mercoledì, dicembre 14, 2005

Impressões de mais um dia com o pé-quebrado...

Num primeiro momento e em quase todos acreditei que estar com o pé quebrado era a pior coisa do mundo...Mas hoje percebi que não estar com o pé-quebrado é bem pior.
ATO I...ANTES DA QUEDA...
Sempre fui uma pessoa hiperativa, ligada 24 horas por dia. Tanto que nos últimos dias antes da fatídica queda dormia em torno de 2 horas por dia. Insônia?Estresse? Hiperatividade? Diria que um pouco de tudo, mas pouco para quem sempre acreditava que conseguiria abraçar o mundo, com uma só braço. "Santa ignorância".
ATO II...LOGO APÓS A QUEDA...
Tinha quebrado meu pé e isso era fato. Mudei-me para casa do meu irmão, deixei de frequentar aulas, estágio, grupos de pesquisa, ensaios e festas. No começo aceitei a idéia, tudo na mão, uma mordomia, agora teria tempo de ler muitos livros de literatura, assistir muitos filmes, descansar, comer e engordar...Acreditei que isso era o melhor para mim, afinal precisava dar um tempo na correrria de minha vida. Mas não precisava ser tanta.
ATO III...O FIM DA ILUSÃO...
Poucos dias se passaram , e os livros não me interessavam como antes, filmes e Tv não queria mais ver, sentia muita falta de tudo. Falta das pessoas, das filas, do movimento, da correrria, da insônia, até mesmo da ignorância de muitos que me cercavam. A mordomia citada acima passou a ser sinônimo de dependência. E eu nunca fui tão dependente de alguém, a não ser financeiramente, é claro. É quebrar o pé não fora uma grande idéia. E assim três crises PPQ (pós-pé-quebrado) se passaram.
ATO IV...QUEM NÃO TEM OQUE PENSAR, PENSA O QUE NÃO DEVE...
Sei que deve estar parecendo chato essa descrição, praticamente uma autobiografia de ossos quebrados, mas acho válido dividir certas percepções com vocês leitores. E também, por que assim meu dia passa mais rápido. Mas como sugeri no título desse ato, cabeça vazia sempre da espaço para pensamentos duvidosos. Sim, entrei em paranóia, e comecei a divagar sobre coisas que jamais teria parado para pensar até por que não tinha tempo para isso. Divaguei sobre as paixões, sobre os amores, sobre a brevidade de nossa vida, sobre a natureza, sobre o lixo na rua, sobre a internet, sobre eu e sobre todos vocês. Divaguei muito além do que o senso comum pode permitir e assim me irritei, me fastiguei, xinguei, briguei, fiquei de mal-humor. Realmente não nasci para pensar de pé-quebrado. Os resultados foram irreversíveis e sequelas ficam em meu comportamento.
ATO V...UMA NOVA CHANCE...
Mas estava quase acabado, tirado o gesso, agora bastava a fisioterapia. Ja me imaginei, correndo todas as tardes, nadando em rios e buscando várias cascatas, que quero conhecer. Frequentando as festas normalmente (sem salto claro). Me senti independente, mas realmente só pensei, pois afinal minha imaginação nunca fora tão aguçada. Coloquei meu pé no chão, mas ele não respondeu as minhas expectativas, não o sentia, a não ser a dor. Entaõ começa outra maratona, a crise PGT (pós-gesso-tirado). Aos poucos vou largando as muletas e agora sim aonde gostaria de chegar.
ATO VI...A SOCIEDADE NÃO ESTÁ PREPARADA, nem eu...
é isso mesmo, pensei que todas dificuldades se dissipariam, assim como a lembrança do gesso se dissipou. Desculpa a quem assinou, mas a primeira coisa que fiz foi jogá-lo no lixo. Então devagar comecei a dar os primeiros passos em direção a fisioterapia. Mas aos poucos percebi que a sociedade, é estérica, afobada, louca, rápida...Sim, amigos isso são alguns traumas. Lentamente me desloco pelo calcadão e tenho a sensação de que todos aqueles pés frenéticos vão esmagar o que sobrou do meu. E acanhada num canto prossigo, percebo que muitos me olham tentando identificar meu problema, será que ela é manca, ou quebrou o tornozelo? Cansei de responder perguntas como essas. Pois foi hoje que percebi como a sociedade é rápida, como eu era rápida e então também percebi que quebrar o pé seria uma boa solução para que todos parassem um pouco e percebessem, que nem sempre correr freneticamente é tão válido, quanto menos necessário.
ATO VII...TRAUMAS E PERCEPÇÕES...
Dos traumas citaria, a percepção de que não nasci para passar muito tempo parada, a cabeça enlouquece. Que saltos me causam arrepio e por um bom tempo longe deles ficarei. A também, tem o choque no pé durante à noite, esse é o pior trauma. O de ser dependente. Quanto as percepções. Não é preciso um pé quebrar para pararmos um pouco e analisarmos o que estamos fazendo de nossa vida. Por isso nada é por acaso, para o mim o pé teve que ser quebrado. Pois pensar por mais que enlouqueça é necessário e amadurece nossas visões de mundo e de necessidades. E a última percepção é de que nunca devemos manter uma paixão, enquanto estivermos de pé quebrado, pois os pensamentos vão longe demais, as percepções vão além do permitido e os traumas são irreversíveis.
ATO VIII...CONTINUANDO UM DEVANEIO...
Pois é assim, se nada é por acaso...O acaso me levou a ter traumas e a pensar em novas necessidades, PPQ, PGT, TPM, crise PTI (pós-tudo-isso), todas só me ajudaram a incentivar antigos e futuros devaneios, psico-amorosos-sociais-traumatólógicos de uma vida enlouquecida.

3 commenti:

Unknown ha detto...

pois bem eu te entendo perfeitamente, estou na fase PGT (pós-gesso-tirado)

abs
Andre

Bruno ha detto...

Mto bom o texto, to na situação pós pé quebrado ainda hehe, nao vejo a hora de andar por ai...
coincidencia, sou de santa maria tb..
Legal, parabens pelo texto

Bruno ha detto...

Mto bom o blog tb, e suas fotos..!