
Observar borboletas é como observar a própria vida. Conclusão que cheguei numa tarde de natal em que repousava sobre saudades da minha família longe e de desejos que papai noel não me atendeu, mas quem sabe ainda me atenderá.



Dizem os poetas que tudo na vida vale a pena se for motivo de poema. Quem sou eu para contradizer poetas, já que de poesias podemos alimentar nossa objetiva vida, com ao menos breves emoções.
E depois de tudo, você diz que eu dificulto as coisas. Porém, amigo não sou eu, mas sim, minha alma que se dá conta que nada mudou: minhas mãos suam, minhas pernas se desnorteiam, meu olho brilha, minha garganta seca. Beijo-te, então, com saudade e vontade de tudo mais. Fecho a porta do seu carro e você me leva contigo. Simplesmente.
E de poderem alcançar todos os vôos, de poderem vibrar com todas as notas, de poderem cumprir, afinal, todo sentido que a elas foi dado, pelo compositor.
Pessoas são músicas como você! Está ouvindo? Como você!
Pessoas têm que fazer sucesso. Mesmo que não estejam nas paradas. Mesmo que não toquem no rádio.
Rostos, rugas e risos Dilatados nas pálpebras semi-cerradas Visíveis na pele morena Escondidos na pele rosada Rostos que correm as lágrimas sofridas Rugas que carregam vestígios dos dias Risos bonitos, escondidos, guardados Nas marcas escuras que escondem teus olhos. Rostos, rugas e risos Perdidos, achados, banidos. Iguais perante o dia Distante à luz da lua Rostos, rugas e risos Espalhados nas pupilas de tantas Marias... |
Foto: Francieli Rebelatto
Éramos passantes das ruas escuras, vibrantes de dizeres concisos, falantes de poesias bonitas, porém, somos agora vítimas do vazio da existência, da frieza com que nos ignoram. Somos aprisionadas ao ritmo frenético do movimento brusco dos pés humanos sobre nossa essência.
Mais do que tudo somos vítimas, ou responsáveis pela banalidade daquele chão que nos abrigou, pelo desprezo daquele que escarra ao passar e da indiferença daquele que simplesmente finge que nada somos em mais uma manhã de sol na rua larga da Zona Norte de Santa Maria.
Eu, porém, a vi, será por que com ela me identifiquei? Sei que olhei, me olhaste, parei, voltei, fotografei. Eras tu, era eu, éramos nós, em tão pouco, porém ai
Choro na última canção
Por que não pensar que é por ela se tratar de uma despedida
Por que ouço teus passos indo
E eu permaneço imóvel
No ritmo da ultima canção
Pois sentia que teus eram verdes...
Meu coração porém grita, pulsa
Vibra, dilata, canta, chora, dança, toca
Depois que tua música tocou
Me esvai nas lágrimas frenéticas
Que tentam te buscar,
Mas será que devem ir, te seguir?
Incógnitas, somente o que me resta em mais está noite quente...
Acordei feliz hoje? Não, sei, sei que acordei com vontade de voltar a viver intensamente, pois essa sou eu de fato, não só nas fotos, como também com brilho no olhar.
Teu sorriso...
Cálido, quente, poético.
Sopra vagarosamente rápido.
Sobre o monte devaneia:
A sua forma, a sua cor.
Rasga minha face enrugada.
Desregra o cabelo desregrado.
Carrega minha nostalgia padecente.
E me entrega nos braços,
A liberdade de soltar pandorgas.
Pedalada no meio da estrada comprida.
Elasticidade na minha cara.
Seria o vento norte?
Sim, se antes não soubesse que existe teu sorriso.
Se antes não soubesse que retornas aos meus dias.
Com isso me retiro devagar da praça, de onde observava o movimento ao longe, polícia esfrega nas mãos a raiva incontida, trabalhadores informais gritam pelos seus direitos, lojistas riem da desgraça alheia e de suas maiores vendas no natal, e a imprensa como abutres esperam a carnificina. Eu? Sento no banco do ônibus e entre filosofias e divagações tento encontrar respostas para tanta hipocrisia. E como que ninguém enxerga as entrelinhas?
Perfeita descrição de sua alma traduzido nas paredes manchadas do cômodo incomodo. Enfim, Satania adormece mais uma vez inconformada com o que se tornara, inconformada com a saudade do banho da tarde, das páginas da vida que deixará em Santa Maria.
Redação do Correio do povo: Paixão e ética.
Mas o fato que estava ali não para julgar o jornal, mas sim para participar de uma oficina, dividir momentos com futuros colegas de profissão. Num primeiro momento, tudo me pareceu confuso, diria que meio sem graça, mas bastou os primeiros instantes para perceber que seria uma grande experiências com pessoas bem diferentes, mas que carregavam nos olhos os mesmos sonhos.
Meus queridos repórteres numa discussão difícil sobre uma pauta.
Antes mesmo da viagem confesso que fui ao orkut e dei aquela avaliada em cada um dos colegas da oficina. TrÊs deles onhecidos de longa data, velhos companheiros de tragos e de trapos. Os outros incógnitas. Incógnitas bonitas, incógnitas confusas, incógnitas surpreendentes, incógnitas falantes, outras mais calmas, porém apenas incógnitas. Uns com feeling irremediável, Giuliana, nossa menina, outros mais calmos, Raíza, Rafael. Uns mais descolados: Camila, Natália. Uns muito qualificados para a oficina: Thaís, Thais, Augusto, Leonardo. Uns quietos, porém explosivos: Belisa. Outros, apenas uma mistério: Carlos. E o que falar de Liana Pithan? Especial, apenas editora chefe, sem palavras. Eu? Tomei café com os repórtesres fotográficos.
Observando atentamente o trabalho depois de feito
Além de conhecermos pessoas diferentes, incógnitas com diversas personalidades, conhecemos uma nova realidade, ou algo próximo da verdadeira realidade da nossa profissão. Tudo isso através de pessoas super profissionais e apaixonadas pelo que fazem. Acho que foi mais ou menos isso: da idéia da pauta, até ver letra por letra transcorrendo no papel. Incrivelmente inesquecível.
Quase lá e a briga pelo fotolito.
Idéias, divagações, dúvidas
Menores, pequenas, enormes
Palavras, letras transcorrendo
No papel, na mente no coração
Olhares perpicazes, mansos
Dizeres baixos, explosivos
Nós, cada um de nós...
Você? Quem sabe eu?
Então deslizo pela máquina e clic
Toda essa história está aí...
Pra vocês, para nós.
No correio é assim: até os tios que distribuem o jornal tem um sorriso no rosto
Uma breve homenagem ao correio do povo e a todos os colegas da Oficina de Jornalismo do Correio 2006. Adorei estar com vocês...
Poderiam me perguntar caros leitores o que tem a ver um relógio com ervilhas verdes? Hummm..muito mais do que possa imaginar nossa vã filosofia, uns diriam em uma palavra: NADA, outros escreveriam um livro sobre isso. Mas, já notaram que a parede é verde, os números são verdes, os ponteros são verdes, mas se os ponteiros marcam o tempo e eles são verdes, quer dizer que o tempo é verde, mas se o tempo é verde e nós somos subjugados a ele, quer dizer que nós somos verdes?...Ai meu Deus, livre-me deste verde...
Subir no palco e mostrar tua cara para um público à espera de um grande espetáculo. Simples? Parece ser. Na real muito difícil expor nossas fraquezas, nossas limitações, apreensões, no fundo temos medo de decepcionar, de ser ridicularizado e principalmente de não ser aceito.
Nesse sentido subimos no palco vestidos de diversos personagens, com um nariz vermelho disfarçamos nossa própria imagem e nos permitimos viver e sentir um outro, que na verdade não deixa de ser nossa própria essência.
Só que passar a vida inteira com um nariz vermelho é difícil, diria que impossível. Difícil respirar naturalmente, falar naturalmente, por isso, precisamos lentamente nos desfazer de tais personagens e buscar representar o que de fato somos. E então descemos do palco, pois mais uma vez sentimos o medo de sermos encarados nos olhos agora desprotegidos da maquiagem, do nosso nariz descoberto do palhaço, das nossas roupas diferentes das de nossos personagens.
Descemos do palco e por vezes somos aplaudidos, em outros momentos vaiados. Mas viver é um risco, e subir no palco é assumir quem realmente somos e o que sentimos. Sejamos autênticos, mesmo que artistas.
Uma breve homenagem a meus colegas do Curso de Artes cênicas, e seus clowns louros. Me sinto feliz pelo sucesso do trabalho de vocês e por terem se descoberto, eu que deveria estar aí, me refugio por detrás desta câmera com muita satisfação de acompanhar e registrar esse trabalho, mas com muito pesar de não fazer parte desse show, ainda. Amo vocês.
Foto: Francieli Rebelatto
Sentimentos: Francieli Rebelatto
Palavras: Francieli Rebelatto
Ato II. O doce soar de teus passos. Um dia teus passos trouxeram até mim uma rosa (capaz foi chocolate, mesmo), e eu com meus passos apressados e audaciosos acreditei que poderia já encostar com meu sapatos pequenos, nos teus que agora polidos já brilhavam. Mas nem mesmo a rosa me fez ter passos firmes, pois os teus ainda eram temerosos, medrosos,mesmo sendo doces, quentes.
Ato III. Nossos passos no céu. Porém foi no teu ombro me aconcheguei naqueles dias longos e nossos pés confusos voavam (literalmente). Mas, depois do ombro, os passos foram alinhados, mesmo que num caminho conturbado (aliás muito), com dezenas de intempéries. Nem por isso deixamos de caminhar no mesmo ritmo. Estavas certo quando me disse que nos encontraríamos ainda muito nessa vida. Sim nossos passos muitas vezes se encontraram. Confesso tive medo.
Ato IV. Que passos! Senti, então os teus pés roçando nos meus, em momentos inenterruptos de lascívia, no vinho, na rosa, nos olhos verdes, na pele rosada, no sorriso, no elogio, no beijo na testa. Nossos passos guiados em direção ao outro, em direção aos mesmos ideais, mas porém, difícil, dúvidas, incertezas e nossos sapatos ficaram molhados de lágrimas...
Ato V. Que seriam passos? Então vi o chão debaixo de teus pés, vi o céu nos teus olhos verdes, vi a alegria do roçar de nossos dedos, vi a tristeza de nossos passos afastados. Vi e me senti com passos lentos de saudade, saltitantes com tua presença. Mas, te digo mais do que tudo: vi e senti meus pés decididos a lutar pelo encontro com os teus, pelo roçar com os teus, pelo mesmo caminho.
Ato VI. Caminhando sempre. Meus pés são assim, mesmo no chão insistem em te querer, pois depois de um ano de caminhada, seriam poucas as falhas desse caminho que me fariam desistir, a não ser que teus pés se recusem, por motivos convincentes a deisistir da caminhada.
Ato VII. Teus passos marcaram. Fomos esbofeteados pela vida, e o tapa foi tão intenso que seria difícil esquecer, permaneço no chão, pois dali consigo acompanhar melhor o movimento e o ritmo dos teus passos.
Senti que escorria suor por debaixo do vestido, de repente, um calafrio tomou posse do meu corpo, e minha pressão despencou, segurei mais forte na mão dele e então depois de secar o suor do meu rosto e respirar fundo, consegui retomar a pose. Mas, confesso que as pernas continuaram a tremer em cima do salto um tanto desconfortável, mas oportuno para a ocasião. ![]()
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