sabato, novembre 19, 2005

Caminho oposto...

Mais um delírio romântico de um coração desesperadamente apaixonado por quem não deve, bom até aqui nehuma novidade, se tratando da minha pessoa...hehehhe
Na inutilidade do tempo, na brevidade das horas penso em você, que já não faz parte tão somente do teu mundo, mas pertence ao meu mísero e infame mundo dos pensamentos e desejos. Não basta a distância, está vã inimiga, nem mesmo o coração ocupado pelo oposto inocente, que nem sequer imagina o tempo em que vivemos.
Perdida nessas palavras inúteis e por vezes absurdas, preencho o vazio da existência sem ao menos ter o poder de possuir teus pensamentos, quanto menos tuas atitudes. Realmente a distância pode sim separar, mas o tempo é o super poderoso que poderá dizer se essas pessoas podem sim se unir.
Juntos poderiam ser um só corpo de desejos constantes, uma só alma de pensamentos e teorias, que desenvolvem a cada dia uma paixão tão frenética quanto o turbilhão de água do imenso mar, como a delicada borboleta que deixa o casulo, como eu simples apaixonada.
Nessas horas de mais palavras por essa paixão, percebo que não basta o tecer de uma simples teia, e nem mesmo o maçico ferro é capaz de deter os pensamentos e tentações de uma crente poetiza que sem noção, faz de suas palavras porto seguro, nesse caminho de dúvidas e incertezas, mesmo que essas palavras não passem de guia para teus passos ao oposto inocente.
Mas afinal:
Se eu não puder ser um berço de amor, que eu seja um manto de luz no teu caminho...
Se eu não for teus beijos ardentes, que eu seja um breve suspiro que repousa em teus sonhos...
Se eu não puder ser o corpo quente que pousa em teus braços, que eu seja o calor de um abraço amigo...
En fim, se você não puder ser todo tempo meu, que minha admiração seja a força que guia teus passos.
Baseada na idéia de que toda paixão só vale a pena se for motivo de poema, sigo minha vida me apaixonando constantemente pela vida, pelas coisas, pelos teus olhos, pela tua boca, tuas mãos e até por essa saudade. Creio que o que me motiva a viver tanto essas paixões, é o campo fértil de idéias que me fazem ser uma eterna apaixonada pelos risos e pela primavera, mas como diz Pablo Neruda, eu abro mão da primavera para ter teu sorriso.
O "não" faz de mim um pouco Clarice Linspector, introspectiva.
O "sim" desperta a altivez de L.V. Veríssimo.
A distância reflete a "saudade" de Casimiro de Abreu.
O "fim" não foge da melancolia e pessimismo de Augusto dos Anjos.
E assim, se paixões e poemas valem a pena para que abrir mão desse dilema?
Entre deixar de me apaixonar e sofrer, prefiro sofrer e en fim morrer tendo vivido, o que realmente vale a pena e fazem com que minha alma deixe de ser pequena.
Tudo isso pode ser um grande engano, mas quem disse que os grandes poetas não foram enganados.

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