperava é que Jorge, que na verdade se chama Fernando, fosse cobrador.

A porta fecha e Cristina ainda tenta se recompor, agora tinha certeza que o veria novamente e que as suas idéias anteriores de não ter mais homens era apenas um devaneio descabido. Afinal, ela não resitia a um moreno, alto, ou nem tanto, olhos verdes e com crachá.

sabato, maggio 13, 2006

Borboleta mais real do que podemos imaginar...

Já que estamos em tempos de Feira do Livro, por sinal não tenho saído daqui, trago uma simples foto de uma borboleta repousando numa flor em Ivorá, uma homenagem a campanha da Feira do Livro, feita pela Carlinha. E já que as borboletas têm inspirado muita gente, vale a pena mostrar uma bem real aqui.



"E as borboletas estão voando/ a dança louca das borboletas"como diria Zé Ramalho.

mercoledì, maggio 10, 2006

Sim, mais uma vez a mesma resposta
Por que não me permitem ser um palhaço triste?
Por que meu nariz é vermelho e meu sorriso é grande?

Mas o palhaço só não chora, por que tem medo de borrar a maquiagem!

O palhaço que alegra aos senhores
também sofre e se cansou de tantos sorrisos
como os senhores dizem, isso não é coerente
mas por traz do nariz do palhaço...
Apenas mora um poeta triste...





E esse palhaço está cansado de palmas falsas
Pois a maior virtude um palhaço é sua dignidade
E quando ele percebe que sua alegria já não lhe faz mais sorrir
Ele prefer simplesmente descer do palco.

Pobre palhaço!!
Dirão alguns dos senhores.
Mas respeitável público a maquiagem se desfez, pois as lágrimas cairam
o espetáculo acabou, e o palhaço poeta apenas chorou.

Agora sim, respeitável público, batam palmas!!
Pois a tristeza de um palhaço também é digna de reconhecimento.

Fechamos as cortinas, palhaço triste!!
E nos fechamos ao mundo de um poeta.

martedì, maggio 09, 2006

Puta Merda! Com perdão da palavra, Santa Maria merece esse texto...


Movimento agitado de pessoas pela praça. Entre livros, bancas, intervenções artísticas os santamarienses apreciam na praça, não um farfalhar das asas de borboletas, mas sim um espaço, para viver cultura, respirar poesia, ou apenas jogar fora uma conversa com amigos na praça de alimentação. Claro que posso deixar de dizer, que a feira deixa a desejar em muita coisa, que o público é menor que deveria ali estar, mas enfim, hoje não quero ser tão pessimista com a cidade, pois ontem ela me proporcionou momentos muito agradáveis.

Um domingo à tarde perfeito para um passeio com os filhos, com a família, com os amigos, e na praça o espaço ideal para essa atividade, para um mate em frente ao chafariz em funcionamento (apesar de não ser o ideal em tempos de racionamento), um cappucino na banca do Krep’s suíço, ou um ótimo quentão na banca ao lado. Tudo isso ao embalo de uma música leve da Rádio Livre, como diz o Tiagão, a Rádio Oficial da Feira do Livro.


Ontem no Projeto Livro Livre, que é um bate-papo informal com escritores, ou com jornalistas, a praça foi prestigiada com as palavras de nosso jornalista ilustre da Rede Globo, Marcelo Canellas, e entre algumas de suas palavras, ressaltou o seu descontentamento em perceber que pouco se faz para recuperar ou manter a Gare, nossa Estação Férrea. O lugar que outrora representou uma das maiores Estações da América Latina, hoje convive com um prédio praticamente desativado, com vidraças quebradas e com um imenso espaço sem utilidade. E eu de longe via o rosto do Prefeito Valdeci que apenas mexia na sua barba, enquanto ouvia essa indignação.

Mas depois de presenciar Marcelo Canelas e uma bonita atividade cultural em Santa Maria que é Feira do Livro, fui prestigiar ao Show da Família Lima, na Gare. Num primeiro momento não sabia o que pensar a respeito do show, pois acredito que sua divulgação tenha sido precária, e tudo era incerto em relação a ele. Bom, mas quando chegamos na Vila Belga, vimos que o movimento era grande e a dimensão do evento era bem maior do que esperávamos. Um grande trabalho da Loja Quero-quero. Menos mal que podemos contar com empresas privadas para bons momentos culturais, claro que isso tudo permeado por uma grande jogada de marketing, mas enfim todos tem que sobreviver. Bom que fosse através da cultura.

Voltando ao show! Bastou chegarmos na curva que dá acesso a Gare, para nosso vislumbramento vir a tona, e comentários alegres sairem de nossas bocas. Com uma estrutura admirável, de longe avistávamos a Família Lima, já no palco, alegrando aquela povo todo, e que não era pouco. Com segurança, entramos no ambiente do show e nos aproximamos do palco e simplesmente gozamos daquele momento encantador. Sim, me fascinei como a tempos, não ficava com Santa Maria.

Um show bonito, alegre e popular. Dos violinos ouvimos ritmos clássicos e que qualquer público reconhece. Um espetáculo a altura de Santa Maria e do seu sonho de ser cidade cultura. Bom só tenho que agradecer a esses momentos breves que me emocionam e que me fazem deixar de olhar para as vidraças de um prédio abandonado, mas sim me fazem olhar a dimensão que essa cidade tem. Que possamos ver mais vezes o chafariz ligado, que poemas enfeitem ainda mais as ruas de Santa Maria e que borboletas possam voar ainda mais livres pelos ares da cidade do Boca do Monte.


É só da uma cutucada aí em baixo e conferir a programação, depois é só aparecer na praça e vir curtir com a gente esse evento.
http://www.feiradolivrosantamaria.com.br/home.jsp

sabato, maggio 06, 2006

Ouça! Leia! Esqueça!

O gozo rabiscado
a lágrima descrita
minha vida é um acorde.

Ouça!!

Eu sou uma nota perdida.
Uma palavra mal dita
e uma poesia mal escrita

Leia!!

Sou o acorde destoante
a sinfonia não tocada
o livro não escrito

Esqueça!!

giovedì, maggio 04, 2006

Jornalistas despreparados, imprensa deturpadora da realidade...

Tal é minha indignação!Ontem se iniciou a Feira do Livro de Santa Maria e eu teria muitas coisas para falar se minha indignação não fosse tamanha. Poderia falar dos muitos livros, do espírito da poesia no ar, do encontro das pessoas para essa confraternização na praça. Poderia ressaltar o Troca Livros, a cesta de poemas, por uma moeda. Enfim toda magia que enfeita a Praça Saldanha Marinho e que traz um pouco do que poderia identificar Santa Maria como cidade cultura.

Mas ao invés de falar sobre tudo isso, vou ter que me deter em refletir sobre dois fatos que ontem me indignaram e me fizeram perceber o quanto a imprensa é pífia e despreocupada com a seriedade das informações, quando menos preocupada com seus leitores ou com o comprometimento com o verdadeiro jornalismo. Sinto-me com a liberdade de aqui expor minhas idéias, pois como já disse anteriormente, sou estudante idealista, que ainda acredita que um novo jornalismo pode ser feito, ou ao menos que o antigo tenha comprometimento com a sociedade.

Mas vamos aos fatos! Todo ano o estúdio 21 participa da feira do livro fazendo uma cobertura do dia-a-dia da feira e através de um telão na praça apresentamos um pouco do que acontece. Nesse ano vai ter um pequeno quadro no programa que se chama “Causos da Feira”, que vai retratar através das pessoas que a muitos anos participam dessa feira um pouco das história que aconteceram nos bastidores do evento. Então fiquei responsável, ontem por buscar um desses causos. Mas minha surpresa foi grande quando ao falar com meu entrevistado ele pede licença para contar uma história engraçada sobre a imprensa, diria na verdade que a história é triste até mesmo lamentável. E eu, é óbvio que permito ao meu entrevistado que conte essa história.

Nos primórdios da Feira do Livro de Santa Maria, as condições não eram tão sofisticadas como hoje. Diz Josmar que quando chovia muito, o negócio era fechar as baracas e ir para casa esperar o tempo abrir. E foi isso que ele fez numa tarde de domingo, chegou em casa e dormiu. Depois de horas de sono, ele acorda e percebe que o sol brilha forte lá fora e então eufórico retorna a feira. Ao chegar à praça os comentários são acirrados em relação a uma reportagem que saiu no jornal A Razão. Sei que um autor estava autografando um livro na praça, mas ao invés de ser colocado uma foto do escritor, ou até mesmo do livro, o que apareceu na reportagem foi à foto de um boi. Sinceramente, não encontrei explicação para o fato. Bom, apesar do constrangimento e da gafe, o ocorrido se tornou motivo de piadas. Triste fim para um Jornal ser motivo de piadas de escritores ao invés de ser motivo de poesias.

Continuando! A minha indignação aumentou consideravelmente à noite, quando fui assistir ao Cine Clube Lanterninha que está apresentando o ciclo de filmes italianos. Depois de assistir ao filme magnífico Ladrão de Bicicletas, aconteceu a discussão do mesmo. Entre algumas falas eis que uma moça decepcionada, fala do que o Jornal Diário de Santa Maria tinha divulgado. Não é que o jornal contou o final do filme descaradamente o que acabou com a expectativa de qualquer um que viesse a assisti-lo e, além disso, o jornal coloca inverdades sobre o filme de coisas que não fazem parte do mesmo. Então, imaginem minha cara de perplexidade, aliás, a cara de todo mundo.

Não sei se foi coincidência ou não, afinal duas situações ridículas da imprensa de Santa Maria no mesmo dia é muita coisa, para quem pretende ser jornalista. Ao menos foram duas situações de diferentes jornais, o que prova que a imprensa como um todo está descomprometida com os interesses dos leitores, com a verdade das informações, e principalmente está cercada de jornalistas despreparados, mirins, poderia se dizer, e que apenas entram na lógica do mercado, sem se darem conta das aberrações que cometem com a profissão. Não é por nada, Clarissa, que os brasileiros são os mais desconfiados com a mídia, ainda bem que não nos iludimos mais a partir do discurso que o Bial propôs domingo no Fantástico de que somos comprometidos com o bom jornalismo. Mentira! Essa imprensa é uma grande mentira, não que o Garotinho esteja certo em fazer greve de fome, mas sejamos mais críticos com essa mídia hipócrita, que quer nos impor inverdades sobre a realidade. Pobres escritores caracterizados como bois e pobres filmes italianos deturpados pela imprensa de Santa Maria.

martedì, maggio 02, 2006

Sobre a pele vermelha!!!

Sinto tocar meus lábios de leve,
eles ficam vermelhos, inchados e sedutores

Contorna as beiradas da minha boca
aos poucos a toma para si.

Invade cada centímetro que está seco ou sem vida
devagar penetra e alcança a saliva.

Sinto seu gosto já antes percebido porém dessa vez ainda mais marcante.
Apesar do gosto característico, cada vez que a sinto traz consigo uma nova carga de emoção.

Antes da boca, percorre meu rosto cansado,
desnuda cada milímetro da pele abatida.

Penetra nos poros como se procurasse se incorporar a minha face.
Sua textura nuda a cada novo espaço que conquista.

Nos olhos percorre a pupila, se desmancha nos cílios e tomando novamente forma avança pela pele macia.
Traz consigo um brilho incensante e nem parece que representa, também, coisas ruins.

Pois a luminosidade e destreza das lágrimas não são apenas carregadas de felicidade
mas principalmente a falta de uma paixão.

As vejo cair pelo meu rosto e seu brilho resplandece através da janela do ônibus
que permanece bem menos embaçado do que minha visão...