Deitaste no meu colo suavemente naquela tarde fria, esvaziaste seu ser com dizeres ditos e não ditos. Ouvi calmamente sua alma, como ouvia a mim mesmo. Perdido, evasivo, fugidio, inseguro. Estavas assim, impregnado pelo cansaço da derrota que aos poucos ocupara seus poros miúdos.
Conversamos discretamente, lamentamos discretamente e assim também choramos. O tempo teria parado face as nossas aflições, muito mais as tuas. E eu ouvia seu pulsar mais uma vez miúdo no meu colo nervoso.
Conversamos discretamente, lamentamos discretamente e assim também choramos. O tempo teria parado face as nossas aflições, muito mais as tuas. E eu ouvia seu pulsar mais uma vez miúdo no meu colo nervoso.
Éramos compatíveis em segredos absolutos, éramos compatíveis em desejos mudos, éramos compatíveis no seu nosso verde olhar, éramos compatíveis na forma calma de amar.
Choramos pela compatibilidade, choramos pela necessidade, choramos por que teu rosto se afastou do meu colo e meu colo se distanciou dos teus traços. Um beijo lento, quente, nervoso.
Voltaste assim, com o vento na cara para tua realidade, com o calor dos meus olhos. E eu fiquei com o sabor das tuas pálpebras semi-cerradas na minha fragilidade. Por que lembrar, então tal fato?
Sim, agora é meus traços que precisam do teu colo. Estamos assim, presos as nossas compatibilidades e isso não nos liberta jamais. Sendo assim, vem me dar colo!!
2 commenti:
E como precisamos de quem nos dê colo, de vez em quando... sobretudo colos compatíveis. **
Olá,
“Não quero honras.
Não pretendo ser líder.
Quero apenas partilhar o que encontrei
E mostrar esses novos horizontes”
Texto escrito por Fernão Capelo Gaivota
Como podemos nós suportar tanta miséria à nossa volta, sinto-me impotente, escrevo para minimizar a dor destes inocentes. Mas será que consigo?
Conceição Bernardino
Beijinhos
http://amanhecer-palavrasousadas.blogspot.com
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