lunedì, luglio 31, 2006

Minha vida é um filme e da dela também...

Subimos as escadas conversando, percebi que aquela história era longa o bastante para três andares somente. Adentramos no apartamento e devagar ela contava cada detalhe da façanha daquela tarde, ou melhor, do final de triste daquela tarde. Já sentada no sofá ela continuava a balbuciar os pedaços que restaram de seus sentimentos. Percebo que o frio aumenta e a bateria atrás de si também estava desmontada, porém isso é apenas uma coincidência.

Novelas, filmes, livros, poesias, músicas. Sim, no cinema, na literatura, no teatro, em todas as artes, sem exceção, as histórias de amor sempre são uma “carta na manga” para atingir os espectadores, os apreciadores dessas artes. Mas, por que será que histórias de amor nos fazem parar em frente a uma tela, seja ela de cinema ou de pintura e faz cair lágrimas de nossos olhos?

A resposta não seria tão difícil, não fosse o fato de todas essas artes se basearem na vida real para a inspiração, de assim a transformá-la. Sim, por que nem mesmo a arte contemporânea está livre do repertório da vida real, que dá base para as suas criações. E aí, me ponho a pensar e refletir sobre histórias reais de amor.Podem não ser tão grandiosas e emocionantes como as de uma novela, mas basta ter por personagens seres humanos reais, para nos tocar e nos fazer refletir sobre certas maneiras de encarar situações de amor.

Ali no sofá permanecemos um bom tempo entre lamúrias do acontecido, confesso que no começo até parecia cômico. Impressionava-me como ela falava sem uma lágrima despontar do seu olho. Sim, estava em frente a uma história de amor frustrada. Onde sentimentos bons deram espaço ao egoísmo, a uma relação doentia. Assim, passamos um bom tempo de confidências, nem mais sentia o frio daquela noite gelada, estava apenas compenetrada naquela história que de uma vez linda, agora se tornara absurda.

Uma relação de três anos que por vezes ela acreditava ter sido perfeita, fora destruída em tão pouco tempo com mentiras, brincadeiras de sentimentos alheios, enfim de amor exclusivo a si mesmo, sem cuidar dos interesses do outro. Não demorou muito para que lágrimas despontassem daqueles olhos tristes. Devagar só segurei sua mão, afinal ainda não tenho o poder de interferir em roteiros de histórias reais. Era o máximo que podia fazer a não ser ouvir, segurar sua mão e apenas refletir. Afinal, como o ser humano pode ser tão egoísta a ponto de brincar com os sentimentos do outro sem perceber o mal que pode estar fazendo para a vida alheia, ou então fazendo propositalmente para alimentar seu próprio ego?

Assim, como eu, vocês já viram histórias como essas em novelas, não é mesmo, e na vida real também, mas você já se pôs a pensar quantas vezes fizeste isso, ou quantas vezes não foi cúmplice de histórias como essas na sua vida real? Eu fui e sou por isso parei para pensar. E agora o que dizer?

Nos roteiros de novela, de filmes os finais podem ser bem mais facilmente revertidos e normalmente estes são felizes. Não tenho dúvidas que na nossa vã realidade, também, teremos um final feliz, mas para quê ter que viver com tanta dor, se às vezes tudo depende de uma escolha apenas? Sei também, que assim como o roteirista tem dificuldades pra escolher as melhores cenas, o ser humano sofre a complexidade de uma escolha.

Por que escolhas são complexas, não há dúvidas. As escolhas demandam perdas, demandam espírito de mudança, demanda a coragem de correr riscos. Escolher é um jogo, onde se pode ganhar ou perder. Porém, não se deve parar de jogar (mas que clichê) assim como não se deve parar de criar e muito menos parar de viver e acreditar em histórias de amor.

Não tenham dúvida, que esse texto é um apelo a todos vocês seres humanos, que vivem em frente às telas, que se relacionam, amam e acreditam no outro. Sim, a todos vocês eu peço para que reflitam sobre o que estão fazendo com os sentimentos dos outros, com seus filhos, com seus esposos, com seus amigos, com seus namorados, enfim pensem até que ponto nosso amor próprio não desconsidera o que os outros sentem. Tentaremos ser um pouco melhores. Assim, o olho brilhará mais por lágrimas de felicidade e nossas histórias reais também terão um final feliz.


Eu quero segurar a mão mais vezes, mas não pelo mesmo motivo. Eu quero ter o direito de ver todas às relações com raízes fortes, que não vai ser uma breve tempestade capaz de destruir tudo que já foi plantado. Sim, as coisas podem acabar, mas não preciso acabar da forma mais fatal e cruel, podem simplesmente acabar pelo ritmo natural das necessidades humanas. Não acham? Então, façam a sua parte.

2 commenti:

Fran Rebelatto ha detto...

Não sejamos hipócritas de pensar que nunca estivemos fazendo mal aos sentimentos de alguém, afinal, buscamos amar do outro, por necessidade de amor próprio...isso é o que vemos nas aulas de semiótica, não é mesmo, Ana...então só essa constatação, já nos ajuda a entender muitas coisa, não acha???

Fran Rebelatto ha detto...

não pensa, esquece isso e viva, renasça das cinzas como uma fênix e voe para outros ares..beijos