lunedì, novembre 28, 2005

São tantas emoções gremistas...

Cinco para às 4 horas da tarde de sábado, ta na hora de pegar aquela cerveja gelada, cruzar os dedos e sentar na frente da TV. É chegada a hora do futebol. A Michele me olha e indaga, até tu Fran como podes gostar de um esporte de massas? Por breves minutos me ponho a pensar por que de tal fascínio pelo futebol. Me criei numa cidade pequena onde futebol é coisa séria, as pessoas jogam, se envolvem, torcem, são campeonatos, rivalidades, torneios, caminhão com toda a torcida e um terno de camisa a cada time é sempre promessa de campanha política. Se me perguntarem qual a minha participação nisso tudo, sim, já joguei, já torci, já gritei, já vi meu pai sendo goleiro, jogando agora no segundinho(como chamamos, é pros mais fracos), já vi meu pai apanhando por ser juiz (um baita juiz, muito melhor que esses do Capeonato Brasileiro), cresci vendo meu irmão emocionado com cada partida e com a família toda falando de futebol, e principalmente torcendo para o Grêmio.
Nunca fui das torcedoras mais fanáticas, mas já roí unhas, já chorei, já gritei e já sai na rua comemorar nossas conquistas, lembro perfeitamente do Grêmio decidindo jogos na Libertadores nos últimos minutos, já vi Danrley atacando pênaltis impossíveis, já vi Felipão gritando e chorando desesperadamente na beira do campo ( pra quem não sabe Felipão nasceu na minha cidade, em Charrua, mas com um ano foi para Passo Fundo, tinha que ser). Mas confesso, que ultimamente andava bem relapsa quanto ao futebol, admito que é um tanto desestimulante ta na segundona, mas no fundo mesmo não acompanhando tão de perto, sempre ficava na expectativa de que tudo daria certo.

Mas nos últimos dias não tive como me desprender do futebol, afinal é o Inter com chance de ser campeão, imagina Corintiana sou desde que nasci...( isso é mentira, não suporto paulista, mas o que não se faz por um esporte de massa) e sem falar que nosso "timão", que não é mais tanto um timão, com grandes chances de subir pra primeira. O fato é que o juiz deu a largada, e começa o jogo no estádio dos Aflitos. Mas, aflita fico eu, por vários motivos é certo. Primeiro, por que é insuportável assistir jogo de futebol, com alguém do lado que simplesmente não sabe diferenciar a bola da goleira. Me desculpa Michele, mas tu seria uma péssima RP de time de futebol. Segundo, por que o jogo foi muito chocho, como diz meu irmão decepcionado e com um elevado teor alcoólico, tinha que ser de segunda mesmo, com um time desses ainda bem que não estamos na primeira, infelizmente uma triste realidade. O que seria de nós sem Galato (creio que é assim que se escreve). Terceiro é minha indignação com aqueles nordestinos, que tentaram fazer de tudo pra apavorar a delegação do Grêmio, mas são tão incompetentes e ruins que nem assim conseguiram ganhar do nosso "timinho".

Fim do primeiro tempo e nada de muito emocionante a não ser o pênalti na trave e os comentários impertinentes de uma colorada, que não sabe absolutamente nada de futebol, e que grita quando acontece uma falta no meio do campo. É Pênalti!! Ai salva-me Deus se realmente tu és gaúcho. Para conter o nervosismo eu e meu irmão calibrávamos o copo de cerveja, a essas horas o que era bohemia, passou a ser antartica, nem a cerveja ajuda mais.

E começa o segundo tempo, e nada muda. O jogo continua sem graça e o que vi foi realmente um joguinho de segunda divisão, mas o fato é que era meu "timão" jorgand, aquele que tempos atrás me motivou a gritar, chorar, torcer, não que agora não sinta mais vontade de fazer isso, mas é que sinceramente odeio jogo de futebol sem graça e sem gol. Mas de repente as coisas mudam e entra em jogo, aqueles erros e roubos de mais um juiz...Nesse momento penso no meu pai, que deve estar enlouquecendo, no pai da Marília que se tranca na sala pra não assitir, no pai do Felipe, enfim penso nos torcedores realmente fanáticos que nesse momento não devem mais destinguir o que é emoção ou desespero...penso no meu irmão, que não da tempo entre um gole de cerveja e outro, penso nas minhas unhas que não posso roer, pois esperei dois anos para crescerem desse jeito. E nessa hora todo mundo é filho da puta ( coitadas das mães inocentes), os nordestinos, o juiz, os policiais, os jornalistas, os aflitos, o Naútico, o Santa Cruz, todo mundo é filho da puta, heheheh e o Brasil inteiro é um bordel.

E dale cartão vermelho pra todos os lados, 1, 2, 3,4, opa...mais um estamos perdidos na justiça, pois com certeza nos tribunais vai ter mais um juiz, não de futebol dessa vez, filho da puta. Meu irmão diz que ta na hora de sair de campo e ver no que dá, o Santa Cruz já pega na taça e se sente o campeão da segundona, a Michele roe as unhas de emoção, acho que agora ela entende por que gosto desse esporte das massas. E eu ainda acredito que Galato vai pegar aquele pênalti. Depois de 25 minutos de angústia, é hora de recomeçar, com 4 a menos, um pênalti contra nós, o Santa Cruz já comemorando...Vai dizer só um milagre, por que nessa hora o pai de todo mundo já morreu.

Mas não dizem que Deus é gaúcho, bom se ele é gaúcho deve torcer pra um de nossos times, pro inter creio que não, pro Juventude que não há de ser, então realmente chego a conclusão...Deus, sim amigos é gremista, e daqueles torcedores mais fanáticos, mas creio que os anjos também são gremistas, pois com tanta emoção acho que o bom velhinho não sobreviveu e foram os anjos que tiveram que fazer a jogada. E então, Anderson, de cabelos cacheados como o anjo Gabriel, corre, pega a bola, ri da cara do adversário e faz um gol...Da pra acreditar, até agora pra mim tudo não passa de um sonho. O Santa Cruz se cala, os Aflitos se calam, meu irmão grita, meu pai deve ter surtado, eu esqueço que tenho pé quebrado, o pai do Felipe...que perigo, a Michele quer ser gremista, o filhos das putas pensam nas suas mães. E eu olho pro céu e quese choro.

Acaba o jogo e o timão tricolor ta na primeira...Será que isso é verdade, saio a rua de carona é claro, com dois gremistas mais fanáticos ainda, e Santa Maria é coberta pelo azul do céu e pelas cores do Grêmio estampado nas roupas e rostos de todos que acabam mais um domingo, emocionados e apaixonados.

E comigo eu tenho a seguinte pergunta, se alguém conhece maior emoção do que ser gremista, me avisa, pois eu desconheço completamente. Salve nosso Deus e os anjos gremistas e Salve esse esporte de massa. Acho que a Michele não só aprendeu sobre futebol, mas principalmente entendeu o que é gostar desse esporte e ser Tricolor.

Grande lição e infinita emoção...E nos vemos na Primeira Divisão...

sabato, novembre 19, 2005

Eterno Pablo Neruda e suas palavras...

Somente ele e mais ninguém...Grande poeta, sempre merece espaço...

O teu riso

Tira-me o pão,
se quiseres,
tira-me o ar,
mas não
me tires
o teu riso.

Não me tires a rosa,
a lança que desfolhas,
a água que de súbito
brota da tua alegria,
a repentina onda de prata que em ti nasce.

A minha luta é dura e regresso
com os olhos cansados
às vezes por verque a terra não muda,
mas ao entrar teu riso
sobe ao céu a procurar-me
e abre-me todas
as portas da vida.

Meu amor, nos momentos
mais escuros solta
o teu riso e se de súbito
vires que o meu sangue mancha
as pedras da rua,ri, porque o teu riso
será para as minhas mãos
como uma espada fresca.

À beira do mar, no outono,teu riso deve erguer
sua cascata de espuma,
e na primavera, amor,quero teu riso como
a flor que esperava,
a flor azul, a rosada minha pátria sonora.

Ri-te da noite,
do dia, da lua,
ri-te das ruas
tortas da ilha,
ri-te deste grosseiro
rapaz que te ama,
mas quando abro
os olhos e os fecho,
quando meus passos vão,
quando voltam meus passos,
nega-me o pão, o ar,a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria.

Caminho oposto...

Mais um delírio romântico de um coração desesperadamente apaixonado por quem não deve, bom até aqui nehuma novidade, se tratando da minha pessoa...hehehhe
Na inutilidade do tempo, na brevidade das horas penso em você, que já não faz parte tão somente do teu mundo, mas pertence ao meu mísero e infame mundo dos pensamentos e desejos. Não basta a distância, está vã inimiga, nem mesmo o coração ocupado pelo oposto inocente, que nem sequer imagina o tempo em que vivemos.
Perdida nessas palavras inúteis e por vezes absurdas, preencho o vazio da existência sem ao menos ter o poder de possuir teus pensamentos, quanto menos tuas atitudes. Realmente a distância pode sim separar, mas o tempo é o super poderoso que poderá dizer se essas pessoas podem sim se unir.
Juntos poderiam ser um só corpo de desejos constantes, uma só alma de pensamentos e teorias, que desenvolvem a cada dia uma paixão tão frenética quanto o turbilhão de água do imenso mar, como a delicada borboleta que deixa o casulo, como eu simples apaixonada.
Nessas horas de mais palavras por essa paixão, percebo que não basta o tecer de uma simples teia, e nem mesmo o maçico ferro é capaz de deter os pensamentos e tentações de uma crente poetiza que sem noção, faz de suas palavras porto seguro, nesse caminho de dúvidas e incertezas, mesmo que essas palavras não passem de guia para teus passos ao oposto inocente.
Mas afinal:
Se eu não puder ser um berço de amor, que eu seja um manto de luz no teu caminho...
Se eu não for teus beijos ardentes, que eu seja um breve suspiro que repousa em teus sonhos...
Se eu não puder ser o corpo quente que pousa em teus braços, que eu seja o calor de um abraço amigo...
En fim, se você não puder ser todo tempo meu, que minha admiração seja a força que guia teus passos.
Baseada na idéia de que toda paixão só vale a pena se for motivo de poema, sigo minha vida me apaixonando constantemente pela vida, pelas coisas, pelos teus olhos, pela tua boca, tuas mãos e até por essa saudade. Creio que o que me motiva a viver tanto essas paixões, é o campo fértil de idéias que me fazem ser uma eterna apaixonada pelos risos e pela primavera, mas como diz Pablo Neruda, eu abro mão da primavera para ter teu sorriso.
O "não" faz de mim um pouco Clarice Linspector, introspectiva.
O "sim" desperta a altivez de L.V. Veríssimo.
A distância reflete a "saudade" de Casimiro de Abreu.
O "fim" não foge da melancolia e pessimismo de Augusto dos Anjos.
E assim, se paixões e poemas valem a pena para que abrir mão desse dilema?
Entre deixar de me apaixonar e sofrer, prefiro sofrer e en fim morrer tendo vivido, o que realmente vale a pena e fazem com que minha alma deixe de ser pequena.
Tudo isso pode ser um grande engano, mas quem disse que os grandes poetas não foram enganados.

sabato, novembre 12, 2005

Triste fim de uma sexta-feira à noite...mais que um osso quebrado...

Era só mais uma noite de sexta-feira. Creio que já eram 11 horas e eu andava sozinha pelas ruas de Santa Maria, procurava algum lugar interessante para acabar mais uma noite de sexta. Estava sozinha, pois assim prefiro dar minhas voltas, como diz um amigo sair sozinho em Santa Maria não é problema, pois sempre encontramos algum conhecido para batermos um papo e beber uma cerveja gelada. Depois de passar no Pingo e dar aquela espiadinha não quis entrar, então passei em frente ao bar do lado onde acontecia uma festinha. Naquele lugar vi um velho amigo que fingiu não me ver, acho que devia ser por estar com aquela guria, mas nomes não vêm ao caso nesse texto.

Entre risos e pensamentos vagos e um desnível na calçada percebo que já não tem jeito. O fato estava consumado e eu estava ali estatelada no chão, meu joelho estava esfolado e doía, e meu pé...Ah, meu pé!!! Esse já nem sentia, aliás, sentia que não tinha como colocá-lo no chão. Mas o que mais me frustou no momento foi à atitude das pessoas que viram a cena.No mesmo momento do desastre 4 moças, 3 delas loiras falsas, estacionaram do meu lado, bom pensei que fossem me ajudar, ou ao menos me ignorar, mas não, elas simplesmente em alto e bom som riram da minha cara. Mas, que nada o que se esperar de certas mulheres. Então o carinha que cuida dos carros me vendo sentada no chão pergunta se me machuquei e eu respondi que sim (devia ter dito que não, que meu programa preferido de sexta à noite é ficar sentada no meio da calçada, com os sapatos na mão e lamentando a vida), pois ele disse: é moça essas coisas acontecem, e nada mais ouvi e nem o vi mais. Bom quando já tinha perdido a esperança, percebo que lá longe dois moços me observam, então novamente acredito que existe alguém que tem bom senso e vai me ajudar. Sim, lá vêm eles na minha direção, fico mais tranqüila e penso que agora estou salva. Mas, mais uma vez estou enganada e eles passaram e só restaram alguns olhares de curiosidade.

Não agüentei, aquilo pra mim era o fim (que exagero), desando em lágrimas e sinto a pior sensação de estar sozinha e não ter como resolver um problema, pois estava totalmente vulnerável. De repente aqueles mesmo moços de antes, retornam e se aproximam e então quase que suplicando peço a ajuda deles. Eles que desde o começo tinham a intenção de me ajudar, não temeram um só momento e me carregaram até a casa de minhas amigas na Astrogildo. Foi um espetáculo e tanto pra quem não sabia o que estava acontecendo. No fim entre risadas, dor, e apresentações, Fernando e Vagner, não conseguiam entender como numa situação daquelas, eu ainda conseguia fazer piadas. Fazer o que? Já tinha chorado, já tinha divagado no meu sofrimento e agora estou nos braços de dois desconhecidos indo pra casa que não é minha, como o pé impossibilitado de qualquer ação. Admitam é ou não uma história engraçada, para quem ia acabar a noite no DCE, no outro dia ia passear com amigos na cidade de Mata, na noite seguinte ia acampar no Macondo Circus e no feriado ia andar muito de bicicleta, convenhamos que é uma desgraça, mas muito divertida.

Mas à noite não acaba por aí, pois ainda tinha uma pequena esperança de que tivesse sido só uma torção mesmo. Fui ao pronto-socorro, quero dizer me lavaram até lá, de moto-táxi, até o tio da moto tirava com a minha cara, mas tudo bem. Cheguei no Pronto-socorro de fraturas e fui encaminhada para uma sala, tive que sentar numa mesa que parecia de necrotério. Na minha cabeça já imaginei meu pé sendo serrado por um serrote enorme (sendo serrado por um serrote é ótimo, que idiota que sou) aquele que tem uma pessoa em cada ponta. Então duas pessoas entram na sala, mas o serrote não apareceu, pensei comigo, menos mal. Sem exageros era apenas um raio-x e nem doeu. A enfermeira pergunta se já conhecia a nova choperia e eu disse que iria conhecer no dia seguinte (é realmente ia). Depois de alguns minutos saiu o resultado e o médico me diz: que belo trabalho moça! Cuidadosamente olho para meu pé desenhado na transparência e percebo que realmente, até pra quebrar ossos do pé sou competente, que categoria, ou melhor alto padrão, três ossos de uma só vez, essa marca não é pra qualquer um. Sentia-me orgulhosa pela façanha...Então o médico disse que esse problema se resolveria com um mês de gesso. HEHE, verão, acampamento, bicicleta, corrida no bosque, banho de cachoeira, nem gosto de nada disso.

Bela história, não acham, agora to aqui com uma tala e semana que vem coloco um gesso, aliás, aprendi como fazem gesso, nunca entendia como o colocavam nas pessoas. Meu gesso vai ser assinado por todo mundo, to me adaptando a andar de muletas, a tomar banho sentada, a ficar parada. Antes de enlouquecer quero ler muitos livros, assistir muitos filmes, escrever muitos textos, jogar muitos jogos, e receber muitas visitas. Bom, acho que pra alguma coisa ta servindo essa situação, vou ter que parar um pouco. Mudei-me pra casa do meu irmão e recebo tudo na mão, uma mordomia. Diria que não foi o mais perfeito fim de noite que já vivi, mas certamente foi o mais produtivo e interessante, mas não queiram provar desse fim, pois sei que existem de bem melhores, mas esses agora só ficaram na lembrança. E esse é o triste fim de Francieli Rebelatto, ou melhor, apenas um novo recomeço.

mercoledì, novembre 09, 2005

O que me inspira vai além dessas palavras...

Hoje, alguém me disse que ando muito inspirada ( um dos motivos, é seus olhos), mas aí parei pra pensar que outros motivos me levam a estar tão introspectiva a ponto de escrever tanto e muito além do que aqui posto, aliás muito além...Então comecei a relembrar o que em outros tempos me levava a escrever tanto. Percebi que naqueles velhos tempos de longos textos sempre estava indignada com alguma coisa e mudando de alguma forma.
Pois é isso! A minha inspiração vem das minhas novas concepções e frustações. Se me perguntassem o que diria com nova concepção...diria que deixei de pensar no imediatismo das coisas e agora vejo que fazer é bem menos importante do que pensar em como fazer, isso quer dizer, agora vejo que nada pode ser tão válido como refletir. Outra concepção que aprendi, é que nada vai nos fazer crescer mais do que a convivência e de comos lidamos com ela. Agora percebo o que dizem meus colegas petianos, realmente existe um abismo muito grande entre nós e eles. Como podemos querer conviver e crescer e sermos bons profissionais se não sabemos conviver e se não pensamos na coletividade. Pois o abismo que nos separa, esta a espera de alguém que se jogue.Outra concepção que agora percebo, é que enquanto o mundo corre não precisamos acompanhá-lo, pois cada um projeta sua própria concepção de mundo.
E quanto as frustações? A minha grande frustação continua sendo o egocentrismo do ser humano, que por mesquinharias acredita ser melhor que outros, que mesmo não sendo tão técnicos, são muito fecundos no que pensam e no que acreditam. Agora percebo, como passei maior parte do tempo presa a um desejo incontrolável de querer abraçar o mundo, quando foi o mundo que me abraçou...forte demais, tanto que fui sufocada.
Mas nada como encontrar uma luz no fim do túnel (que clichê horrível, mas cabível). Agora penso que às vezes é bom ser sufocado, pois aí nos obrigamos a renovar o folêgo. Acho que aos poucos o meu ta sendo renovado, voltei a escrever, voltei a ler literatura, voltei a acreditar no final da tarde, parei pra mim, pra me livrar desse sufoco.
Sei que muitos que vão ler esse texto ou melhor desabafo, e que me conhecem, vão dizer que todas essas palavras são mais uma vez papo furado. Certo que uma boa parte é, mas era disso que eu precisava, voltar a acreditar que papo furado também vale a pena, e que também preciso aprender a conviver comigo e com minhas necessidades, pois chega de fazer, ou acreditar que faço. Preciso é pensar no que faço.
E essa é a resposta do por que de estar tão inspirada...quero ser escritora mesmo...e mais do que seus olhos, meu suspiro de vida me fazem surgir palavras de onde elas não queriam mais sair...
Putz, que subjetividade brega...acho que realmente só suspirei, mas não mudei...

martedì, novembre 08, 2005

Fotos de Marechal Thaumaturgo/Acre...


Fotos cedidas pelo meu querido amigo professor uBIRAtan Tupinambá da Costa, coordenador do Projeto Rondon...
Outubro de 2005. Rio Juruá, e de uma índia Ashaninka.

lunedì, novembre 07, 2005

O que esperar de uma tarde de domingo...

Me sinto sozinha, uma solidão mansa...

Uma tarde mansa,
uma chuva mansa,
uma música mansa,
e uma saudade mansa...

Tão mansa como meu olhar
tão mansa como meu desejo
tão mansa como minha mão
sobre o papel
tão mansa como tudo que vejo...

Tarde, chuva, música e saudade,
perfeito para uma paixão mansa,
no caso não a minha...

Falem sobre mim, mas escrevam bem...

Esse texto que aqui posto foi escrito em 2004, por um grande amigo, e o coloco aqui por dois motivos: primeiro por que ele escreve sobre minha pessoa, e segundo por faz isso com muita competência, no qe diz respeito a minha pessoa e ao texto em si...Algumas partes não aparecem, pois o texto é longo demais e traz coisas que nem todos precisam saber, para isso se arrisquem a me conhecer...


Satania

Eu, que desde meus tempos primordiais, converso com anjos e demônios, tentei deixar meus velhos amigos e grandes companheiros das longas horas
de solidão. Decidi abandona-los e não mais ouvi-los por esse motivo, por não mais ouvir os espíritos, fui castigado (ou presenteado!) por Deus (ou pelo diabo!). Meu castigo é ter que conviver com um demônio, só que agora materializado, de carne e osso, tão humano quanto eu.
Olho. Lá vem ela! Não com movimento extravagantes, com o cabelo esvoaçante, em câmera lenta, como no cinema, mas sim como uma garotinha da terceira série saindo para o recreio, correndo e saltitando.

Seu nick é Fran. Francieli Rebelatto é seu nome verdadeiro. O Rebelatto vem do latim Rebelatun e significa Rebelado, rebelde. Esse nome revela, além de sua personalidade, sua verdadeira identidade: ela é um demônio, ou melhor, uma diabinha. Uma linda diabinha! A Satania a que o poeta refere-se e de quem também foi vitima.

O diabo é um cara esperto e astuto, disso não há dúvidas! Apesar de Fran ser uma diabinha, tem a aparência de um anjo, com seus cabelos loiros e cacheados, como os do anjo Miguel, que eu vi na igreja quando garoto. Além, disso, ela é meiga, com seu sorriso bonito e radiante, que é capaz de iluminar a noite mais escura que já existiu ou possa existir. Sorriso que seria a solução para os seis meses de trevas que cairiam sobre o planeta devido ao cogumelo nuclear causado por uma guerra atômica. Ela parece uma garotinha de sete anos, pura, ingênua, inocente... E seus olhos, então!!Olhos claros, tranqüilos como o mar de uma praia do Caribe, mas que, ao mesmo tempo, transmitem a sensação de uma destruidora Tsunami causada por um Furacão na Flórida ou no Hawai.

Se fosse só isso, só o exterior, eu a elegeria meu anjo da guarda. Mas, como diz o velho ditado, quem vê cara não vê coração. Conhecendo-a mais fundo, conclui-se facilmente que Fran é a própria personificação do paradoxo (...)(o resto ta vetado).
Seu passatempo preferido ( talvez, ou melhor, provavelmente sua missão) é perturbar-me. Ela possui um talento nato para deixar-me irritado! Tudo o que ela fala tem uma leve ( ou nem tanto) pitada de sarcasmo. Tudo o que eu afirmo, ela contradiz ou discorda, mesmo sabendo que não tem razão e não possuindo um único argumento em que possa embazar suas teses. Pior ainda é quando eu falo e ela me ignora; finge que não está presente; parece olhar através de mim.
Por falar em olhar, Ah! O olhar! Ela é portadora do olhar mais provocante, provocativo, sarcástico, desafiante, desafiador...que pode existir. Como se isso não bastasse, ela tem o habito de fixar esse olhar nos meus olhos. Ela sabe que sou dominado pelo Id; que sou 90% animal e 10% racional. Ela também é sabedora que, no Reino animal, olho no olho significa desafio, o que se resolve apenas de duas maneiras: luta ou humilhação! Fico quase explodindo de raiva. Sinto vontade de quebra-lhe a cara! Mas o diabo sabe o que faz: ela é mulher e eu não costumo bater em mulheres. Então eu conto até uns cinco milhões e , embora pareça impossível, controlo-me. Sorrio. Penso que venci o Diabo, mas, minutos depois, vejo que estava enganado, pois ela volta e tudo recomeça...

Já tentei fugir dessa tentação(...) Embora eu tente com todas as forças afastar-me dessa diabinha, nada posso fazer. É como os pólos opostos de um imã: quanto mais eu tento afastar-me, mais me sinto atraído e fascinado! Estou perdido...Não sei mais o que fazer...Não posso fazer nada...Eu a amo!

Para não dizerem que não falei do fim e dos beijos...

Sempre odiei finais de novelas. Nunca consegui entender como os diretores não conseguem fugir do óbvio. Como diria meu pai, novelas se assiste o primeiro capítulo, para saber quem são os atores, um na metade, para saber quem continua vivo e o último que é o mais óbvio depois dos dois capítulos assistidos. E assim, é que faço, por isso assisti o último capítulo da novela América, já que havia assistido os outros dois. Acreditava que Glória Peres já tivesse ultrapassado todos os limites da sua "viagem". E como me enganei! Bom, já sabia que a Solfredora ia ficar com o "Ediota", impressionante a sorte de algumas pessoas. Também , sabia que o Tião ia ficar com a Simone, e ganhar diamantes, de novo muita sorte.
Todos os casamentos, todos os casais, e todos os bois.
Por falar em boi, no caso o Bandido, depois de viajar no coma, diria que alcoólico do Tião, Glória Peres me acha com cara de idiota, só pode. Vocês viram, amigos? O boi Bandido era uma grande ilusão, sim ele sumiu dos pastos da vida para a eternidade dos céus. Confesso que fiquei curiosa para saber como a diretora, imaginaria a chegada do Bandido no reino das almas. Será que um boi de cara preta, o esperaria com um barco um pouco maior. Tomara que afundasse! Certamente, seria mais um capítulo divertido.
Bom, mas de boi também , cansei. Agora quero me deter ao final feliz de todos os casais, pois a não ser a Nina que sempre acha uma aliança no caminho (único final realista, inclusive) todos os outros acabam em beijos, ou nem todos. Aí, mais uma vez Glória Peres me decepciona. O mocinho já tinha admitido que era gay, sua mãe já tinha gritado em alto e bom som que tinha orgulho de ter um filho gay, mas o beijo? Aí sim me caiu as "paia dos borsos", como diria Carreirinha. Cadê o beijo, se até Dona Neuta caiu nos braços do Dinho. Por que, então, o Júnior não pode cair nos lábios do gatíssimo Zeca??. Se a idéia era tentar amenizar o preconceito aos homossexuais, creio que esse final somente ressaltou esse preconceito descabido.
É felizes, são as breteiras que sem compromisso tentam suprir sua falta de macho. Até pro Daniel sobrou!
Mas fazer o que, é preciso saber viver, principalmente com finais de novela. Carreinha beijou, Jatobá beijou, a Sol beijou, o Helinho beijou, até seu Hygino beijou, o Tião beijou, a Islene beijou e a Creusa?Essa nem se fala! Lurdinha beijou e seu irmão também, tirando as breteiras, creio que todos beijaram, mas e o Junior?E o Zeca?
É mais uma vez odeio finais de novela, odeio a obviedade das coisas e odeio as viajens de Glória Peres. Mas fazer o que? O negócio é abrir os braços como o Tião, seduzir como Vera Fischer e saber viver como o cachorro do Jatobá. Meu pai sempre teve razão!! No primeiro me divirto, na metade me atualizo e no último me indigno. Mas tudo não passa de uma novela, acho que pensar assim, ameniza um pouco o fim e a falta de certos beijos.

Sem despedidas, apenas palavras...

A crônica que descrevo abaixo, foi escrita para o último programa Na Boca do Monte da nossa turma, e na verdade é uma despedida pra minha eterna amiga Carlinha, ou melhor, Japinha...07/07/2005.
Os textos de nossa vida
Sempre achei desagrádavel representar através de palavras, uma história de vida. Mas, até que um dia, percebi o quanto a vida é parecida com um texto. E o quanto os textos podem contar histórias de uma vida.
Nos textos temos aglomerados de palavras, idéias, intenções. Na vida, temos um aglomerado de sentimentos, dúvidas, felicidade e infelicidade.
No texto encontramos os artigos que determinam e antecedem os verbos, dando coerência a nossas palavras. Na vida temos caminhos que determinam e antecedem nossas escolhas, que de forma coerente ou não, conduzem nossos objetivos.
Nesse texto, ainda temos o pronome, que substitui ou acompanha o substantivo, e a ele dá sentido necessário. Na vida existe a coragem que acompanha ou substitui os desafios e dá sentido para lutarmos constantemente.
E os adjetivos, ah!!Os adjetivos, esses são capazes de modificar o substantivo, indicando a ele qualidade ou estado. E em nossa vida, temos os objetivos, que modificam nossos desafios, mostrando a importância de estarmos sempre em estado de busca constante pelos nosssos sonhos.
E por fim, queria ressaltar, a importância dos verbos no texto. Os verbos que exprimem a ação, os fenômenos, o estado e que são variáveis no texto. Na nossa vida acredito que os verbos, acima de qualquer escolha, representam as pessoas, que de uma forma ou de outra variam e denotam ação em qualquer lugar, e em qualquer vida que fizerem parte.
Bom, enrolei todas essa comparação entre texto e vida para mostrar duas idéias: A primeira, de que os textos podem e devem fazer parte de nossa vida. E que nosssa vida certamente, é o enredo para muitos textos. E a segunda, é para agradecer a Carla Carlos, por ser um verbo que faz total diferença em qualquer texto e principalmente em qualquer vida. Que nos novos textos que fizer parte, continue sendo verbo que exprime muito mais do que uma simples ação, mas que dê total sentido a esses textos.

giovedì, novembre 03, 2005

Daqui uns dias vem a crônica...

Bom pessoal, para quem tem acompanhado meu blog deve ter percebido que escrever é muito importante pra mim, e agora acabo de receber a notícia de que fui vencedora do concurso de crônica da UFSM...Confesso que estou embriagada de tanta felicidade e logo vou estar dividindo com todos vocês essa crônica....
VAleu por todos que estão entrando e comentando sobre o blog. Abraços e continuem passando por aqui...

Temendo por não saber o que escrever...

Com este vago olhar e com essas palavras inúteis tento sintetizar essa agonia de não saber o que escrever, quanto menos o que dizer. Quando o imenso vazio bate à porta da alma, inquieta e temerosa, esta parece se afugentar no medo de não saber o que pensar, o que dizer, nem o que escrever.
Mas, enfim, que medo pode ser esse, tão soberano, que nos limita a agir conscientemente?
Creio... que seja o medo que faz reluzir de nossos olhos o brilho insano da crueldade. É o medo que faz nossas mãos trêmulas, lutarem para buscar transcrever aquelas idéias que já foram predidas.É o medo de se entregar a vida, que já parece inútil perante a angústia de temer o desconhecido.
É o medo de relutar contras as próprias palavras vagas, que tropeçam no abismo da incompreensão. É o medo de escrevermos aquilo que nossos inimigos interiores querem que sejamos. É o medo de escrever, como quem se olha no espelho e percebe que não é retribuído com o mesmo sorriso. Enfim, é o medo de fazer dessa insegurança alicerce seguro para tudo que ainda quero escrever.
Dizem que o blog deve ser diário, então hoje, só posso dizer que estou com medo de escrever, assim como a dias tenho medo de viver...

martedì, novembre 01, 2005

Mais uma pérola...mais um motivo de poesia...

Calmo olhar

Não podia ser diferente
O fascínio de teu olhar
Me fez mudar loucamente
O caminho que tento encontrar

Infinitude de desejos
Nos teus olhos a profundeza
Nos teus lábios um calmo beijo
Na tua pele tenra beleza

Olhar que me devora
Essência do perigo
Hoje, amanhã, talvez outrora
Esperara nos teus braços meu abrigo

Nesse manso, calmo divagar
De seu modo cativante
Passo cada vez mais desejar
Poder ser sempre sua amante...


Essa é uma pérola antiga...31 de junho de 2004.
mas...como nada é imutável...aqui está!!!!!