lunedì, aprile 17, 2006

De uma folha seca, os motivos de muita inspiração...

As coisas passam tão rápido que não nos damos conta da simplicidade de certas ações e nem de certas idéias. Ontem me perguntaram de onde eu tirava tanta inspiração, e a pessoa que me perguntou isso, disse que ele pensa em coisa tão vãs, que parecem não ter importância. E aí eu disse que é nessas coisas, que aparentemente nos parecem simples que encontro a total diferença na hora da criação.

E hoje aconteceu uma situação muito curiosa, que de certa forma explicou o fato das coisas simples serem motivos de inspiração, até mesmo sendo algo extremamente trivial. Mas aí fui até o dicionário para saber qual o significado agregado a trivial. Entre várias explicações, uma dizia que trivial era aquilo que todos sabiam. Então percebi que esse é o segredo pela qual as coisas simples são motivo de poesia, de criação. Pois, quando são conhecidas por todos, elas já não tem o valor que merecem, por serem totalmente conhecidas. Daí, cabe a nós arrancarmos dessa trivialidade o que ali está escondido, desconhecido por todos. Nesse momento chegamos a criação, a poesia, e a sensibilidade.

Mas como disse anteriormente, hoje, uma coisa que a princípio parecia trivial me despertou um mundo de criatividade, um momento feliz de encontro comigo, com minha paz interior e com meu momento de reflexão. Estávamos gravando perto do bosque da universidade e um amigo brincando, de repente, até mesmo inconsciente juntou uma folha seca de plátano e me deu de presente. No mesmo instante fizemos uma brincadeira, ele me disse para guardar na agenda, e eu ainda acrescentei que não só guardaria, como também colocaria uma referência a ele. E de fato carreguei comigo a folha! Num lapso, me veio a mente dúvidas a cerca do significado daquela folha.

Como uma boa virginiana, nada passa por mim sem ser analisado, sem ser julgado e sem ter uma serventia. Então inquieta fui para casa, insatisfeita com a falta de resposta, pois percebia que aquela folha tinha um motivo para estar ali naquele momento. Troquei de roupa, e fui até o bosque caminhar, coisa que a muito tempo não fazia, desde os tempos que quebrei meu pé. Caminhei, caminhei e pensei! Almejava entender como poderia usar aquela ou aquelas folhas na minha vida. E de repente de novo como num lapso criativo, vou para debaixo daquelas árvores e começo a juntar muitas daquelas folhas, grandes, pequenas, tortas, e aquela atitude além de despertar a atenção de quem passava, me trouxe um prazer e uma paz tão grande, que a muito tempo não sentirá. Passei, então, a entender o por que dela estar ali. Primeiro por que parei para dar valor a uma coisa tão prazerosa, quanto tirar um tempo para a gente mesmo e depois por que tinha encontrado a explicação para a pergunta do dia anterior, de como eu conseguia me inspirar.

Depois da coleta das folhas, aliás muitas, comecei a juntar as pinhas pequeninas, dos pinheiros e cheia de pedaços da natureza que caracterizavam o outono e o inverno fui para casa, realizada, feliz, calma. Ao entrar no meu quarto, usei aquelas folhas para coisas bem interessantes. Arrumei meu mural, fiz um arranjo e meus milhares de bibêlos dividiram espaços com coisas da natureza, que combinavam com esse clima de friozinho que desponta aqui no sul.

É isso, as coisas pequenas e triviais, por mais que sejam conhecidas por todos escondem minúcias, que temos que ter a sensibilidade de perceber. Pois veja Rafael! De uma folha simples que ganhei do Betinho, fiz esse texto, que pode não ser o melhor do meu blog, mas com certeza da chance para muita reflexão. Isso é inspiração, isso é não deixar de ver nas coisas banais uma beleza inexplicável.

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