Porém, ervilhas são verdes, não são? Hummm...verde é meu blog, verde é a cor dos meus olhos, verde é a cor dos olhos que desejo, verde é a mata (essa foi péssima), verde é a vida (essa foi pior), mas enfim o fato é que podemos ver numa simples lata de ervilhas muita coisa além do aparentemente visível e verde (isso ficou bom). Pois escrevemos o que sentimos, dificilmente, aliás, impossível sermos imparciais à nossa vida quando escrevemos, até por que escrever depende do repertório que temos, quer dizer da bagagem cultural que adquirimos nas nossas vivências. É as nossas experiências que criam efeito de sentido de tudo que escrevemos, fotografamos, pintamos, esverdeamos por aí.
Mas a que fim essa conversa? Seria para justificar a subjetividade em que meu blog foi mergulhado, sim, por que há um ano atrás quando o criei minha idéia era ser extremamente crítica (percebi que de fato estava verde, precisava amadurecer melhor minhas opiniões sobre o mundo que me cerca e que tanto grito verde minhas indignações) escrever somente crônicas, mas bastou dias para entender o que Barthes quis dizer com a lata de ervilha (verde) e então comecei a diversificar minhas formas de expressão, passei a entender que não tinha como me isentar da minha vida, das minhas histórias, não ao menos no estilo deste blog (verde). Então, um ano!
Por que o criei? Necessidade de ter um espaço para dividir minhas idéias (verdes), minha subjetividade? Quem sabe. Falta do que fazer? Não, certamente, não. Quem sabe um espaço para escrever apaixonadamente aos olhos verdes que me inspiram? Sim, isso é uma hipótese. Um ano de textos, poesias, lembranças, depois fotografias, paixões, aliás, paixão, pé-quebrado (quem me conhece lembra do fatídico acidente de uma sexta à noite, quando quebrei meu pé, até hoje não entendo como, na verdade estava verde, se é que me entendem).
Bom, mas um ano se foi e o verde continua na minha vida. Quem? O blog ou os olhos, quem sabe as ervilhas? Diria que os três. Um ano de blog (verde), um ano dos olhos (verdes), e um dia com as ervilhas (verdes). Heheheh, sim as ervilhas entraram nessa história ontem numa reunião do Grupo Imagem, no qual faço minhas pesquisas na faculdade. Quando o professor Adair falou essa frase de Barthes, eu me retorci na cadeira (preta em que estava sentada no lado do meu colega Augusto ( www.cabruuum.blogspot.com )que tem um livro de quadrinhos com a capa verde) e disse: É isso, é isso que preciso para meu texto de um ano, ervilhas verdes.
Então ta aí, além de querer que vocês dêem os parabéns para meu filhote, quero que respondam a seguinte pergunta “O que você pensa sobre uma lata de ervilha?”. E não me peçam festa, pois acho absurdo fazer festa de um ano para crianças (verdes), que olham para aqueles adultos gordos e bêbados (verdes) amigos do papai e da mamãe e com certeza pensam: O que estou fazendo aqui? Verde? Sim, as ervilhas... quem sabe?
Poderiam me perguntar caros leitores o que tem a ver um relógio com ervilhas verdes? Hummm..muito mais do que possa imaginar nossa vã filosofia, uns diriam em uma palavra: NADA, outros escreveriam um livro sobre isso. Mas, já notaram que a parede é verde, os números são verdes, os ponteros são verdes, mas se os ponteiros marcam o tempo e eles são verdes, quer dizer que o tempo é verde, mas se o tempo é verde e nós somos subjugados a ele, quer dizer que nós somos verdes?...Ai meu Deus, livre-me deste verde...