lunedì, marzo 27, 2006

O que eu vi nesses olhos , não posso descrever...

Vejam vocês mesmos...um pouco do que eu vi além das lentes...















Pele morena, sorriso maroto ou apenas um rosto tímido. Era assim que elas se aproximavam: num primeiro momento desconfiadas, sem saber como agir. Mas bastava abrirmos um sorriso para que elas ficassem muito íntimas.

As crianças tiKuna são assim, dóceis, independentes. Meninos e meninas conduzem as canoas no igarapé com tal habilidade, que qualquer um de nós não seria capaz. Elas têm uma sensibilidade impressionante quando fazem sua arte, sem antes ter tido qualquer contato com a matéria-prima.

Seus cabelos são negros, lisos, escorridos diria que perfeitos, seus sorrisos são de um encanto inesquecível. A cada novo dia que lá chegávamos corriam para nos acompanhar, ou apenas para mais uma pose, para tantas fotos. Por falar em fotos, sua fascinação ao se ver nas telas das câmeras era inexplicável, sorriam, emocionadas gritavam e até chamavam outras crianças para que todos a vissem, aí sim nunca mais paravam de fazer pose.

Queriam nos tocar o tempo todo, parecia que éramos feito de açúcar, o que de certa forma é real se nos compararmos a elas. Sua independência é tanta, que meninas cuidavam das crianças recém-nascidas e meninos eram vistos a uma grande distância nas suas canoas, sozinhos. Eles e a natureza.

Se me perguntarem o que mais me marcou nessa viagem toda, não tenho dúvida em responder que com certeza será a lembrança dos sorrisos e da sensibilidade daquelas crianças índigenas, que em algumas fotos vos mostro.


Sensíveis, hábeis, independentes, carinhosas e perpicazes, coisa de gente grande, mas não passavam de crianças...a verdadeira infância...












venerdì, marzo 24, 2006

Um pouco do Peru...


Atravessar o rio bastaria para que estivéssemos em outro país. A idéia de estarmos no Peru nos fascinava, mas algumas pessoas diziam que não valia a pena, pois lá do outro lado só uma simples vila existia: A Vila de Santa Rosa.


Sem dar ouvidos a pré- julgamentos atravessamos o rio, num Domingo de manhã ensolarado (coisa rara nessa época), ao se aproximar do outro lado, aos poucos percebi que aquilo não era uma simples vila, mas tinha escondido em sua pequinês a grandeza de seres humanos, de construções, de natureza pura e pobre.



Numa pequena rua asfaltada andamos sem pressa a pé, o tempo suficiente para para registrar rostos cansados, brincadeiras de crianças. Construções velhas, outras recém-construídas e roupas no varal.

Nos mercados esteticamente coloridos, encontramos velhos dicionários de língua espanhola por 2000 pesos, certamente levamos. Uma banca de revistas enfeitava a varanda de uma casa, penduradas com grampo de roupas, relíquias vimos e certamente levamos.

Sorrisos nas caras morenas, moças e rapazes no caminho. Muitas árvores e muitas goiabas saboreamos naquele estreito caminho. Tudo ao som de várias músicas que ecoavam dos tantos bares cobertos de palha. Música colombiana, peruana ou até mesmo Banda Calipso.

Mas foi naquela simples Vila do Peru que meu coração bateu mais forte. Impressionados com os pequenos mercados esteticamente coloridos adentramos sempre a procura de algo interessante. Pois pendurada entre diferentes roupas, lá estava ela, linda, azul, encantadora. Sim, amigos uma simples camisa do Grêmio tão azul, quanto o céu e quanto nossa emoção.


Foram muitas as razões que fizeram de uma manhã de Domingo ficar mais bonita e colorida e foram dessas impressões que fizeram com que percebêssemos(alguns é claro) que a Vila ST. Rosa não era apenas uma simples vila, mas que nela encontramos motivos para torná-la tão imensa, quanto a vontade de estarmos em outro país.



Por vezes deixamos de conhecer ou fazer coisas por dar atenção a pré-julgamentos e privamos nossos olhos de captar verdades e percepções que mudam aquela forma de pensar e fazem as coisas valerem a pena e se tornarem bem maiores.

giovedì, marzo 23, 2006

Só palavras...afinal nada mais concretas do que elas...

Parece apenas mais um fim de dia
Cansada, esgotada, acabada...
nesse momento só queria palavras
Absurdas, soltas, enfim tua voz...
De concreto quem sabe tua breve presença
sempre muito breve, mas de certa forma real
Queria, ouvia, imaginava
Porém é mais um dia
Que penso em você, que pensas em mim
Mas de que vale tudo isso??
Isso às vezes é só o que me resta
E a resposta sei muito bem
apesar de cansada, esgotada, acabada...
Isso é muito pouco, mas de concreto nada posso querer...

Vãs palavras, depois de dias exaustivos, de coisas sem sentido e de uma saudade absurda. Se um dia fui, já não sou, se um dia soube, agora me diz o que fez comigo????

martedì, marzo 21, 2006

O que falar de uma noite de outono...


Estava friozinho ontem à noite, era perceptível a entrada do outono no RS. Mas o casal estava ali sentado a beira da calçada escura, sob uma lua crescente que dividia a imensidão do céu com poucas estrelas. As nuvens faziam do céu um tapete com vários tons de cinzas. E o vento insistia em bater. E eles permaneciam sentados conversando e suas reações apontavam algo desagradável entre os dois.

Ele colocara os braços para traz na calçada e com as pernas esticadas balançava sua cabeça constantemente enquanto despejava palavras, que eu ignorava. Ela permanecia por um bom tempo com o corpo para a frente e as mãos escondiam as expressões de seu rosto. Em certos momentos olhava para traz a fim de encontrar o rosto dele, bradava algumas palavras e ligeiramente cobria seu rosto com as mãos novamente.

Em alguns momentos suas atenções eram desviadas pela passagem de estranhos que assim como eu ignoravam o que acontecia. De repente ele muda de posição dobra suas pernas e com as mãos faz movimentos frenéticos de explicação, nesse momento ela apenas olha para o nada e seu movimento mais brusco é jogar seu rosto entre as mãos. O fato é que eu estava muito longe e não podia ver ao certo se lágrimas chegaram a cair de seus olhos.

A noite continuava. O vento levantava os cabelos morenos e longos dela, mas dele nada seria capaz de mover. A lua permanecia crescendo lentamente e agora já afastara de si as nuvens que a cercavam e as estrelas ainda dividiam o brilho do céu com a misteriosa lua, como aquela relação que poderia estar se desfazendo.

Percebo, agora que suas posições mudam, continuamente, apesar de lentas, as mãos explicam e indagam, roçam o rosto, mexem no cabelo. Porém falam muito e se olham pouco, quase nunca. Agora nem mesmo os carros, nem mesmo as pessoas lhe tiravam a atenção, ou seria a tensão. Nem mesmo eu ali na janela observando e escrevendo já lhes incomodo.

Creio que nesse momento nem mesmo a lua era percebida, nem mesmo o piscar das estrelas, quanto menos o vento e seu friozinho eram capaz de desviar o clima de fim que despontava daquela conversa tão demorada e diria delicada. Mas tenho que deixá-los em paz, fechar a janela e deixar que a imensidão do céu seja capaz de apaziguar aqueles movimentos frenéticos e inconstantes, assim como o vento deixarei levar aquelas palavras que bem ou mal ditas ecoam na primeira noite de outono de 2006.

Termino de ler esse texto e as nuvens escuras encobrem a lua, a música para de tocar e eles se levantam cada qual para seu destino de uma triste noite de outono. E é apenas a primeira.

mercoledì, marzo 15, 2006

Os loucos também amam e por isso choram...

o choro mais copioso
das minhas entranhas brotou
no meu rosto senti arder as lágrimas
no meu corpo senti uma desesperada fraqueza
no meu rosto vermelho a agonia
mas ouvia uma música leve
olhava a lua poderosa de mais uma noite
e aos poucos senti a dor que me atormenta
as lágrimas prescrevem sua falta
a fraqueza é de não te senti
a música leve apenas tenta me acalentar
mas nem mesmo a lua consegue detê-las
Afinal fiéis companheiras...
são vocês minhas lágrimas.

Francieli Rebelatto

Nascendo outra vez...mas de uma outra forma...

Hoje enquanto caminhava na rua, ouvia uma amiga a despejar palavras sobre sua nova teoria, falávamos da formatura de comunicação que acontece nesse final de semana, e falávamos o quão pouco tempo falta para nossa acontecer. Então essa minha colega fala que queria se amarrar numa árvore na universidade e não sair mais daqui, por que de certa forma a universidade representa um alicerce seguro, que nos protege do mercado de trabalho.

Dessas palavras inventamos a mais nova teoria de que a universidade é um segundo nascimento, na verdade ela pode ser uma incubadora, só que a grande diferença entre o nascimento da universidade, quando nos formamos, e o nascimento comum de uma criança é que na universidade passamos por um processo de autogestação. Isso quer dizer que somos responsáveis por essa gestão, somos nós que vamos nos alimentar e nos nutrir de forma adequada ou não, o que dará a garantia de que tipo de "crianças", na verdade profissionais seremos depois ali fora, no mercado de trabalho.

Sim! Por que ser um feto na placenta da mãe é muito fácil, apenas recebemos o alimento através do cordão umbilical e apenas temos que usufruir dessa mordomia e nossa formação vai depender de que tipo de vida e principalmente genética a nossa mãe tem. Enquanto universitários e auto-gestantes estamos de certa forma protegidos por tudo que a universidade nos oferece, mas isso não é suficiente, por que o que realmente vai nos nutrir adequadamente vão ser nossas escolhas a partir de tudo que é oferecido e principalmente a forma como aplicamos essas ofertas.

Na verdade exercemos o papel de mãe, só que os filhos somos nós mesmos. Assim como há as mães mais atenciosas e cuidadosas, temos nós a chance de escolher na universidade meios mais adequados para nossa formação e principalmente de sermos universitários atuantes e conscientes. Assim como na vida encontramos as mães que apenas acompanham a gravidez sem dar muita importância ou até mesmo tendo descaso a ela, na universidade temos estudantes que apenas passam e dela nada levam a não ser o descaso que tiveram durante os anos que aqui estiveram.

Mas voltando a formatura, que era do que falávamos, é nela que parimos ou damos à luz ao profissional que seremos amanhã depois que as cortinas da universidade se fechem. E a carreira que vamos construir depende muito da forma como conduzimos nossa vida dentro dessa incubadora, ou melhor, universidade.

Bom, aqueles que estão nascendo nesse final de semana, espero que tenham eles usufruído da melhor forma de tudo que a universidade os ofereceu, se não o fizeram certamente vão encontrar ainda novas formas de nascer e ainda vão passar por novas autogestações, mas o importante é estarem conscientes de que as mães agora somos nós mesmos, e por isso tem que se preocuparem em buscarem seus próprios alimentos e se vão se alimentar pelo cordão umbilical ou não, não importa, o importante é estarem bem nutridos. E para aqueles que ainda aqui na universidade permanecem, meu caso, é importante estarem conscientes de tudo que nos é oferecido e qual a melhor forma de aproveitarmos dessa proteção que é estar aqui.

Sou mãe e sou filha...Serei daqui a pouco uma nova criança largada nesse mundo que nem sempre vai ter árvores para nos agarrarmos e nem sempre vai nos oferecer uma proteção qualquer.

Parabéns!!! Formandos 2006, sejam grandes comunicadores e honrem o que de melhor essa profissão tem a oferecer e mantenham sempre a humildade e a dignidade que qualquer mãe quer ver em seus filhos...

martedì, marzo 14, 2006

Ela voltou, sem relutar...


O movimento das mãos prescreve desenhos no teto sobre a penumbra da noite quieta. Já passam das 2 da manhã e a insônia persiste, por certo, tem precedentes.

Agito meu corpo, me viro incansavelmente pela cama, meus pés incrivelmente alcançam o teto(só me visitando para entender). Sinto apenas o vento que bate do ventilador, e ouço apenas seu barulho na noite que não se finda.

Insisto em ficar deitada no escuro, desenhando possibilidades e planejando atitudes, evito descer as escadas da cama, gostaria de continuar ali e tentar buscar o sono que não vem. Mas não tem jeito, o esforço é em vão.

Apressadamente levanto da cama, prendo meus cabelos, ligo a luz, sento na cadeira em frente a escrivaninha e aí sim o sonho se completa. Rompo a barreira entre a caneta e o papel que a muito não se encontravam e permito que devagar a inspiração se aposse de meus pensamentos e de minha vida. O ator tinha razão, ela sabe quando voltar(ver texto Sem relutar).

Escrevo freneticamente, nesse momento já estou na segunda folha, mas minhas idéias se multiplicam a cada segundo e minha mão desacostumada não consegue, acompanhar esse turbilhão de idéias que perpassam em minha mente.

nada percebo ao meu redor, nem mesmo a luz fraca, de que sempre reclamei , me incomoda. Quero apenas escrever e buscar através dessas palavras um sono tranqüilo.

Vejo que minhas letras não passam de rabiscos, mas não há como descrever tantas vontades, poesias e rimas que se acumulam na mente, já enlouquecida.

Paro um pouco e agora percebo a sombra da minha mão no papel andando compulsivamente do começo de uma linha até o seu final. A caneta é conduzida vorazmente e dela brota a tinta azul que registra materialmente a alegria de me sentir novamente inspirada.

E querem saber, por que? Pois nem mesmo eu, minha cama, minha caneta, o papel são capazes de dizer. O que sei é que profissionalmente falando isso é um grande sentimento de felicidade.
02: 12 Horário de Brasília, mais um grande horário da minha vida. Escrevendo e vivendo novamente sobre a inspiração que retorna aos meus dias e minha noite...

lunedì, marzo 13, 2006

Divagando ao som abafado que gostas...

delírios constantes
passos em direção ao nada
luz que ofusca meus olhos
pior senão existisse
o som abafado do líquido dos teus pés procuro
por isso deliro, caminho sem sentido e não vejo nada
Além do vôo das borboletas
e do ritmo que me enlouquece
pois, nada mais passa de delírios pscicóticos...
ego x Id,
eu x tua falta...
me deteriorando aos poucos e consumindo meus dias
sem luz, sem som, sem você...

venerdì, marzo 10, 2006

Nada mais é como antigamente...Apelação até na educação...

Nesses tempos de recomeço de aulas, muitas são as expectativas que cercam crianças e jovens. Encontraremos com novos e velhos colegas, com novos e velhos professores, de repente até mudaremos de colégio ou de curso na universidade. Materiais novos são comprados, cadernos, caneta, mochila, livros e assim todo um ar de perspectivas se constróe. Confesso que sinto saudade das antigas escolas e das poucas responsabilidades.

E é nesse contexto que o comércio idealiza suas propagandas e formas de atrair esses estudantes que de uma forma ou de outra tendem ao mercado para começar esse novo ano. Mas entre tantas propagandas me deparei com uma que me chamou a atenção e indignou não só a mim, mas a todas as pessoas que consultei. Não consegui suportar tal afrontamento ao bom senso e sai espalhando e mostrando a propaganda para professores no intuito de que fosse trabalhado esse absurdo nas salas de aulas de jovens que são o público alvo da loja.

Falo da Campanha Gang de "volta à realidade", não de volta as aulas. Segue abaixo algumas das frases que compõe o adesivo: MENOS MATEMÁTICA E MAIS EDUCAÇÃO FÍSICA. MENOS BOA PROFESSORA E MAIS PROFESSORA BOA. MENOS ESTUDO PRA PROVA E MAIS CONCENTRAÇÃO PRA FESTA. MENOS BOLA FORA E MAIS PEITO DE FORA. MENOS CARA SARADO E MAIS GOSTOSA SENTADA AO LADO, essa é a versão masculina, agora segue abaixo a versão feminina da "digna" campanha: MENOS QUÍMICA NA AULA E MAIS QUÍMICA ENTRE A GALERA. MENOS MERENDA E MAIS CHOCOLATE PRA LARICA.MENOS PLAYBOY E MAIS COLEGA SARADO. MENOS COLEGA MALA E MAIS COLEGA FAZENDO A MÃO. MENOS AULA DEMORADA E MAIS RAPIDINHA NO BANHEIRO. Essa é uma parte do que podemos ver nos adesivos da Campanha e segundo algumas pessoas são as frases mais amenas. Bom que eu não tenha contato com as outras.

Sempre acreditei que é na escola nosso segundo porto seguro, em que podemos completar a educação que começamos em casa. Para isso sempre acreditei em valores que a escola deve repassar aos seus alunos, como bom senso, dignidade, humildade e vontade de encontrar no estudo o caminho para buscar seu futuro, construir sua personalidade e definir muita coisa para o resto de sua vida. Mas, porém vejo através dessa campanha que essa não é mais a idéia da maioria das pessoas, ou ao menos não é o que quer empresários sem nenhuma dignidade para aceitarem que uma campanha como essas seja lançada com o nome de sua empresa.

Sei que os jovens, seu público alvo, gostam de chocolate, de sexo, de professoras boas, de sacanagem e de estudar pouco, porém creio que não é esse o papel da educação nas vida desses adolescentes, que cada vez mais se entregam a lógica do mercado. Me pergunto se os filhos do dono da Gang acatam a essas idéias e como é sua reação ao ver que seus próprios filhos seguem a essa lógica, absurda e longe da moralidade. Depois nos perguntamos por que cada vez mais cedo vemos a antecipação, não da vida adulta, mas de coisas que cabem a vida adulta, como o sexo com responsabilidade e até mesmo a noção de sensualidade. Percebo que aos poucos o mercado vai imbuindo na cabeça desses jovens sensações e idéias que não lhe cabem aprender na escola, mas com sua própria vida e com o tempo real de amadurecimento. Antecipam condutas que não condizem com o que esperamos para nossos filhos e que não acreditamos como melhores para nós, ou ao menos eu acredito.

Minha indignação é tanta, que não entendo onde estão, nesse momento as entidades que sempre prezaram pelos "verdadeiros valores", que na verdade já não sei quais são. Me indgno, por que ninguém se atreve a combater esse tipo de campanha, ou ao menos criticar essa blasfêmia. Pode parecer, que sou uma puritana, mas isso não é verdade, pois também, adoro chocolate e adorava mais química entre colegas do que em aula, mas acredito que tudo tenha um limite, por que isso são percepções naturais de qualquer ser humano e não é cabível a uma campanha trazer em praça pública esse tipo de apelo ilimitado.

Em outra crônica falei que já não se fazem mais crianças como antigamente, pois também agora não se fazem mais alunos como antigamente, assim como nem as campanhas são mais como antigamente. Seria capaz de lembrar cada campanha ou propaganda que usam apenas da criatividade, sem Ter que usar da apelação para darem certo e seria capaz de descrever a atitude indignada de cada um que pegou esse adesivo da Gang em mão e simplesmente achou ridículo e baixo-nível tal campanha.

Nada mais é como antigamente. Nem mesmo eu...nem mesmo a volta as aulas, pois agora é de "volta a realidade". Se é que a realidade existe, às vezes creio que tudo é uma mera ilusão.

giovedì, marzo 09, 2006

Sem relutar...


Estava decidida: iria forçar ela a aparecer na minha vida de qualquer forma. Meus dias sem ela não tem sentido e me causam uma forte agonia, parece que não consigo cumprir meu papel e todos ao meu redor me cobram pela sua falta.

Não saberia explicar ao certo por que ela se afastou. De repente fui rebelde e não quis atendê-la, de repente não produzi a altura do que ela esperava, ou então não a amei como devia. Por isso me encontro assim, perambulando pelas ruas, pelos pensamentos afim de encontrar o melhor meio de trazê-la de volta a minha vida.

Não sei se deveria gritar, pular, chorar, enfim não sei que sentimento deveria expressar para que ela sensibilizada com meu martírio voltasse aos poucos e invadisse mais uma vez meu mundo de alegria, de perspectivas, de sonhos.

Mas acredito que nada é por acaso, pois, ontem à noite fui assitir a mais um espetáculo de Cênicas e depois de duas horas apreciando um teatro muito subjetivo encontrei respostas para minhas dúvidas em relação a falta que ela faz no meu mundo. Sim, o ator repetiu várias vezes que não podemos forçá-la a voltar e nem buscá-la compulsivamente, pois aos poucos e no seu devido tempo ela naturalmente fará parte mais uma vez da nossa vida.

Mais uma vez estava fazendo tudo errado, de nada adiantaria querer atropelar o curso natural das coisas para tê-la de volta, se ela sabe muito bem o tempo certo de voltar para meus pensamentos, minhas ações e minha razão pela qual conduzo muita coisa.

Acredito que ela esteja muito arredia a meu mundo de perversidade e a falta daquele que representa sua razão de existir. Pois é, temos que aprender a sobreviver sem a inspiração, mas acima de tudo temos que aprender a esperá-la decidir qual o melhor momento de mais uma vez retornar a vida de humildes poetas, que sem ela não são nada, e aos apaixonados que sem ela não se amam...

martedì, marzo 07, 2006

Rabiscando lamentações de uma paixão absurda.

Lágrimas e pensamentos em ti e por ti

Ousaste invadir minha vida outrora perdida
Ousaste invadir meu mundo com teu sorriso
E com tua personalidade
Permitiu que eu acreditasse nas tuas palavras,
Em tudo que vinha de ti e para mim era perfeito.


Permiti me envolver sem sentido nessa história
Permiti encontrar em ti verdades absurdas
Acreditei em fatos e olhares
Acreditei no que não passava de inverdades


Choro por Ter atendido meus desejos
Choro por fingir que me desconhece
Choro por pensar que tudo não passou de um engano
Lamento por deixar correr esse desejo insano
Lamento por você Ter entrado na minha vida


Mas de ti guardo o sorriso mais bonito
A competência mais admirável
Guardo as poesias e inspirações que me trouxeste
Guardo teu cheiro, teu gosto, teu jeito de fazer amor.
Guardo a lembrança do que foi e perspectivas de ainda te ter


Sinto a falta absurda de tua presença
Sinto a vontade louca de teu corpo e teus pensamentos
Vejo em tudo um pouco de ti
E vejo em mim a tenra loucura de uma paixão absurda


Desejaria te Ter todos os dias, todas as noites
Desejaria tua voz, as palavras bonitas ou sem graça
Mas possuo saudade e poucos momentos
Possuo o gosta da aventura que um dia perderei ao vento
Possuo o nada, o absurdo, e somente a mim mesmo
E ainda as lágrimas que por vezes viu cair de meus olhos...

"A idéia do lugar é boa, pena que as cabeças que o preenchem são vazias".

Numa segunda-feira à noite quando não se tem nada para fazer, aparentemente, ou então se quer esquecer muitas coisas ,oportunidades nos aparecem para vivermos mais uma segunda maluca. E como diz uma sábia amiga não podemos fugir do destino.

A muito tempo não ia no Absinto Hall, por vários motivos. Primeiro por que meus estilos de festa mudaram muito e lá não é um lugar que mais curto, segundo por falta de grana mesmo e terceiro por que nunca curti o público daquele local.

Mas levando em consideração o convite de um velho amigo, responsável pelas mudanças no ambiente do local, fui até lá apreciar seu trabalho. Como sempre um trabalho perfeito, realmente o ambiente estava muito adequado para uma grande noite. Mas bastou por os pés no Absinto para sentir que aquela seria mais uma noite de filosofias e análises: de personagens, de ritmos , de comportamentos e principalmente de como poderia ficar uma noite toda ali sem me sentir "um peixe fora da água".

Elas dançavam em roda, com expressões sérias não se olhavam, apenas passavam de mão em mão a cerveja que bebiam, mas de seus rostos nenhum sorriso aparecia e de suas bocas nenhuma palavra se ouvia. Quando caminhavam sempre estavam de mãos dadas, não sei se era para não se perder ou se a prova da grande amizade, até que um moço as abordasse. Vestiam minissaias, mas quando falo em mini, realmente estava certa minha avó, para baixo do umbigo e acima da virilha, umas mais ousadas usavam shorts minúsculos e sem falar nos decotes. Seus rostos possuíam uma maquiagem um tanto artificial, aliás, de natural muito pouco se via, com certeza um frasco de leite de colônia seria insuficiente. Os cabelos escorridos, não disfarçavam a chapinha muito quente que os deixara daquele jeito e seu loiros resplandeciam a tinta que um dia acobertou os castanhos, acizentados, ou até mesmo preto.

Enquanto isso, no meio da pista ele dançava sozinho, enlouquecidamente, como em tantas outras festas. Parecia ser a pessoa mais feliz e autêntica do lugar, pois não escondia nenhum pouco sua loucura e nem mesmo sua vontade de ser feliz. Enquanto a maioria de longe ria de sua audácia, eu e a Michele analisávamos tudo aquilo que nos rodeava. E aos poucos nos convencíamos de que aquela não foi a melhor escolha para uma segunda à noite. Realmente maluca.

Para amenizar essa situação marcávamos em nossa comanda todos os tipos de bebida, uma cerveja, duas, um wisky, dois, caipirinha (aliás muito doce, enchem de açúcar e o que menos colocam é vodka, porém reivindicamos nosso direito e calibramos a Segunda dose com muito mais vodka). E assim a noite foi passando a banda sobe ao palco e mais absurdos me inspiram para escrever esse texto, já que a muito não tenho escrito nada. Uma fase realmente sem inspiração. Mas a banda sobe ao palco e com ela as mão sobem, os peitos sobem, as saias sobem e elas que antes dançavam em roda agora, também sobem ao palco para demonstrar seus "dotes artísticos". Coxas grossas, expressões de "vem que te quero", peitos a mostra e muito rebolado. Esfrega de cá, esfrega de lá e as coisas começam a esquentar.

Antes disso, esqueci de falar sobre eles. Cabelo alinhado e com muito gel, rostos bem lisinhos, barba bem feita, roupa impecavelmente arrumada, parecem uns bonecos arrumados pelas mães. E de suas bocas saem sorrisos maliciosos, que olham para as coxas, para o rebolado, para os peitos, porém quem poderá apreciar um bonito olhar naquele escuro, naquele jogo enlouquecido de luzes.

Dessa noite muitas coisas boas e ruins carrego comigo. De boas o encontro com amigos especiais, com máquinas fotográficas, com um ritmo de música que a muito tempo curti. De ruim percebo a superficialidade das pessoas, de como em outros tempos pude me fascinar com coisas que hoje me deixam perplexas. Mas o que mais me lembro dessa noite são as cantadas totalmente sem sentido de alguns moços engomados que não se dão conta de nossa "passada inocência". Um deles se aproximou e pediu desculpa se estava incomodando (menos 2 pontos), depois me disse ao pé do ouvido (menos 2 pontos, odeio muita intimidade) que eu era tão bonita quando meu olhar. Não duvido da minha beleza, ao contrário me acho sim tão bonita quanto meu olhar, aliás acredito muito no poder do meu olhar, senão não seria bruxa, mas o que me deixou indignada é que minutos depois de ouvir toda a descrição da vida dele (aquele velho papo, o que tu faz, de onde és??) o moço se atreve a perguntar qual a cor dos meus olhos. Pois é, e ele me achou tão bonita quanto os olhos que nem tinha identificado a cor. Descartado imediatamente. Essa é uma das formas muito criativas que os moços engomados nos abordaram, alguns puxavam pelo cabelo e resmungavam palavras insólitas, outros chegavam delicadamente, mas com uma palavra proclamada bastava para ser descartado.

Depois de muitos dias sem escrever nada por aqui, pois tem muito material sendo preparado, volto a brincar com as palavras e com situações que norteiam meus dias, ou no caso minha noite. Por vezes penso que estou velha, mas depois percebo que na verdade nada passa de um reconhecimento do que para mim é bom e ruim.

Como diria a co-autora desse texto, que dividiu comigo muitas teorias no Absinto, "A idéia do lugar é boa, pena que as cabeças que o preenchem são vazias".. Afinal não é o lugar, nem a decoração, nem mesmo a caipinha doce que me inspiram palavras, mas sim é os personagens desse espetáculos, são as barbáries e superficialidade humana que me apavora e faz perceber o quanto banalizamos nossa vida.

OBS: Também uso minissaia, decotes, um pouco de maquiagem, ando de mão dada, e rio de coisas que possam parecer ridículas. Até mesmo em palcos já subi, só não pintei meu cabelo e minhas cantadas são mais originais, creio. Porém percebo e analiso. Bom ou ruim, vejo que não preciso mais fazer certas coisas.