martedì, dicembre 26, 2006

As borboletas estão voando, a dança louca das borboletas...


Observar borboletas é como observar a própria vida. Conclusão que cheguei numa tarde de natal em que repousava sobre saudades da minha família longe e de desejos que papai noel não me atendeu, mas quem sabe ainda me atenderá.


Divagava sozinha naquela tarde confusa, apagada, nublada muito diferente do que esperaria para o natal e entre as flores do então canteiro reparei sua beleza, sua vivacidade, porém confusa.


Alçava seu vôo sobre muitas flores, muitos caminhos, aos poucos possuía um pouco de seu cheiro, mas o vôo frenético de suas asas me desconsolavam, queria ter ela ali, paradinha na minha lente, na minha alma...


Mas, observar borboletas é como observar a nós mesmos, é como esperar a nós mesmos,a indecisão de tantas flores e de tantas cores, a indecisão de tantos vôos, de tantos amores. Por isso nossos vôos são efêmeros, pequenos e os delas? Também foram efêmeros, pequenos, mas estão aí registrados no tempo, e nós? Perdidos no tempo.

venerdì, dicembre 22, 2006

Nas entrelinhas da poesia, o recomeço!!!




Dizem os poetas que tudo na vida vale a pena se for motivo de poema. Quem sou eu para contradizer poetas, já que de poesias podemos alimentar nossa objetiva vida, com ao menos breves emoções.


Mas me pergunto como ver rimas poéticas no ano de 2006? Quando na política a corrupção toma conta de nossas telinhas, os corruptos retornam as urnas e delas saem eleitos, comprovando que a memória do povo brasileiro tem se esvaído. Como pensar em poesia, quando o Brasil perde a Copa do Mundo e tanta gente perde a vida pelo mundo. Enfim, posso estar sendo drástica demais, quem sabe já esteja fazendo poesia, levando em conta o pessimismo em que estavam inseridos vários poetas.

2006 porém aos poucos se despede junto ao pôr-do-sol de mais um ano e independente da situação política do nosso país, cada um de nós deixa muito mais do que o descrédito no poder público, deixa dramas pessoais, problemas familiares resolvidos, ou quem sabe muito mais problemas. Isso, também parece final de novela das oito, mas o que quero dizer com tudo isso?

Falava de poesia, depois da retrospectiva dramática, ou para muitos, apenas uma retrospectiva feliz de mais um ano, tudo isso para lembrar das palavras do poeta Mário Quintana, que em versos foi capaz de sintetizar a magia de qual dependemos para continuar a acreditar no tempo, e por que não 2007? Vamos ao verso, então: “Bendito quem inventou o belo truque do calendário, pois o bom da segunda-feira, do dia primeiro do mês e de cada ano novo, é que nos dão à impressão de que a vida não continua, mas apenas recomeça”.
Assim, eu, que também me considero poeta, acabo essas linhas, desejando à todos um ótimo recomeço em 2007, um ótimo recomeço a cada manhã, quando abrimos a janela de casa e nos permitimos um pouco mais de poesia em nossas vidas, um pouco mais de vida no que na verdade pode ser uma imensa poesia.

E quanto ao Natal, bom esse estou sentindo aos poucos, ainda não entrei no clima, sei que acredito também em Papai Noel e por isso espero ouvir seus passos soar na noite escura na sala lá em casa. Presentes? Paciência, sabedoria e seus olhos...Qual é o mais inatingível? Seus olhos, certamente, de repente seja por isso que ainda não percebi que natal está aí...O que diria então a todos vocês? Sim, digo que papai noel existe e sempre existirá enquanto tivermos magia no olhar, vontade de nos apaixonarmos pela vida e humildade suficiente de perdirmos ao bom velhinho o que de fato queremos.


O que eu quero? Além dos olhos verdes? Felicidade...
E quanto ao relógio aí de cima?
O tempo não pará, não...



lunedì, dicembre 18, 2006

Difuso meu viver...

E nesse desespero que me encontro
Muitas vezes já me troquei por ti
Sinto tua falta absurda
A vontade de teus abraços
De teus olhos verdes e confusos

Sem você sou possuída pela outra face do espelho
Me troco por mim mesmo
Numa busca infindável
De outros tantos braços e olhos

Agora que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer
Reflito o que tento
O desepero que se apossa da minha alma
Antes bonita no reflexo
Agora difusa em mim mesmo...

mercoledì, dicembre 13, 2006

Me levaste contigo, ou será que um dia cheguei a voltar?

Conduzia meus passos, minha mente apenas divagava na tua presença. Senti que perdia o sentido do meu caminho e permaneci apenas nos traços que me propunha. Esqueci das facetas da minha vida e me entreguei ao brilho confuso de teus olhos verdes, que dispersos pouco olharam nos meus.

Prendeste-me dentre as horas, os minutos, os segundos daquela tarde vazia em Santa Maria. Deveria ter ido por tais ruas, mas prefiri acompanhar teus passos. Não conseguia me desvencilhar da tua presença e virar as costas para ti era como te perder aos poucos.

Por isso me desfiz de tudo e permaneci, contigo, com teus conflitos, com teus caminhos, com teus sonhos, com tuas palavras. Ambições, complementos de mim, distantes de tudo. Viajei entre teus passos, entre teu sorriso, entre tuas piadas infames, entre as cores do teu trabalho, entre meus sentimentos.



E depois de tudo, você diz que eu dificulto as coisas. Porém, amigo não sou eu, mas sim, minha alma que se dá conta que nada mudou: minhas mãos suam, minhas pernas se desnorteiam, meu olho brilha, minha garganta seca. Beijo-te, então, com saudade e vontade de tudo mais. Fecho a porta do seu carro e você me leva contigo. Simplesmente.

lunedì, dicembre 11, 2006

Meus passos trôpegos, procuram caminhos...

Caminhos incertos, imprevistos
Duvidosos, bonitos...
Apenas caminhos...


Por vezes largos, compridos,
mas ditos, por vezes sem sentido
Improváveis, perpicazes...


Impecilhos, obscuro
Claro, miúdo, discreto
Diferente. Tênue.


Meus passos, são firmes, precisos
Porém, caminho...
Me segues????


Fotos: Francieli Rebelatto
Modelo: Anaqueli Rubin...lindona...

giovedì, dicembre 07, 2006

95/ 9+5/15-1. Números o que eles falam, dizem sobre você?


9+5 é 15 – 1
15 desmembrando é 1+5
1+5 dá 6
6/2 igual à 3
3 é meu número da sorte
Sorte, me lembra azar
Azar remete a gato preto
Mas na falta de um preto serve um cinza?
Cinzento estava o dia
E o gato traiçoeiro me apreciava
Apreciava minha máquina também
Dois garotos da ponte
A ponte era alta
Altura me dá medo
Medo se esconde por traz do olhar do gato
Mas no olhar do gato me vejo refletida
O reflexo seria meu medo?
Ponto te interrogação remete a uma pergunta
Pergunta são coisas difíceis
Difícil acreditar em numerologia
Números? 95.
E agora como continuar essa história?

mercoledì, dicembre 06, 2006

Pessoas são como música...

Adoro antigas agendas, delas sempre resgato textos, idéias, e poemas que sempre servem para esta nova agenda. Ontem estava a procura de uma frase de Mário Quintana, não tinha certeza se a frase era dele, nem tinha certeza de que frase falava, mas não adianta quando se gosta de poesias, sempre temos uma noção de quem são as palavras, do cheiro que elas têm, e aquelas que procurava tinha cheiro de Quintana. Mas, depois de muito procurar achei tais palavras e mais do que isso achei as palavras que lhes trago abaixo, que junto com as imagens da Orquestra Sinfônica fazem um conjunto ideal para o dia de hoje.

Pessoas são como música elas entram na vida de gente e deixam mais. Como a sonoridade do evento ao final da tarde. Como os ataques de cigarras ao final da tarde. Como os ataques de guitarras e metais em cada clarão de manhã.


Olhe a pessoa que está ao seu lado e você vai descobrir, olhando no fundo, quer há uma melodia brilhando no disco do olhar. Procure escutar.
Pessoas foram compostas para serem ouvidas, sentidas, compreendidas, interpretadas, para tocarem nossas vidas com a mesma força do instante em que foram criadas, para tocarem suas próprias vidas com toda a magia de serem músicas.


E de poderem alcançar todos os vôos, de poderem vibrar com todas as notas, de poderem cumprir, afinal, todo sentido que a elas foi dado, pelo compositor.

Pessoas são músicas como você! Está ouvindo? Como você!

Pessoas têm que fazer sucesso. Mesmo que não estejam nas paradas. Mesmo que não toquem no rádio.

lunedì, dicembre 04, 2006

Vieste! Breve,intenso! Partiu!

Estava certa de que ele viria naquele noite quente. Chegara com passos mansos que deslizavam sobre o telhado delicadamente. Fez-me uma surpresa, era tão discreto que jamais o ouviria entre meu sono profundo.

Chegaste devagar e com a grandeza de seus passos, dedicou minutos de sua vida a minha causa, as minhas necessidades. Ele era assim, um ser inesplicável que vagava constantemente nos meus sonhos, até o dia que materializado em passos firmes chegaste sobre meu modesto cantinho de lamúrias. Trouxe o que jamais havia esperado receber de tais pés miúdos. Calçava bonito.

Encheste com tal delicadeza meus dias de magia, que acreditei tudo não fazer parte deste mundo real. De fato só mais tarde entendi que não fazia. Seu olhar era mais sensível do que todos que me possuíram, suas poesias eram mais fecundas do outro dia. Eras tenro, poético e misterioso. Mas, também era breve.


Retornas-te mansamente sobre o manto de luz que o guiava, se escondeu na retina do meu olhar agora úmidos. E eu permaneci imóvel, a contemplar seus últimos passos. Agora éramos nós, eu, e a magia que trouxeste para minhas poesias. Adormeci mais uma vez, e de manhã tentei acreditar que tudo não passava de um sonho. Mas, infelizmente, enganei-me: a taça estava ali, e o cheiro de seus passos mansos pelo ar tocavam meu corpo novamente.


Será que há de voltar nesta noite, também?


OBS: Fotos do Espetáculo Dom Quixote, que fotografei na semana passada em Santa Cruz do Sul, no Projeto Diálogos Ambientais, promovido pela Empresa Souza CRuz.

sabato, dicembre 02, 2006

Rostos, rugas e risos de tantas Marias...

A tempos queria mostrar este pequeno ensaio que nada mais é do que traços, do que retratos da realidade. Aproveitando que está semana estive bastante inspirada com minha máquina na mão e feliz pelo retorno do meu trabalho, aí vai uma palhinha, do que tenho visto através da lente, claro sempre com um toque de poesia, mesmo que às vezes desnecessária perante tais rostos.


Rostos, rugas e risos

Dilatados nas pálpebras semi-cerradas

Visíveis na pele morena

Escondidos na pele rosada

Rostos que correm as lágrimas sofridas

Rugas que carregam vestígios dos dias

Risos bonitos, escondidos, guardados

Nas marcas escuras que escondem teus olhos.

Rostos, rugas e risos

Perdidos, achados, banidos.

Iguais perante o dia

Distante à luz da lua

Rostos, rugas e risos

Espalhados nas pupilas de tantas Marias...

giovedì, novembre 30, 2006

Estavas ali...

Estavas ali, caída, no chão, desamparada pela beleza de que um dia foi tua. Permanecia quente, de uma vivacidade imprescindível que conduzia meus passos até tua essência mais profunda. Da qual também já não lhe pertencia e da qual pouco tiraria.

Passei ligeiramente sobre a calçada, mas ao avistar-te, me avistei perdida no chão macio daquela rua indigna. O que fizeram de nós? Pergunto-me. O que fizemos de nós? Lamento já me dando conta de que nos jogamos gradativamente aquela alcova.

Foto: Francieli Rebelatto

Éramos passantes das ruas escuras, vibrantes de dizeres concisos, falantes de poesias bonitas, porém, somos agora vítimas do vazio da existência, da frieza com que nos ignoram. Somos aprisionadas ao ritmo frenético do movimento brusco dos pés humanos sobre nossa essência.

Mais do que tudo somos vítimas, ou responsáveis pela banalidade daquele chão que nos abrigou, pelo desprezo daquele que escarra ao passar e da indiferença daquele que simplesmente finge que nada somos em mais uma manhã de sol na rua larga da Zona Norte de Santa Maria.


Eu, porém, a vi, será por que com ela me identifiquei? Sei que olhei, me olhaste, parei, voltei, fotografei. Eras tu, era eu, éramos nós, em tão pouco, porém ai

martedì, novembre 28, 2006

Falei com teus passos, enquanto se distanciavam...

Ouvia o som leve que tocava minha pele fraca
Sentia muito mais teus passos que tocavam minha alma
Sentia o cheiro do teu olhar
E divagava sobre minha ilusão tenra

Sonhava com teus olhos brilhantes
Enquanto divagava sobre mim mesmo
O que fui antes da badalada verde dos teus olhos
E o que sou agora com tal badalada distante


Choro na última canção
Por que não pensar que é por ela se tratar de uma despedida
Por que ouço teus passos indo
E eu permaneço imóvel
No ritmo da ultima canção
Pois sentia que teus eram verdes...


Meu coração porém grita, pulsa
Vibra, dilata, canta, chora, dança, toca
Depois que tua música tocou
Me esvai nas lágrimas frenéticas
Que tentam te buscar,
Mas será que devem ir, te seguir?
Incógnitas, somente o que me resta em mais está noite quente...

sabato, novembre 25, 2006

Para refletirmos sobre nossa própria existência...

Visto a correria do dia-a-dia e também a fuga das idéias desses dias em que apenas fazemos as coisas automaticamente. Passam horas, manhãs de sol, tardes de sol e noites de calor e apenas fazemos as coisas muitas vezes sem se dar conta se de fato elas nos fazem feliz, por tudo isso trago à vocês um pequeno trecho do conto O Horla e carta de um louco de Guy de Maupassant.

Também, aproveito a oportunidade para convidar a todos de Santa Maria e os que aqui passarão para assistirem nos dias 09 e 10 de dezembro, às 20 horas, este texto que estará sendo apresentado no teatro Caixa Preta por Leonel Henckes, meu irmãozinho.

Mas, por que deste texto? Primeiro leiam, depois refletimos.

Eu vivia como todo mundo, contemplando a vida com os olhos abertos e cegos do homem, sem me espantar e sem compreender. Vivia como vivem os animais, como vivemos todos, executando todas as funções da existência e examinando e acreditando ver, acreditando saber, acreditando conhecer o que me cercava, quando, um dia, percebi que tudo é falso”


Será que preciso escrever algo mais? Creio que não já que tudo é falso e apenas contemplamos a vida, ou será que quando vemos que tudo é falso transcendemos nossa própria ignorância? Conto com reflexões de todos, ajudem-me a responder, apesar de que não vejo muitas respostas ao nosso olhar limitado a acreditar que vemos.

martedì, novembre 21, 2006

Ai o verão. O que vai contar para seus netos...


Pode ser uma mera coincidência entre o fato de que faço comunicação e ao mesmo tempo admiro uma boa propaganda. Mas o que seria uma boa propaganda? Desprezando totalmente comunicação persuasiva, já que faço jornalismo, me firmo na idéia de uma boa propaganda é aquela que atende aos nossos anseios, que supre nossas necessidades: afetivas, econômicas, sociais, enfim.

Como diz nosso querido mestre da semiótica Professor Adair Caetano Peruzollo, comunicar-se é uma busca constante do outro, para suprir suas necessidades em prol das nossas necessidades também. Então, as propagandas suprem nossas necessidades e nós as consumimos, indiscriminadamente, e com muita satisfação quando se trata de uma propaganda eficiente.

Mas do que me proponho a falar. Para variar aquele “nariz de cera” (nariz de palhaço para alguns jornalistas) básico. Venho, porém até aqui para parabenizar a propaganda que tem me arrancado risos, me tem feito refletir a própria vida e o que tenho feito deste verão. E aí, já sacou qual é? Seja otimista meu amigo. Vai contar o que para seus netos, que ficou jogando aquele dominó? Humm, bom, eu depois de assistir a propaganda da Skol, decidi que vou aproveitar o verão com uma sirigaita, ou mais sirigaitas, afinal sou otimista, vou pular cachoeiras, tomar banho de sol, jogar aquela conversa fora no fim da tarde, andar de carrinho de lomba.

Vai dizer isso tudo remete a infância, meche com nossas necessidades entravadas pelo ritmo frenético de nossas vidas condicionadas a aula, a trabalho, a computador, a instrumentos portáteis, a responsabilidades sociais sem maiores prazeres, enquanto o verão ta aí meu amigo. E o que vamos contar para nossos netos? Que ficamos jogando o dominó.

De fato ela me conquistou. Ela? A propaganda? A skol? Não, apenas a narrativa escolhida, a mensagem persuasiva que faz minha garganta pedir mais uma. Malditos publicitários, vão entender das “minhas” (e de todos nós) necessidades desse jeito lá na p.....praia, afinal seja otimista meu amigo. E muitas sirigaitas, nos tragam.

Acordei feliz hoje? Não, sei, sei que acordei com vontade de voltar a viver intensamente, pois essa sou eu de fato, não só nas fotos, como também com brilho no olhar.

sabato, novembre 18, 2006

Voltaste Satania?

-Voltaste então Satania a esbanjar sorrisos nas manhãs compridas deste verão? Mas por que voltaste, depois de tanto me fazer penar?

- Cara, poeta, cá retorno para trazer luz aos teus poemas. Sei que tenho me ausentando profundamente, mas fiz de minha vida um manto negro de lamúrias e de descrenças. Momentos difíceis, quem sabe incompreensíveis, por isso, não os trago nas linhas de tuas sublimes poesias, só nas entrelinhas dessa amargura. Mas, cá estou: decidida a dar uma nova chance às poesias, na verdade a minha própria vida. Espero, cara poeta, que desfrute prazerosamente desta luz que emana mais uma vez dos meus dias, já que percebi que se apagasse os faria sofrer mais e eu também estremeceria de dor, de angústia. Por isso subi ao mais alto do monte, onde sempre encontro nossa sábia fênix e ela mansamente, sem julgamentos apenas me oferece a transpiração de suas cinzas cálidas, frescas, puras. Então, volto.

- Agradeço-lhe Satania a volta sincera aos meus versos. Padeço, também com teu sofrimento, como se fosse minha própria alma que sofre. Mas volto, então a escrever palavras bonitas, livres e poéticas com intuito de acalentar tua dor que adormece no teu peito e para enfeitar teus novos dias que despontam no alvorecer deste verão. Para ti, minha nova Satania, um pouco de poesia:


Teu sorriso...
Cálido, quente, poético.
Sopra vagarosamente rápido.
Sobre o monte devaneia:
A sua forma, a sua cor.
Rasga minha face enrugada.
Desregra o cabelo desregrado.
Carrega minha nostalgia padecente.
E me entrega nos braços,
A liberdade de soltar pandorgas.
Pedalada no meio da estrada comprida.
Elasticidade na minha cara.
Seria o vento norte?
Sim, se antes não soubesse que existe teu sorriso.
Se antes não soubesse que retornas aos meus dias.

mercoledì, novembre 15, 2006

Passam corriqueiramente sobre o papel...


Nas entrelinhas da minha alma
Veria tudo apagado
nas entrelinhas das minhas palavras
estaria tudo revelado...

Correriam entre a penunbra
os dizeres de palavras soltas
mas diria mesmo temendo
e se não dissesse haveria de não ser minhas


Esbravejo, escrevo, deleito-me
sobre as entrelinhas, as linhas mesquinhas
do sentimento, de um tormento
de teus olhos que não vejo passar
mas me detenho em esperar...

martedì, novembre 14, 2006

Diferenças ideológicas

Visto os acontecimentos que marcaram as ruas de Santa Maria na tarde de ontem, trago até vocês um daqueles textos escritos à mão há muito tempo atrás. Acredito que este seja o momento de trazê-lo á tona, já que não quero esbravejar palavras para falar mal dos políticos, nem do PT, eles não merecem se quer tais palavras (no fim já deixei minha opinião). Mas o que se passa em Santa Maria? Camelôs (trabalhadores informais) expulsos pelo poder público de sua função fazem passeata pela cidade reivindicando o direito de trabalhar. Baseados em tal grito de protesto: “Nós queremos trabalhar, e políticos só querem roubar”. Enquanto isso, lojistas fecham e abrem suas portas com medo dos Camelôs (trabalhadores informais) de saque em massa? Ou seria de vergonha na cara por estarem por traz de tudo isso? Isento-me da resposta, se que isso é possível e lá vai uma pequena mensagem:

Na busca constante pela perfeição, o ser humano aí está, cada vez mais tentando adequar o mundo conforme suas necessidades. Seja no erguer daquele prédio, ou então, no derrubar daquela árvore. O movimento perpetua a existência do homem, como alicerce na conquista de novos espaços inexplorados.

Nesse inconstante caminho do inatingível surgem as ideologias opostas que se lançam no seio abstrato das diferentes formas de pensamento. O homem ser racional, que dotado da capacidade de ser subjetivo, vê nessas ideologias o preenchimento de uma brecha deixada pela inutilidade da existência. E essa nova perspectiva de olhar o mundo, gera estas ideologias utópicas, transformando os grupos humanos em seres imutáveis em relação aquilo que acreditam.

Dessas incondicionais formas de pensar nasce a necessidade de expansão desses ideais, para que o restante da humanidade compartilhe da mesma essência. Mas, visto que este círculo de seres aparentemente "iguais" se difere nas atitudes em questão a sua comunidade, então é dado o impasse infinito pelas diferenças comportamentais de cada grupo. Como é de caráter humano querer dominar algo, ou até mesmo a si, cria-se enfim, as intermináveis disputas, não agora tão somente pelo território, mas, especialmente pela forma de julgar e até mesmo viver.

E é justamente essa incompreensão entre esses ditos "animais" que floresce a cada dia mais o ódio e a vontade de mostrar quem é o mais forte. Como se não bastasse à seletividade natural, o homem tem a magnífica capacidade de impor aos limites sua própria "seleção artificial”: Sejam bombas, gases, balas ou a "simples" representação dos diferentes tipos de pensamentos para acabar com algo que poderia ser perfeito: a união entre os povos. Não que isso exija a igualdade de estilos e condutas, ao contrário apenas que as inacabáveis diferenças sejam aceitas e que o respeito mútuo perpetue entre as nações nos seus mais diversos "mundos ideológicos".


Com isso me retiro devagar da praça, de onde observava o movimento ao longe, polícia esfrega nas mãos a raiva incontida, trabalhadores informais gritam pelos seus direitos, lojistas riem da desgraça alheia e de suas maiores vendas no natal, e a imprensa como abutres esperam a carnificina. Eu? Sento no banco do ônibus e entre filosofias e divagações tento encontrar respostas para tanta hipocrisia. E como que ninguém enxerga as entrelinhas?

sabato, novembre 11, 2006

No parede do quarto, nos resquícios da alma...

Porto Alegre adormecia lá fora, naquelas noites que ainda eram frias, bem diferentes daquelas de a poucos dias. Segunda-feira e eu cada vez menor. Eu? Na verdade Satania, vazia, permanece imórbida no quarto quase escuro e gélido. Da sua bolsa descolorida retira uma caneta que voraz desliza sobre o papel escurecido. Era só isso que a mantinha presa àquela certeza: tais palavras, tal sentimento do que teria feito.

Caneta e papel cúmplices de um encontro seguro, porém imaturo, cúmplices da covardia dos olhos de Satania, que nervosa esmorece a cada nova palavra que brota de sua alma inquieta naquela noite e em tantas outras pelas quais estava subjugada.

No quarto resquícios de sua alma insegura naquela noite nervosa, porém calma de segunda-feira. Queria ela fugir daquele ambiente sufocante, porém, escolherá permanecer, escolhera pela fraqueza. O quarto, como ia dizendo: escuro, vazio, frio, mofado, com móveis desalinhados e no banheiro o chuveiro chora vagarosamente gotas de saudade do último banho da tarde. O último antes de o ser uma nova Satania.



Perfeita descrição de sua alma traduzido nas paredes manchadas do cômodo incomodo. Enfim, Satania adormece mais uma vez inconformada com o que se tornara, inconformada com a saudade do banho da tarde, das páginas da vida que deixará em Santa Maria.

venerdì, novembre 10, 2006

Desacreditei dos meus próprios olhos verdes...

Meus desassossegos tomam conta da minha vida, da minha roupa, da minha energia. Queria então me despreender de tais dúvidas, lamúrias, incertezas. Devastaria minhas fraquezas nos prados inquietantes na qual transformei minha vida.

Perdida, quieta não mais tão bonita. Seria então, melhor, pior, uma nova pessoa, seria o que deixei de ser, o que passei a enganar, a desfazer. Não sei, se os traços seriam os mesmos, se as desavenças caberiam.Mas o fato é que magoei, tripudiei a vida, as palavras, a mim, a tu. Desfiz o desespero da minha vida, através do que não merecia, do que não deveria, chorei, ri, pensei, me acabei...

Quero então voar, fugir, renascer, desabafar, gritar, ser, desfazer, tecer, compartilhar... Quero esquecer, quero tirar de mim tudo que me fizeste ser, tudo que me fizeste temer...Sou, o que não fui, fujo do que tenho medo, temo o julgamento do tempo, já que teus olhos me julgaram, me romperam...


Perdi o que sempre prezei em minha vida, perdi a dignidade que via em teus olhos, a sinceridade que tive de tuas palavras...Me perdi, me enganei, me deturpei, me fiz pequena, quando tudo sempre foi grande.

Agora? Não lhe peço perdão, por que eu mesmo ainda não fui capaz de me perdoar, por que eu mesmo lamento o que me tornei, o que escolhi para me desvincilhar do que na verdade eu mesmo tracei. Não sou, não quero, não me tente, não convém...

Fui, foste, fomos, agora apenas vago de mansinho tentando traçar novos caminhos...Arrependo-me de ter me enganado tanto, de ter resistido tanto, de ter mentido pro mundo que sempre me teve nos braços, agora me escondo no manto das minhas próprias fraquezas...


Desculpa queridos leitores, minhas palavras tão devastadoras e lamentosas, mas sempre acreditei que é difícil isentar nossas poesias da nossa vida, dos nossos sentimentos, e como diz um amigo é nos momentos de maior depre que as melhores coisas são escritas, não sei se as melhores, porém creio que as mais sinceras...Mas o que me leva a estar assim?? Tantas coisas, tantos enganos e dúvidas, na verdade tudo não passa de uma atitude perversa que acarreta tantas outras coisas ruins, mas aos poucos o coração vai apaziguando tantos erros e devagar a fênix vai encontrar forças para renascer, espero que com o mesmo brilho que sempre teve, mesmo que isso seja difícil de acreditar. Pois eu mesmo deixei de acreditar nela, ao menos por enquanto.

giovedì, novembre 09, 2006

Desculpe-me pela minha fraqueza...

Foto: Francieli Rebelatto
Atriz: Juliana Demori
Poesia: Francieli Rebelatto
Sentimentos: Francieli, porém Satania.
Agradecimentos: Ao lapso desordenado de uma possível vida pela inspiração de tuas palavras.


Voaria apenas em traços
embaraços.
Fugiria apenas das noites frias
maltrapilhas
Rezaria apenas pelas lendas
encomendas
Seria apenas eu
perdida
Um traço embaraçado
de uma possível vida.


Voarei
sob uma rajada de vento,
sob sóbrios pensamentos
Fugirei
da lamúria inquietante dos sentimentos
Rezarei
por mim, e pelas minhas fraquezas
Serei
Uma nuvem mais uma vez crente em recomeçar.

mercoledì, novembre 08, 2006

Oficina de Jornalismo, bons momentos, novas concepções.

Se há duas semanas me perguntassem o que pensava a respeito do Correio do Povo, eu diria que não pensava nada, pois me limitava a passar as aulas de Jornalismo Impresso falando mal do Diário Gaúcho e nunca parei pra pensar muito bem sobre o Correio do Povo. Mas , eis que de uma hora para a outra, me encontro na redação deste jornal e aí muitas opiniões passo a ter, na verdade apenas uma: Uma empresa ética e séria.

Redação do Correio do povo: Paixão e ética.


Mas o fato que estava ali não para julgar o jornal, mas sim para participar de uma oficina, dividir momentos com futuros colegas de profissão. Num primeiro momento, tudo me pareceu confuso, diria que meio sem graça, mas bastou os primeiros instantes para perceber que seria uma grande experiências com pessoas bem diferentes, mas que carregavam nos olhos os mesmos sonhos.

Meus queridos repórteres numa discussão difícil sobre uma pauta.


Antes mesmo da viagem confesso que fui ao orkut e dei aquela avaliada em cada um dos colegas da oficina. TrÊs deles onhecidos de longa data, velhos companheiros de tragos e de trapos. Os outros incógnitas. Incógnitas bonitas, incógnitas confusas, incógnitas surpreendentes, incógnitas falantes, outras mais calmas, porém apenas incógnitas. Uns com feeling irremediável, Giuliana, nossa menina, outros mais calmos, Raíza, Rafael. Uns mais descolados: Camila, Natália. Uns muito qualificados para a oficina: Thaís, Thais, Augusto, Leonardo. Uns quietos, porém explosivos: Belisa. Outros, apenas uma mistério: Carlos. E o que falar de Liana Pithan? Especial, apenas editora chefe, sem palavras. Eu? Tomei café com os repórtesres fotográficos.


Observando atentamente o trabalho depois de feito


Além de conhecermos pessoas diferentes, incógnitas com diversas personalidades, conhecemos uma nova realidade, ou algo próximo da verdadeira realidade da nossa profissão. Tudo isso através de pessoas super profissionais e apaixonadas pelo que fazem. Acho que foi mais ou menos isso: da idéia da pauta, até ver letra por letra transcorrendo no papel. Incrivelmente inesquecível.

Quase lá e a briga pelo fotolito.


Idéias, divagações, dúvidas
Menores, pequenas, enormes
Palavras, letras transcorrendo
No papel, na mente no coração
Olhares perpicazes, mansos
Dizeres baixos, explosivos
Nós, cada um de nós...
Você? Quem sabe eu?
Então deslizo pela máquina e clic
Toda essa história está aí...
Pra vocês, para nós.


No correio é assim: até os tios que distribuem o jornal tem um sorriso no rosto

Uma breve homenagem ao correio do povo e a todos os colegas da Oficina de Jornalismo do Correio 2006. Adorei estar com vocês...

venerdì, novembre 03, 2006

Perdida em Porto Alegre ou seria em mim?

Estar em Porto Alegre seria sinônimo de estar alegre? Quem sabe. O fato é que ouvi um bolero, o primeiro no reencontro e o último na despedida e acabei ficando assim:

Sinto-me perdida
Na ilusão de uma vida
Até então minha.

Sinto-me vazia
Num caminho
Que acreditei um dia seguro.

Sinto que já não sou
mais a mesma
Vibrante perante os olhos do dia.

Tornei-me mórbida, fraca e fria
Tormei-me o que sempre lamentei ser.


No entanto foi apenas um bolero e está na hora de voltar a Santa Maria. Domingo estou de volta. Quem sabe um dia volte a ser feliz ao ouvir mais uma vez um bolero, por enquanto é o tango que toma posse dos meus olhos verdes, me fazendo lembrar dos teus.

venerdì, ottobre 27, 2006

Um ano de verdes idéias que borbulham silenciosamente dentro de mim...

Roland Barthes já disse uma vez Toda modernidade pode ser explicada por uma lata de ervilha”, para alguns se trata apenas de uma lata de ervilha em que abrimos e consumimos (fico só com a segunda parte, pois odeio abrir latas). Mas para aqueles menos limitados, aliás, bem menos, uma lata de ervilha representa toda a modernidade.

Porém, ervilhas são verdes, não são? Hummm...verde é meu blog, verde é a cor dos meus olhos, verde é a cor dos olhos que desejo, verde é a mata (essa foi péssima), verde é a vida (essa foi pior), mas enfim o fato é que podemos ver numa simples lata de ervilhas muita coisa além do aparentemente visível e verde (isso ficou bom). Pois escrevemos o que sentimos, dificilmente, aliás, impossível sermos imparciais à nossa vida quando escrevemos, até por que escrever depende do repertório que temos, quer dizer da bagagem cultural que adquirimos nas nossas vivências. É as nossas experiências que criam efeito de sentido de tudo que escrevemos, fotografamos, pintamos, esverdeamos por aí.

Mas a que fim essa conversa? Seria para justificar a subjetividade em que meu blog foi mergulhado, sim, por que há um ano atrás quando o criei minha idéia era ser extremamente crítica (percebi que de fato estava verde, precisava amadurecer melhor minhas opiniões sobre o mundo que me cerca e que tanto grito verde minhas indignações) escrever somente crônicas, mas bastou dias para entender o que Barthes quis dizer com a lata de ervilha (verde) e então comecei a diversificar minhas formas de expressão, passei a entender que não tinha como me isentar da minha vida, das minhas histórias, não ao menos no estilo deste blog (verde). Então, um ano!

Por que o criei? Necessidade de ter um espaço para dividir minhas idéias (verdes), minha subjetividade? Quem sabe. Falta do que fazer? Não, certamente, não. Quem sabe um espaço para escrever apaixonadamente aos olhos verdes que me inspiram? Sim, isso é uma hipótese. Um ano de textos, poesias, lembranças, depois fotografias, paixões, aliás, paixão, pé-quebrado (quem me conhece lembra do fatídico acidente de uma sexta à noite, quando quebrei meu pé, até hoje não entendo como, na verdade estava verde, se é que me entendem).

Bom, mas um ano se foi e o verde continua na minha vida. Quem? O blog ou os olhos, quem sabe as ervilhas? Diria que os três. Um ano de blog (verde), um ano dos olhos (verdes), e um dia com as ervilhas (verdes). Heheheh, sim as ervilhas entraram nessa história ontem numa reunião do Grupo Imagem, no qual faço minhas pesquisas na faculdade. Quando o professor Adair falou essa frase de Barthes, eu me retorci na cadeira (preta em que estava sentada no lado do meu colega Augusto ( www.cabruuum.blogspot.com )que tem um livro de quadrinhos com a capa verde) e disse: É isso, é isso que preciso para meu texto de um ano, ervilhas verdes.

Então ta aí, além de querer que vocês dêem os parabéns para meu filhote, quero que respondam a seguinte pergunta “O que você pensa sobre uma lata de ervilha?”. E não me peçam festa, pois acho absurdo fazer festa de um ano para crianças (verdes), que olham para aqueles adultos gordos e bêbados (verdes) amigos do papai e da mamãe e com certeza pensam: O que estou fazendo aqui? Verde? Sim, as ervilhas... quem sabe?

Poderiam me perguntar caros leitores o que tem a ver um relógio com ervilhas verdes? Hummm..muito mais do que possa imaginar nossa vã filosofia, uns diriam em uma palavra: NADA, outros escreveriam um livro sobre isso. Mas, já notaram que a parede é verde, os números são verdes, os ponteros são verdes, mas se os ponteiros marcam o tempo e eles são verdes, quer dizer que o tempo é verde, mas se o tempo é verde e nós somos subjugados a ele, quer dizer que nós somos verdes?...Ai meu Deus, livre-me deste verde...

giovedì, ottobre 26, 2006

Teu olhar verde ali, e eu aqui a zelar por ti.

Disperso-me nas sombras dos teus traços
Na sombra de tua ausência
Perco-me na sombra de teus olhos verdes
Na sombra de teus braços
Encanto-me na sombra dos teus pés
Na sombra de teus passos
Escondo-me na sombra de meu medo
Na sombra do meu desejo, porém, verde também.

martedì, ottobre 24, 2006

Vestir nariz vermelho para sermos nós mesmos...


Subir no palco e mostrar tua cara para um público à espera de um grande espetáculo. Simples? Parece ser. Na real muito difícil expor nossas fraquezas, nossas limitações, apreensões, no fundo temos medo de decepcionar, de ser ridicularizado e principalmente de não ser aceito.

Nesse sentido subimos no palco vestidos de diversos personagens, com um nariz vermelho disfarçamos nossa própria imagem e nos permitimos viver e sentir um outro, que na verdade não deixa de ser nossa própria essência.


Só que passar a vida inteira com um nariz vermelho é difícil, diria que impossível. Difícil respirar naturalmente, falar naturalmente, por isso, precisamos lentamente nos desfazer de tais personagens e buscar representar o que de fato somos. E então descemos do palco, pois mais uma vez sentimos o medo de sermos encarados nos olhos agora desprotegidos da maquiagem, do nosso nariz descoberto do palhaço, das nossas roupas diferentes das de nossos personagens.

Descemos do palco e por vezes somos aplaudidos, em outros momentos vaiados. Mas viver é um risco, e subir no palco é assumir quem realmente somos e o que sentimos. Sejamos autênticos, mesmo que artistas.

Uma breve homenagem a meus colegas do Curso de Artes cênicas, e seus clowns louros. Me sinto feliz pelo sucesso do trabalho de vocês e por terem se descoberto, eu que deveria estar aí, me refugio por detrás desta câmera com muita satisfação de acompanhar e registrar esse trabalho, mas com muito pesar de não fazer parte desse show, ainda. Amo vocês.

sabato, ottobre 21, 2006

Minha alma permanece a te esperar...

Sinto-te, porém de mansinho...
Na luz sublime da ausência dos teus olhos.
Sinto-te, porém ausente...
Na mesa recostada do meu divagar.
Sinto-me apagada...
Na falta da tua luz que cobre minha alma.

Foto: Francieli Rebelatto

Sentimentos: Francieli Rebelatto

Palavras: Francieli Rebelatto

giovedì, ottobre 19, 2006

Esbofeteados pela vida.

Texto: Francieli Rebelatto, baseado na obra de Nelson Rodrigues e na própria vida.
Fotos: Francieli Rebelatto
Espetáculo: A esbofeteada
Direção: Cláudia Pacheco
Personagens: Danieli e Vinícius.

Ato I. O primeiro passo. Repentinamente chegaste na minha vida. Teus primeiros passos foram lentos, diria que confusos, até mesmo desatentos. Por vezes os desviava do meu caminho, em outros momentos percebia que se achegava de mansinho, mas não queria ser abrupto a ponto de deixar marcas dos seus sapatos sem brilho.

Ato II. O doce soar de teus passos. Um dia teus passos trouxeram até mim uma rosa (capaz foi chocolate, mesmo), e eu com meus passos apressados e audaciosos acreditei que poderia já encostar com meu sapatos pequenos, nos teus que agora polidos já brilhavam. Mas nem mesmo a rosa me fez ter passos firmes, pois os teus ainda eram temerosos, medrosos,mesmo sendo doces, quentes.



Ato III. Nossos passos no céu. Porém foi no teu ombro me aconcheguei naqueles dias longos e nossos pés confusos voavam (literalmente). Mas, depois do ombro, os passos foram alinhados, mesmo que num caminho conturbado (aliás muito), com dezenas de intempéries. Nem por isso deixamos de caminhar no mesmo ritmo. Estavas certo quando me disse que nos encontraríamos ainda muito nessa vida. Sim nossos passos muitas vezes se encontraram. Confesso tive medo.

Ato IV. Que passos! Senti, então os teus pés roçando nos meus, em momentos inenterruptos de lascívia, no vinho, na rosa, nos olhos verdes, na pele rosada, no sorriso, no elogio, no beijo na testa. Nossos passos guiados em direção ao outro, em direção aos mesmos ideais, mas porém, difícil, dúvidas, incertezas e nossos sapatos ficaram molhados de lágrimas...


Ato V. Que seriam passos? Então vi o chão debaixo de teus pés, vi o céu nos teus olhos verdes, vi a alegria do roçar de nossos dedos, vi a tristeza de nossos passos afastados. Vi e me senti com passos lentos de saudade, saltitantes com tua presença. Mas, te digo mais do que tudo: vi e senti meus pés decididos a lutar pelo encontro com os teus, pelo roçar com os teus, pelo mesmo caminho.



Ato VI. Caminhando sempre. Meus pés são assim, mesmo no chão insistem em te querer, pois depois de um ano de caminhada, seriam poucas as falhas desse caminho que me fariam desistir, a não ser que teus pés se recusem, por motivos convincentes a deisistir da caminhada.

Ato VII. Teus passos marcaram. Fomos esbofeteados pela vida, e o tapa foi tão intenso que seria difícil esquecer, permaneço no chão, pois dali consigo acompanhar melhor o movimento e o ritmo dos teus passos.

martedì, ottobre 17, 2006

Vou me entorpecer bebendo vinho.


Um brinde. Apenas o brinde.
Um sorriso. Apenas o sorriso.
Uma vontade. Apenas a vontade.
Um desejo. Apenas o desejo.
Um olhar. Apenas o olhar.
Uma pessoa. Apenas a pessoa.
Um amor. Apenas você.
Uma paixão. Você.

Brinde. Sorriso. Vontade. Desejo. Olhar. Pessoa. Amor. Paixão.
Tudo isso. Apenas você.
Continuo a esperar com a taça na mão.

E o vinho?
Hummmmmm...

lunedì, ottobre 16, 2006

Mudando de concepções

Senti que escorria suor por debaixo do vestido, de repente, um calafrio tomou posse do meu corpo, e minha pressão despencou, segurei mais forte na mão dele e então depois de secar o suor do meu rosto e respirar fundo, consegui retomar a pose. Mas, confesso que as pernas continuaram a tremer em cima do salto um tanto desconfortável, mas oportuno para a ocasião.

Nos olhos dele lágrimas, nos olhos dela lágrimas, nos olhos de todos nós, muitas lágrimas. Um misto de alegria, de admiração, de nervosismo. Um momento perfeito, mágico, mais perfeito do que cinema, com direito a uma festa divina. Eles estavam se casando de uma forma bonita, sincera, leal.


E eu. Bom, eu, depois de me emocionar muito, pois sou a mais emotiva, chorando mais do que a noiva, e depois de me acabar fazendo festa, mudei minhas concepções em relação a casamentos. Sim, sempre achei algo extremamente desnecessário, sem cabimento, mas depois do casamento do meu irmão, mudei sinceramente de opinião. Não que eu vá querer me casar, mas acho que é sim um momento importante para quem o vive com sinceridade, com humildade, e com muita paixão. Por isso aproveito esse espaço, que é o meu espaço para homenagear e parabenizar meu irmão Márcio e Lisiane por esse momento tão bonito de suas vidas e que eu pude de muito perto acompanhar cada lágrima de alegria, de magia, de verdade.

Recuperei-me e na hora de sair da igreja já até sorria para os convidados, mas foi por pouco que não chamo mais atenção do que da noiva.