giovedì, luglio 13, 2006

Ruínas de uma noite de vento Norte...

Meu tênis all star caminhava devagar pelas ruas de Santa Maria, naquela noite quente de vento forte. Minhas calças rasgadas eram resquícios daqueles velhos tempos que a noite de hoje me recordava. Andava sem sentido, só ouvi ele dizer “quero ir pra um lugar que tenha pessoas legais”. Sim, eu também queria, mas não podia, realmente. Prossegui sozinha por essas ruas tortas e meu all estar brigava com os papéis que na rua voavam loucamente.

Os cabelos ficaram desgrenhados e aquele ar quente me dava vontade de carne quente. Sim, acabava de assistir ao filme Garotas do ABC, e aquela mulata tinha me despertado instintos inquietos, estava excitada isso era fato. Mas precisava me conter, mesmo que o que me conteria seria apenas a tua carne, sim a tua forma. Mas enfim, olhei de repente para a lua que permanecia ali exuberante, porém ao seu redor um manto disfarçava um pouco seu brilho inquietante. Não, não era o brilho inquietante, mas sim, sim aquela aura ao seu redor.

Peguei o ônibus pra casa, uma longa viagem de contemplação aquela lua. Subi depressa as escadas intactas do prédio antigo, meu all star mal pisava um degrau, para se contrapor a outro. Meu ritmo havia mudado, queria rapidamente adentrar no meu esconderijo. Mas o corredor continuavam parado fingindo não me ver, as vidraças continuavam quebradas e as portas continuavam lado a lado, díspares. 2146.

Procurei desesperadamente a chave, que entre tantas coisas da minha bolsa se mantinha perdida, quando a encontrei foi o buraco da porta que se tornou difícil, enfim consegui dar duas voltas e entrei. Um ar gelado bateu na minha face oleosa, uma grande diferença entre lá fora e ali dentro me fizeram sentir frio, senti uma grande abandono daquelas paredes úmidas. Percebi que a janela estava fechada há dias. Porém, mais coisas passaram a me inquietar. Sim, de um lado roupas jogadas ao chão, na parede o quadro estava mais torto do que nunca. O roupeiro de portas marrons estava escancarado e os calçados se amontoavam num canto escuro.


Entrei um pouco mais, e livros e revistas permaneciam sobre a escrivaninha indo contra a disciplina das lições, sob as cadeiras casados desarranjados, toalha molhada. As fotos estavam ali jogadas sobre o chão. Não hesitei em pegar a tua foto que desenha perfeitamente as formas de teu rosto, a tua grossa sobrancelha, tua marca sobre a boca, tua pele morena, teu cabelo escuro e teu olhar verde. Parei imediatamente em frente a janela e bem devagar uma lágrima corre do meu rosto e pinga ligeiramente sobre sua foto.


Sim, foi muito breve como tudo aconteceu, mas meu corpo se misturou aquele vento forte, minhas lágrimas jorravam compulsivamente, meus livros foram derrubados com violência no chão, minhas roupas foram chutadas pelo meu all star vermelho e a cama conseguiu ficar pior do que estava. Sentia vontade de carne, sentia vontade daquela carreira branca do passado, sentia vontade daquele cheiro entorpecente que me faria parar, relaxar. Sentia vontade de ti. Sim, é a ruína do meu quarto, ou a ruína daquela noite? Não! Era a ruína da minha alma perdidamente apaixonada. Passou. Sim, mas como doeu. Quem nunca se sentiu assim numa noite de vento norte?

Na foto ruínas de uma casa antiga na Quarta-colônia, dela levo a possibilidade de luz na minha vida, de luz pra mais uma noite...

4 commenti:

Anonimo ha detto...

"quem nunca se sentiu assim numa noite de vento norte?"

.. e não é que a pergunta ficou fazendo eco, bem baixinho?

tomara que vá embora com outros ventos.. ou que venha de vez.

Anonimo ha detto...

é verdade, quem nunca foi vítima de uma situação dessas, ai, ai gringa sempre expressando muito bem o sentimento e as vontades de muitos de nós...Sim, esse texto é você em alma, mas principalmente em carne...E que bom que explodiste percebi que estava prtecisando, ou isso é fruto da sua imaginação, bom de vc tudo pode se esperar eu sei..te amo, minha menina..fernando

Anonimo ha detto...

Sabe quando te arrepia a pele tal como quando grita uma unha do quadro negro?!

assim me fez ficar teu texto.

eu adoro dias de vento norte. são melancólicos. dias de carne, pra mudar.

parabéns... e... sinto muito! mas pra ser bom, a gente te que sentir, dor, que seja, mas sentir...

beijos

Leonardo ha detto...

bah, de uma intensidade tão fodida que...






Não sei o que até egora.