lunedì, agosto 18, 2008

Saltaria a janela. Mas o piano toca


As notas são dedilhadas na minha espinha gélida. Caem vozes dos precipícios cerúleos da face quase desnuda. Gargalham os fantasmas atrás da porta. Sobem devagar teus passos pela velha calçada. E as notas frias, violentas se jogam no cobertor quente dos outros olhos.

Um piano. A canção. A sala de jantar. E os pares pelos lados. As janelas são grandes. Me tiraste para dançar. Um passo. Dois passos. Teus olhos. Meus olhos. E tudo é leve. As notas, porém pesam. É a brisa lá de fora. O filme mal traçado. O cavalo levemente amarrado. Uma estrada estreita. A mata ainda molhada. O vestido apertado. Tuas mãos calejadas.

O piano. As mãos soam as badaladas. Me tiras mais uma vez para dançar. Cúmplices. Românticos devaneios. O filme. Os olhos. Estás a ver as escadas. E o vento nas grandes janelas. Lá fora. Tudo repousa infinitamente calmo.

Tudo devora minha alma. Corro mais uma vez. Os passos apressados. A mata é densa. A chuva é forte. E as janelas, tão belas. E teus cabelos longos. Os seios. Os mais doces e quietos seios. É ela na madrugada. E o cavalo também já partiu.

O piano na sala. A grade sala toca, toca. Os passos cessam. As escadas emudecem. Você não volta. Eu não olho. A janela se fecha. A mata seca. As folhas repousam. E tudo é inverno mais uma vez. Mas, o piano ainda toca. O filme devagar roda. Danço suavemente com a minha solidão...

Emudecem-se. Todos caem. Nada sã. Tudo vão. O piano toca. Espinha retorce-se. O piano e a espinha cúmplices natos, agora que a janela permanece fechada.

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