martedì, settembre 19, 2006

Um post sobre as impressões do interior do Rio Grande Do Sul...


Acordar de manhã bem cedinho no inverno e correr para cozinha onde o fogão velho já esta aceso e a lenha queima vorazmente para aquecer mais uma manhã de campos brancos lá fora. O café é preparado no bule velho, enquanto o mate é servido na cuia larga, depois da água borbulhar numa chaleira de ferro.


Os galos, não fazem muito tempo, cantavam lá fora, como que num ensaio de coral, se ouve barítonos, sopranos, os do quintal, os do vizinho, os do outro lado do morro. Cada qual com seu canto, cada um com seu tom despertam os colonos que ligeiramente se desvencilham das cobertas pesadas de lã de ovelha. Tiram com muito pesar a cabeça do travesseiro alto de penas de galinha ou de pato e se preparam para mais um dia de inverno.



O café é posto a mesa: queijo, marmelada, pão de forno, mel puro, bolachas de maisena, salame de porco, leite e o café do bule então se derrama na xícara de porcelana. No ambiente o som da Rádio local, dos velhos apresentadores com o mesmo cumprimento de todas as manhãs, da música sertaneja que acompanha o ritmo lento do sol ao nascer por detrás dos montes.

É hora de ordenhar as vacas, tratar os porcos, chamar as galinhas e se preparar para mais um dia de labuta na roça. Às vezes se vai de trator, outras vezes de carroça puxada a boi, em outras apenas eles e sua enxada. Mas enfim um dia de trabalho no campo lhe espera. Capinar, colher milho, apanhar frutas, limpar a horta, colher verduras, alimentar os animais. Plantar, cuidar, colher.



Parece simples, quando acordamos de manhã e avistamos um bloco de construção do lado da nossa janela. Que pena que nem todos puderam um dia acordar numa manhã fria, abrir a janela do quarto e ver o sol que cobre a geada que já se desmancha. Que pode ver o gato sapeca, o cachorro esperto, as galinhas descendo das árvores e não ouviram os galos numa disputa de sinfonia. Que pena que nem todos tiveram a infância que eu tive no interior.



Que não viram a expressão de traços cansados e gastados pelas agruras do sol, que não viram cada estação do ano despontado ao seu ritmo natural. Que não viram as flores desabrochando, que não sentiram o perfume das flores do pessegueiro. Que não se lavaram da água que jorra da torneira faceira no tanque velho da minha avó. Que não tomaram um café doce de bule. Que não colheram a mandioca e depois a comeram com o prazer de ter a certeza de sua qualidade. Que não passaram um dia inteiro de chuva ao redor do fogão à lenha comendo pipoca, pinhão e um mate.



Enfim que pena, sinto de quem não conhece o interior, de quem não conhece o ritmo natural da vida, o sabor natural das frutas, o cheiro natural do ar, o brilho natural do sol sobre a geada. Mas sempre há tempo, por isso não deixem de conhecer um pouco do interior desse mundo e sentir o gosto verdadeiro da terra.

Uma postagem pela qual trago um pouco do interior de Charrua, No Rio Grande do Sul (Brasil, para situar os amigos blogueiros de outros países) descrito nas imagens e também nas palavras, minha avó ia chorar.


8 commenti:

Anonimo ha detto...

Oi. Retratando a terrinha então? Acabei matando a saudade junto. Bela descrição, e belas imagens.

Bj menina.

Anonimo ha detto...

Infelizmente não tive essa mesma oportunidade de conhecer o interior dessa forma, mas esse ambiente me fascina, pela sua beleza, pela sua nostalgia. Beijo FRan e me liga.

Unknown ha detto...

Acho que todos deviamos ter essas raizes.
Eu tive essa sorte.
Embora de-lhe mais valor agora do que há uns anos atras quando ainda podia usufruir da companhia dos meus avós.
Hoje resta a casa e o que do seu trabalho nasceu!
É bom ter um refugio, um cantinho onde podemos sempre regressar e rever todas as historias do passado!
beijos

kikas ha detto...

Tomara eu ter assim raizes para te mostrar, por isso obrigado pelas tuas

Aestranha ha detto...

Parecia que estavas a falar da minha infância mas sem a mandioca e outros pormenores que têm outros equivalentes aqui em Portugal.

Adorei,levaste-me a reviver o passado,

Beijos

Clarissa Deggeroni. ha detto...

Legal! Estavas inspirada e inspiraste...Lembrei das minhas ferias da infancia, lembrei do meu vovozinho contando historias, da polenta assada e muitas outras coisas. Nao sao tantas as reminiscencias bucolicas da minha origem urbana, mas sao volorosas. Acho que esses tipos de lembrancas nao sao exatamente raizes, sao um ninho confortavel, onde quem sonha alto pode pousar quando necessario. E, vamos combinar, o 'ninho' rural eh o melhor, neh?

E, obrigada pelos comentarios no meu blog.

ricardo ha detto...

:)
gostei deste retrato, das fotos do gato e do chimarrão!
beijocas

SAM ha detto...

Belíssimo retrato: tanto de sons como de imagens. A leitura quase que me levou lá.

Fez-me pensar na minha infância no RS e como era agradável, calma, aconhegante. De ver os gaúchos falando. De beber o chimarrão (ainda que só me tenha chegado o uruguaio). De ser um blogueiro residente numa ponta do mundo, mas que com as tuas palavras se reinventou no teu mundo, nesse mundo quase paradisíaco.

Obrigado por ter feito renascer criança, nem que fosse por algumas linhas. Muito obrigado