giovedì, gennaio 26, 2006

Velha infância, novas possibilidades...


Naquela noite sai já tarde de casa. Percorria a cidade com um amigo, a procura de um bar ou apenas mais uma cerveja gelada. Depois de algumas tentativas encontramos o bar que queríamos, ele não era dos mais confortáveis, mas era o suficiente para aquela noite. Logo que cheguei a avistei, não tive como não reparar, pois ela chamava atenção de todos.

Julia estava animada naquela noite. Rodeada de amigos, cuspia palavras entre uma cerveja e outra. Percebi que mantinha um diálogo constante, mas não bebia apenas observava sua roda de amigos que animados conversavam entre um gole e outro.

Julia estava sentada no muro, devido a sua baixa estatura balançava os pés que não alcançavam no chão. Calçava um chinelo simples e rasteirinho, um short, pois fazia muito calor naquela noite e vestia ainda uma regata cinza, como de costume. Seu cabelo cacheado e loiro já estava mais comprido e atingia metade das costas mesmo estando amarrado.

Julia não fumava se detinha em respirar a fumaça insistente que saia da boca e narizes de seus amigos que a rodeavam, ela apenas falava e questionava. Percebi que a curiosidade era sua grande virtude, ou apenas mais um defeito.

E ali Julia permaneceu horas, às vezes descia do muro e então se encostava na parede, sua roupa colada deixava transparecer um pouco do peso acima do ideal, mas mesmo assim Julia não deixava de chamar a atenção. Habilidosa com as palavras, e com a troca de olhares, Julia conquistava quem a rodeava e quem aos poucos mesmo não conhecendo chegavam até ela para desfrutar de sua presença e do início de uma conversa amigável.

Percebi, também, como suas mãos eram habilidosas ao tocar e usufruir do celular que possuía. Meu amigo curioso e de certa forma encantado não teve dúvidas e foi até Julia para iniciar uma conversa, quem sabe uma futura conquista. Dessa conversa descobriria eu depois, que Julia não era apenas encantadora, mas sim era esperta demais para nós. Meu amigo descobriu que aquele celular não era de Júlia, era fruto de uma oportunidade, isso quer dizer um furto sem intenção de um moço que o esquecera num lugar visível. Sim, Julia era uma ladra, mas nem por isso menos perspicaz.

A noite estava quente, a cerveja estava gelada e as ruas de Santa Maria agitadas e a Julia, a menina de 3 anos de idade continuava ali entre nós conversando, bebendo e fumando indiretamente madrugada à fora.

Meu pai sempre tem razão...não se fazem mais crianças como antigamente...

Nessun commento: