Visto os acontecimentos que marcaram as ruas de Santa Maria na tarde de ontem, trago até vocês um daqueles textos escritos à mão há muito tempo atrás. Acredito que este seja o momento de trazê-lo á tona, já que não quero esbravejar palavras para falar mal dos políticos, nem do PT, eles não merecem se quer tais palavras (no fim já deixei minha opinião). Mas o que se passa em Santa Maria? Camelôs (trabalhadores informais) expulsos pelo poder público de sua função fazem passeata pela cidade reivindicando o direito de trabalhar. Baseados em tal grito de protesto: “Nós queremos trabalhar, e políticos só querem roubar”. Enquanto isso, lojistas fecham e abrem suas portas com medo dos Camelôs (trabalhadores informais) de saque em massa? Ou seria de vergonha na cara por estarem por traz de tudo isso? Isento-me da resposta, se que isso é possível e lá vai uma pequena mensagem:
Na busca constante pela perfeição, o ser humano aí está, cada vez mais tentando adequar o mundo conforme suas necessidades. Seja no erguer daquele prédio, ou então, no derrubar daquela árvore. O movimento perpetua a existência do homem, como alicerce na conquista de novos espaços inexplorados.
Nesse inconstante caminho do inatingível surgem as ideologias opostas que se lançam no seio abstrato das diferentes formas de pensamento. O homem ser racional, que dotado da capacidade de ser subjetivo, vê nessas ideologias o preenchimento de uma brecha deixada pela inutilidade da existência. E essa nova perspectiva de olhar o mundo, gera estas ideologias utópicas, transformando os grupos humanos em seres imutáveis em relação aquilo que acreditam.
Dessas incondicionais formas de pensar nasce a necessidade de expansão desses ideais, para que o restante da humanidade compartilhe da mesma essência. Mas, visto que este círculo de seres aparentemente "iguais" se difere nas atitudes em questão a sua comunidade, então é dado o impasse infinito pelas diferenças comportamentais de cada grupo. Como é de caráter humano querer dominar algo, ou até mesmo a si, cria-se enfim, as intermináveis disputas, não agora tão somente pelo território, mas, especialmente pela forma de julgar e até mesmo viver.
E é justamente essa incompreensão entre esses ditos "animais" que floresce a cada dia mais o ódio e a vontade de mostrar quem é o mais forte. Como se não bastasse à seletividade natural, o homem tem a magnífica capacidade de impor aos limites sua própria "seleção artificial”: Sejam bombas, gases, balas ou a "simples" representação dos diferentes tipos de pensamentos para acabar com algo que poderia ser perfeito: a união entre os povos. Não que isso exija a igualdade de estilos e condutas, ao contrário apenas que as inacabáveis diferenças sejam aceitas e que o respeito mútuo perpetue entre as nações nos seus mais diversos "mundos ideológicos".
Com isso me retiro devagar da praça, de onde observava o movimento ao longe, polícia esfrega nas mãos a raiva incontida, trabalhadores informais gritam pelos seus direitos, lojistas riem da desgraça alheia e de suas maiores vendas no natal, e a imprensa como abutres esperam a carnificina. Eu? Sento no banco do ônibus e entre filosofias e divagações tento encontrar respostas para tanta hipocrisia. E como que ninguém enxerga as entrelinhas?
6 commenti:
Concordo plenamente com suas idéias expressas com tanta beleza. Como se não bastasse destruirmos uns aos outros estamos destruindo também a nossa própria casa e logo não teremos mais onde ficar... Para onde vamos então? Bem que merceríamos o Inferno, se existisse e se fosse grande o suficente... Perdão pelo desabafo... Belíssimo texto. Os anteriores também. Beijos.
Faço das suas, as minhas palavras!
bjus
Olá Francieli
Eu hoje não falo de coisas sérias,
Hoje o meu tema preferido são as mundanas banalidades.
Boa noite
Beijinhos
Digamos que é suposto a democarcia resolver essas diferenças de forma civilizada. Mas será que o faz? Só deixo a pergunta. **
O ser humano tem-se revelado e seu pior inimigo... é com os nossos semelhantes que temos que nos preocupar e estar atentos.
Resumindo e concluindo é uma tristeza.
Um beijo
Ideologias separam mesmo... Mataram muita gente...
Eta palavrinha complexa! Tantos ismos...
Ideologia tinha que ser o que esta escrito nas entrelinhas do teu texto e nas entrelinhas das boas atitudes de caras como Cristo, Gandhi,...
E olha que nem todos iam aderir... Acho que o problema eh o amor pelo poder que toma conta de alguns...
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