venerdì, dicembre 16, 2005

A vencedora do Concurso de Crônica...

Diria num primeiro momento que não gostei de relê-la, pois agora precebo que isso não é uma crônica é apenas mais um relato bem escrito de passos da minha história...Mas para todos aqueles que pediram, lá vai a minha crônica vencedora do Concurso de Crônicas da UFSM...bom o fato de não gostar mais muito dela, já me inspirou para o próximo ano, como diz Jair Alan, quem sabe uma breve crônica do pé quebrado, é uma ótima sugestão, mas diria que não tão breve...
DOS SONHOS DESCRITOS, UMA HISTÓRIA INACABADA...
Admiro quem inventou a agenda. Pode parecer estranho, mas sempre fui muito apegada por uma, pois foi nas minhas agendas que descrevi tudo que até hoje vivi. E é numa dessas antigas agendas que hoje volto para recordar quando começou essa história. Eu ainda era menina e flores vestiam minha agenda de alegria, foi naquelas páginas e naqueles dias que descrevi os primeiros passos em busca de um sonho.
Desse sonho de menina, o desejo de ser escritora e depois o sonho de ser jornalista. E lá naquela tão pequena cidade o sonho de estudar na UFSM começou a ser traçado, certamente pela influência do irmão que já estudava nessa instituição. Primeiramente acreditava poder ser uma "Fátima Bernardes", depois indo um pouco mais longe, acreditava também que poderia ser uma "Fernanda Torres". Enfim, aos poucos, essas páginas foram se enchendo de esperança e vontade de buscar esse sonho, que agora já não pareciam mais tão distante.
Nessa minha busca contínua por lembranças do passado, agora vejo páginas das agendas nõa mais tão floridas, até mesmo as considero vazias. Vazias pela falta do abraço da mãe, a falta do "puxão de orelha" do pai, e das brigas com os irmãos. Já estou em Santa Maria e pertinho, ou nem tanto, do sonho de menina. E é nessas páginas de minhas duas agendas que descrevo meus dois anos de cursinho que fizeram parte desse caminho até a UFSM. Durante esses anos entendi aquele ditado: "todo sonho para valer a pena exige um certo grau de dificuldade". Podem não ter sido os melhores anos de minha vida, mas certamente foram nessas linhas de minhas agendas onde mais cresci.
Felizmente páginas podem ser viradas, assim como dificuldades podem e devem ser superadas. Então, novamente, vejo nas páginas de minha agenda flores, adesivos, frases me remetendo aos velhos tempo de menina. O fato é que já era uma mulher. Mas a visão de um sonho realizado faz voltarmos a possuir aquele encanto de criança. É passei no vestibular. Agora sim, a história da UFSM na minha vida!
Da fila da confirmação da vaga no curso de Jornalismo, da sujeira do trote, dos documentos necessários para várias carteirinhas, tudo isso parecia lindo, até diria, num primeiro momento, perfeito. Depois do primeiro encanto, vem à tona a realidade e, com o colchão debaixo do braço, me mudo para a UNÎÃO, tenho necessidade de morar na Casa do Estudante. Naquele quarto passei dois meses, dividindo o mesmo espaço com sessenta e seis meninas, ou melhor mulheres. As camas mal desarrumadas, filas no banheiro, falta de privacidade, todos esses fatores me fizeram aprender a lição mais significativa da minha vida, muitas vezes descritas naquela agenda: conviver é aprender a respeitar o outro. O fim da idealização e o primeiro contato com os colegas, os professores e as aulas, os muitos livros, trabalhos e a vontade de cada vez mais aqui crescer, especialmente como ser humano.
Depois da primeira vez, a segunda. Novamente, vejo em outro dia de mina agenda muitas flores e adesivos. Passei mais uma vez no vestibular e agora sou acadêmica tamboem do curso de Artes Cênicas. Da correrria entre dois cursos, estágio, RU, biblioteca e DCE, ainda encontro tempo para registrar essa história nas páginas de minha agenda que, seja na pasta ou na cabeceira da cama, sempre está comigo.
Agora, depois de dois anos na UFSM, de uma coisa tenho certeza, que alé de ser uma "Fátima Bernardes" ou uma "Fernanda TOrres" posso ser muito mais, pois foi na universidade que descobri que o mundovai muito além do conto de fadas apresentado pela televisão e que enfeitava minhas antigas agendas. Seja pelas angústias de noites maldormidas devido a muitos trabalhos a seram feitos, seja pelo início da greve, na falta do RU, da biblioteca, e da falta de laboratório, da vontade de querer sempre mais, por tudo vou preenchendo os dias de minha agenda, ou melhor, de minha vida, com a UFSM na minha história.
Ao descrever essa breve história da UFSM na minha vida, de uma coisa tenho certeza: essa história está apenas no início, e entre páginas floridas ou dias vazios, muitos dias ainda vividos nessa universidade enfeitarão minhas futuras agendas. Aprendi a admirá-la, muito mais do que a pessoa que inventou a agenda, pois já faço parte dela, assim como, ela já faz parte a muito tempo da minha história.

Nessun commento: